Neto e filho de imigrantes, novo premiê britânico defende política linha-dura com refugiados

O novo premiê britânico, Rishi Sunak, é filho de imigrantes asiáticos e o primeiro líder de uma minoria étnica do Reino Unido. — Foto: REUTERS/Henry Nicholls 1 de 1 O novo premiê britânico, Rishi Sunak, é filho de imigrantes asiáticos e o primeiro líder de uma minoria étnica do Reino Unido. — Foto: REUTERS/Henry Nicholls

O novo premiê britânico, Rishi Sunak, é filho de imigrantes asiáticos e o primeiro líder de uma minoria étnica do Reino Unido. — Foto: REUTERS/Henry Nicholls

Exaltado como o primeiro chefe de governo britânico oriundo de uma minoria étnica, Rishi Sunak não esconde a sua política linha-dura para limitar o número de refugiados no Reino Unido. Neto e filho de imigrantes de origem indiana que saíram da África, Sunak é produto do multiculturalismo que caracteriza o país, mas isso não o torna condescendente com os que se aventuram a buscar uma vida melhor no Reino Unido.

O novo premiê e líder do Partido Conservador é autor de um plano de dez pontos para combater a imigração ilegal e recuperar o controle das fronteiras.

“Se eu for eleito, eu vou consertar isso”, assegurou ele. Em julho passado, ao ser entrevistado por Andrew Marr, no programa Tonight, da emissora LBC, Sunak observou que votou a favor do Brexit em parte porque daria a oportunidade ao país de controlar suas fronteiras.

Parece contraditório para quem se define como um orgulhoso filho de imigrantes? Ele discorda: “Meus avós vieram para cá porque o governo britânico decidiu que queria que eles viessem”, resumiu.

O premiê propõe acabar com o que chama de farsa dos hotéis, para onde os refugiados são acomodados após ingressarem no país.

Na sua gestão como ministro das Finanças de Boris Johnson, ele defendeu um acordo de com Ruanda, no qual o Reino Unido pagou 120 milhões de libras (R$ 740 milhões) ao país para receber de volta os refugiados. Somente de lá ou de um terceiro país considerado seguro, eles poderiam solicitar asilo no Reino Unido.

A forte reação empurrou o plano para o limbo judicial, embora o governo britânico tenha pagado uma parte ao país africano. O primeiro voo de deportação de refugiados foi cancelado por pressão de grupos ativistas.

Sunak diz que vai se empenhar para que o acordo de Ruanda decole e seja um sucesso. Ele pretende estendê-lo em outras parcerias, para devolver os imigrantes aos países de origem e desencorajar os que chegam ao Reino Unido em travessias perigosas.

No mundo ideal, o plano funcionaria, não fossem esses países de onde fogem, caracterizados por regimes autoritários que perseguem e assassinam seus opositores políticos.

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