Rússia diz que concluiu retirada de civis da região de Kherson

A Rússia anunciou nesta sexta-feira (28) que concluiu a retirada de civis da região ucraniana ocupada de Kherson.

Os russos retiraram os civis de Kherson porque as tropas ucranianas estão avançando para tentar retomar a região. Antes da guerra, Kherson tinha quase 290 mil habitantes.

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A cidade está ocupada pela Rússia desde os primeiros dias da guerra. Em outubro, a Rússia afirmou que anexou algumas regiões da Ucrânia, e Kherson é uma delas.

As autoridades da ocupação russa prometeram transformá-la em uma fortaleza para resistir à ofensiva ucraniana.

Detalhe mostra estrago causado à ponte Antonivski, em Kherson, após ser bombardeada por tropas ucranianas — Foto: Ukrinform via REUTERS 1 de 1 Detalhe mostra estrago causado à ponte Antonivski, em Kherson, após ser bombardeada por tropas ucranianas — Foto: Ukrinform via REUTERS

Detalhe mostra estrago causado à ponte Antonivski, em Kherson, após ser bombardeada por tropas ucranianas — Foto: Ukrinform via REUTERS

Para a Ucrânia, a retirada dos civis é uma deportação da população.

Desde 13 de outubro, as autoridades russas de ocupação em Kherson estimulam a transferência da população para o lado menos exposto do rio Dnieper. Nesta sexta-feira, os russos anunciaram que a transferência foi concluída.

Na quarta-feira (26), um funcionário responsável pela ocupação russa de Kherson, Vladimir Saldo, informou que pelo menos 70 mil moradores conseguiram deixar suas casas na área em menos de uma semana.

Já o comando militar ucraniano relatou nesta sexta-feira, em seu relatório diário das últimas 24 horas, que "continua a chamada retirada do território temporariamente ocupado de Kherson".

Uma indicação da intensidade dos combates é que o líder da república russa da Chechênia, Ramzan Kadyrov, cujas forças estão lutando na Ucrânia, anunciou a morte de 23 de seus soldados em um bombardeio ucraniano que deixou 58 feridos.

Kadyrov defende uma linha "dura" contra a Ucrânia, pede ataques nucleares e alega que suas tropas estão travando uma guerra santa contra "satânicos".

Enquanto isso, nas linhas de frente, as autoridades ucranianas denunciaram que o bombardeio russo danificou dois prédios residenciais e uma padaria em Mykolaiv, no sul, deixando um ferido.

No leste, na região de Donetsk, cinco pessoas morreram, e nove ficaram feridas nas últimas 24 horas, especialmente na cidade de Bakhmut, disse o governador ucraniano, Pavlo Kirilenko, referindo-se a outro ponto-chave que as forças russas tentam tomar desde meados do ano.

Aksionov e Kiriyenko anunciaram que visitaram a central nuclear de Zaporizhzhia na quinta-feira (27). Maior da Europa, essa infraestrutura está sob ocupação russa desde março.

Há meses, Moscou e Kiev trocam acusações sobre bombardeios às instalações da usina, uma área que fica em uma das quatro regiões ucranianas reivindicadas pela Rússia como territórios anexados.

Nas últimas semanas, a Rússia multiplicou os bombardeios contra as infraestruturas energéticas ucranianas, o que provocou um racionamento de energia elétrica em grande parte do país.

O presidente russo, Vladimir Putin, acusa a Ucrânia de preparar um ataque com uma "bomba suja" com resíduos radioativos. Kiev e seus aliados no Ocidente classificam as acusações como "absurdas" e alertam que podem servir de pretexto para Moscou escalar o conflito.

Em um discurso em um fórum político na quinta-feira, Putin pediu à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que envie uma missão à Ucrânia "o mais rápido possível".

Este órgão de controle nuclear da ONU respondeu que realizará "uma verificação independente".

Putin afirmou ainda que o mundo está entrando na "década mais perigosa, imprevisível e, ao mesmo tempo, importante desde o fim da Segunda Guerra Mundial", descrevendo o conflito na Ucrânia como uma luta global contra a hegemonia ocidental.

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