Lula faz ato com políticos, artistas e intelectuais em teatro da PUC em São Paulo

Apoiadores do candidato à presidência Lula durante evento de campanha — Foto: TOMZÉ FONSECA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO 1 de 3 Apoiadores do candidato à presidência Lula durante evento de campanha — Foto: TOMZÉ FONSECA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Apoiadores do candidato à presidência Lula durante evento de campanha — Foto: TOMZÉ FONSECA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O ex-presidente e candidato do PT à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva participou na noite desta segunda-feira (24) de ato com lideranças políticas, artistas e intelectuais no Teatro Tuca, na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.

O evento, intitulado “Ato em defesa da democracia e do Brasil”, foi organizado pelo Grupo Prerrogativas e pelo Movimento PUC-SP pela Democracia.

O ato é visto pela campanha petista como simbólico. Desde 1998, os candidatos do partido ao Planalto participam de eventos no Tuca na reta final das campanhas. Acompanhado da esposa, Rosângela da Silva, a Janja, Lula subiu ao palco do evento por volta das 19h50.

Além dele, participaram, entre outros, o candidato a vice-presidente na chapa, Geraldo Alckmin (PSB); o candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad; os presidentes nacionais do PT e do PSOL, Gleisi Hoffmann e Juliano Medeiros; e a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP).

Em discurso no teatro, Lula disse que essa é "a semana mais importante da nossa história" e citou os episódios envolvendo a fala de Bolsonaro sobre garotas venezuelanas, os ataques racistas contra o cantor Seu Jorge em Porto Alegre e contra o humorista Eddy Jr em São Paulo e a violência cometida pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) contra a ministra do STF Cármen Lucia e contra agentes da Polícia Federal.

O candidato do PT também afirmou que, se eleito, as políticas públicas voltarão a ser discutidas e definidas em conferências nacionais – eventos de debates com especialistas e setores interessados que, na gestão Bolsonaro, deixaram de acontecer.

"Tudo aquilo que a gente levou oito anos para fazer, mais quatro anos da Dilma, foi destruído num segundo. O dinheiro da educação, da ciência e tecnologia, da saúde, tudo foi sendo diminuído porque esse governo não gosta de cultura, educação, saúde, de gente, do povo, de trabalhador. Ele só gosta dos milicianos dele, da gente dele e da família dele", criticou Lula.

Terceira colocada no primeiro turno da disputa presidencial e atual apoiadora de Lula, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) foi recebida de pé no auditório já quase ao fim do evento.

"Vim de Niterói e estou pronta amanhã para continuar a campanha, para dizer ao Brasil que não há dois candidatos. Há apenas um, porque só há um candidato democrata nesse segundo turno. Agora não é a hora da omissão, a omissão é um pecado capital contra o povo brasileiro", disse Tebet.

Após o discurso no palco, Lula, Alckmin e Haddad foram à sacada do teatro para discursar ao público que não conseguiu entrar no teatro. Projeções na fachada do prédio pediam voto nos candidatos do PT ao governo federal e ao governo de São Paulo.

Projeções na fachada do teatro Tuca, da PUC-SP, durante evento da campanha de Lula — Foto: YouTube/Reprodução 2 de 3 Projeções na fachada do teatro Tuca, da PUC-SP, durante evento da campanha de Lula — Foto: YouTube/Reprodução

Projeções na fachada do teatro Tuca, da PUC-SP, durante evento da campanha de Lula — Foto: YouTube/Reprodução

Na abertura do evento, a reitora da PUC-SP, Maria Amália Anderi, disse que o outro lado, em referência a Jair Bolsonaro (PL), não “pode entrar numa universidade” e declarou apoio às campanhas de Lula e Haddad.

“A PUC é 'macaco' velho nessa coisa de receber os candidatos que são verdadeiros democratas brasileiros e que têm projeto para esse país para que esse país seja mais solidário, mais justo, democrático, diverso, soberano e autônomo. Essa é mais uma ocasião. [...] Fernando Haddad e Lula, nosso coração é de vocês”, afirmou.

Presidente do Banco Central durante os dois governos Lula, o economista Henrique Meirelles (União) reafirmou o apoio já declarado à candidatura do petista. Em 2018, Meirelles foi candidato à Presidência pelo MDB e disputou a vaga contra Fernando Haddad (PT), agora candidato ao governo de São Paulo.

"As pessoas falam 'o Lula quer um cheque em branco'. Não, quem quer um cheque em branco é o Bolsonaro que estourou a parte fiscal, levou a inflação à Lua, o Banco Central subiu a taxa de juros, tem 30 milhões de desempregados. Isso aí, sim, é querer um cheque em branco. O cheque do Lula está assinado", disse Meirelles.

Candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, e apoiadores em evento na PUC-SP — Foto: YouTube/Reprodução 3 de 3 Candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, e apoiadores em evento na PUC-SP — Foto: YouTube/Reprodução

Candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, e apoiadores em evento na PUC-SP — Foto: YouTube/Reprodução

Ex-ministra do Meio Ambiente nas duas gestões de Lula, Marina Silva voltou a criticar Bolsonaro e afirmou que o candidato à reeleição suscita o “ódio contra as mulheres”.

“Ele não sabe lidar com as mulheres, eles não compreendem a nossa força, eles têm medo das mulheres, têm inveja”, declarou.

Marina também disse acreditar que a democracia “está em risco” e que a constatação desse risco fez com que ex-adversários históricos de Lula, como os tucanos do PSDB, declarassem apoio à chapa petista. “Quem diz isso em contrário é porque está fazendo um discurso que eu não compreendo”, afirmou.

Também discursaram no ato da PUC políticos e intelectuais que, ao longo das últimas décadas, foram oposição aos governos Lula ou participaram de governos de centro-direita – aos quais Lula sempre fez oposição.

Ex-ministro dos governos Fernando Henrique Cardoso, membro histórico do PSDB e doutor da PUC, José Gregori defendeu a candidatura de Lula.

"Eu sempre coloquei Lula no meu pensamento, não sei se a recíproca é verdadeira (risos). Lula, isso é só entre nós, mas eles não sabiam o que nós sabemos: que as paralelas, de vez em quando, se cruzam. E quando se cruzam, sai da frente porque somos invencíveis", disse o jurista de 92 anos.

Gregori fez referência em seu discurso a Dom Paulo Evaristo Arns, morto em 2016, a quem chamou de "amigo em comum" entre ele e Lula.

"Dom Paulo já me disse: 'José Gregori, diga a todos que confiem na sua palavra e que a ordem de despejo já foi dada. Mas tem que ser homologada pelas leis que nós fizemos, pelos botões que colocamos lá'. Segunda-feira, dia 1º, vai ser outro dia", afirmou o jurista.

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