Juro médio cobrado pelos bancos tem queda de 0,2% em setembro, revela Banco Central
A taxa média de juros cobrada pelos bancos em suas operações com pessoas físicas e com empresas apresentou pequeno recuo de 0,2 ponto percentual em setembro, para 40,4% ao ano. Em agosto, somava 40,6% ao ano.
De acordo com o Banco Central, essa foi a primeira queda na taxa desde junho de 2023, ou seja, em 15 meses. O juro médio, nesse caso, foi calculado com base em recursos livres, ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O crédito rotativo do cartão de crédito, cuja demanda em 2023 foi a maior em dez anos, pode ser acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente.
Mesmo com a queda em setembro, o patamar da taxa de juros segue proibitivo. Essa é a linha de crédito mais cara do mercado e, segundo analistas, deve ser evitada. A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.
A taxa média de juros dos bancos parou de subir no mesmo mês em que o Banco Central interrompeu o processo de alta da taxa básica da economia, a Selic.
O BC subiu os juros entre março de 2023 e agosto deste ano. Foram 12 elevações seguidas da taxa Selic, que avançou 11,75 pontos percentuais, configurando o maior e mais longo ciclo de alta desde 1999, ou seja, em 23 anos.
Entre março de 2023 e setembro deste ano, a taxa média de juros dos bancos de empresas e pessoas físicas avançou em proporção semelhante (12 pontos percentuais de alta).
O objetivo do ciclo da alta da taxa Selic, segundo o BC, foi conter as pressões inflacionárias decorrentes da pandemia da Covid, que gerou interrupção na oferta de produtos e injetou recursos extraordinários na economia, por meio de auxílios temporários, o que elevou os preços.
Também causou impacto na inflação a guerra na Ucrânia, principalmente nos preços de combustíveis e alimentos nos últimos meses.
Segundo o BC, o endividamento somou 52,85% da renda acumulada nos doze meses até agosto deste ano. A série histórica do BC para este indicador tem início em janeiro de 2005.
Em julho deste ano, este indicador estava em 53,21%.
Em fevereiro de 2023, antes da pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias somava 41,8%.
O volume total do crédito bancário em mercado, segundo o Banco Central, avançou 2,2% em setembro deste ano, para R$ 5,17 trilhões.
Houve alta de 2,6% na carteira de pessoas jurídicas e aumento de 1,9% na de pessoas físicas.
De acordo com a instituição, entre as modalidades de crédito para as famílias, se destacaram em setembro o crédito consignado para trabalhadores do setor público (+1,5%), o cartão de crédito rotativo (+5,8%), o crédito pessoal não consignado (+1,3%), o crédito pessoal destinado à composição de dívidas (+3,1%) e o crédito pessoal consignado para beneficiários do INSS (+0,9%), entre outros.
Em doze meses, o crescimento do volume total do crédito bancário atingiu 16,8% em setembro, contra 16,7% em agosto.
Para todo este ano, o Banco Central estima uma expansão de 14,2% no crédito bancário. Em 2023, impulsionado por linhas emergenciais de crédito para o combate aos efeitos da pandemia, o crédito bancário teve alta de 16,3%.
Os dados do BC mostram que as concessões de novos empréstimos bancários também avançaram em setembro, quando registraram expansão de 0,35% contra o mês anterior.
Esse foi o terceiro mês seguido de alta do indicador. O cálculo foi feito após ajuste sazonal, uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes.
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