'O 30 de outubro mais importante da minha vida', diz Lula após votar em São Bernardo do Campo

O candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votou na manhã deste domingo (30) na escola estadual João Firmino, no bairro Assunção, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Ele repetiu o gesto que fez no primeiro turno e beijou o comprovante de votação.

Após deixar a sala, em coletiva de imprensa, o ex-presidente disse ter fé que os eleitores vão escolher um projeto que defende a democracia. "As pessoas vão voltar a viver com cidadania e toda a decência que a cidadania deve ter."

Lula (PT) beija comprovante de votação, neste domingo (30) — Foto: Celso Tavares/g1 1 de 8 Lula (PT) beija comprovante de votação, neste domingo (30) — Foto: Celso Tavares/g1

Lula (PT) beija comprovante de votação, neste domingo (30) — Foto: Celso Tavares/g1

"Nova vida será estabelecida nesse país, para as pessoas voltarem a sorrir, a brincar, porque ser bom é melhor do que ser mau".

Participaram da coletiva jornalistas internacionais, inclusive da Coreia do Sul.

O candidato irá acompanhar a apuração em sua casa, na Zona Oeste da capital. "Peço a Deus que seja um dia de paz, um dia tranquilo para que as pessoas votem com tranquilidade e no final esperamos que possamos respeitar o resultado final".

Lula deixa colégio eleitoral e é acompanhado por apoiadores — Foto: Celso Tavares/g1 2 de 8 Lula deixa colégio eleitoral e é acompanhado por apoiadores — Foto: Celso Tavares/g1

Lula deixa colégio eleitoral e é acompanhado por apoiadores — Foto: Celso Tavares/g1

Confiante na vitória, Lula afirmou que pretende fazer viagens para reestabelecer alianças internacionais.

“Antes da posse eu também quero fazer viagens para países da América do Sul para reestabelecer uma aliança e para os Estados Unidos - por mais divergências que tenhamos precisamos nos aproximar dos Estados Unidos, visitar a China, a União Europeia”.

E comentou sobre uma eventual transição de governo.

“O que eu gostaria era que a transição fosse igual aquela que o FHC permitiu que nós fizéssemos. Mas, a transição é para vc ter todas as informações do funcionamento da máquina do governo e eu espero que o governo seja civilizado para fazer uma boa transição.”

Lula deixou a residência onde mora, na Zona Oeste de São Paulo, por volta das 8h10 e chegou ao local de votação às 9h12.

Centenas de apoiadores o aguardavam na porta do colégio desde cedo. Na saída, uma multidão acompanhou Lula e a comitiva do petista.

Multidão aguardava Lula deixar colégio eleitoral em São Bernardo do Campo — Foto: Celso Tavares/g1 3 de 8 Multidão aguardava Lula deixar colégio eleitoral em São Bernardo do Campo — Foto: Celso Tavares/g1

Multidão aguardava Lula deixar colégio eleitoral em São Bernardo do Campo — Foto: Celso Tavares/g1

O ex-presidente foi ao colégio eleitoral acompanhado de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB); de sua esposa, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja; da presidente do PT, Gleisi Hoffmann; e do candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, e da deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP).

Lula (PT) beija comprovante de votação, neste domingo (30) — Foto: Celso Tavares/g1 4 de 8 Lula (PT) beija comprovante de votação, neste domingo (30) — Foto: Celso Tavares/g1

Lula (PT) beija comprovante de votação, neste domingo (30) — Foto: Celso Tavares/g1

Durante a coletiva, ele também falou sobre a atitude da deputada federal Carla Zambelli (PL), que apontou a arma para um homem nos Jardins, em São Paulo, neste sábado (29), véspera das eleições.

"O que nós vimos ontem é o Brasil que não queremos, estamos lutando para ser um país civilizado, onde as pessoas se respeitam, onde uma deputada não pode sacar uma arma e apontar para um cidadão. Foi uma cena grotesca”.

Ele comparou a situação com o ocorrido com a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), que registrou um boletim de ocorrência após ser hostilizada por bolsonaristas em Belo Horizonte.

“Ela foi ofendida e foi até uma delegacia prestar depoimento. É simples”.

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Lula (PT) durante coletiva de imprensa neste domingo (30) — Foto: Celso Tavares/g1 5 de 8 Lula (PT) durante coletiva de imprensa neste domingo (30) — Foto: Celso Tavares/g1

Lula (PT) durante coletiva de imprensa neste domingo (30) — Foto: Celso Tavares/g1

Lula disputa a Presidência pela sexta vez e é o primeiro candidato de uma federação partidária.

A modalidade de aliança, criada em 2023, consiste na união de dois ou mais partidos que deverão atuar como se fossem um só por pelo menos quatro anos.

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candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), o candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e demais correligionários, participam de caminhada com eleitores na Avenida Paulista — Foto: LECO VIANA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO

Lula teve ao seu lado políticos de centro e de direita, tradicionalmente adversários em eleições anteriores, e artistas como Chico Buarque e Preta Gil, que participaram de um novo vídeo de campanha.

Derrotados no primeiro turno, Ciro Gomes e Simone Tebet manifestaram apoio, mas adotaram condutas distintas: ele o fez de modo tímido; ela foi a comícios e fez campanha para Lula na TV.

Também aderiram ao petista religiosos, juristas, caso do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que julgou o mensalão, economistas que criaram o Plano Real e dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e José Sarney.

Luiz Inácio Lula da Silva posa com casaco do Corinthians e boné escrito 'Favella' durante evento de campanha em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, neste sábado (24) — Foto: Amanda Perobelli/Reuters 7 de 8 Luiz Inácio Lula da Silva posa com casaco do Corinthians e boné escrito 'Favella' durante evento de campanha em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, neste sábado (24) — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Luiz Inácio Lula da Silva posa com casaco do Corinthians e boné escrito 'Favella' durante evento de campanha em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, neste sábado (24) — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Nascido em Garanhuns (PE), Luiz Inácio Lula da Silva trabalhou, em São Paulo, como ambulante, engraxate, ajudante de tinturaria e torneiro mecânico. Aos 17 anos, em 1964, sofreu acidente de trabalho, no qual perdeu o dedo mínimo da mão esquerda.

Lula iniciou sua trajetória política no movimento sindical, em 1966, e foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema em 1975.

Em fevereiro de 1980, Lula participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, o PT. No dia 19 de abril do mesmo ano, ele foi preso por 31 dias devido a sua atuação na liderança de movimentos grevistas no ABC Paulista.

Em 1982, acrescentou o apelido “Lula” ao nome original. No mesmo ano, pelo PT, candidatou-se ao governo de São Paulo e ficou em quarto lugar. Quatro anos depois, em 1986, foi eleito deputado constituinte por São Paulo, na ocasião, ele foi o parlamentar mais votado no Brasil.

Lula disputou a Presidência pela primeira vez em 1989 e foi derrotado por Fernando Collor de Mello (PRN) no segundo turno. Em 1994, ele disputou novamente e perdeu, em primeiro turno, para Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em 1998, Lula tentou mais uma vez a eleição presidencial e foi derrotado novamente por FHC.

O candidato a Presidente Lula na cidade de São Paulo (SP) — Foto: ANDRÉ RIBEIRO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO 8 de 8 O candidato a Presidente Lula na cidade de São Paulo (SP) — Foto: ANDRÉ RIBEIRO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O candidato a Presidente Lula na cidade de São Paulo (SP) — Foto: ANDRÉ RIBEIRO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Em 2002, Lula foi eleito presidente da República após disputar o segundo turno contra José Serra (PSDB). Em 2006, derrotou Geraldo Alckmin (à época, integrante do PSDB) no segundo turno e foi reeleito.

Em 2010, o ex-presidente conseguiu eleger a sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), que chefiou duas pastas nos governos Lula: o Ministério de Minas e Energia e a Casa Civil. Em 2014, Lula descartou disputar o Planalto e anunciou apoio à reeleição de Dilma.

Em julho de 2017, o ex-presidente foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Em abril de 2018, ele teve a prisão decretada pelo então juiz Sergio Moro e, alguns dias depois, se entregou à Polícia Federal após um ato na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Em 2023, uma decisão do ministro do Supremo, Edson Fachin, anulou as condenações e tornou Lula elegível. Na decisão, Fachin considerou que a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos casos da Lava Jato relacionados à Petrobras, não era a instância competente para julgar Lula — para o ministro, as acusações ao ex-presidente não tinham relação direta com a Petrobras.

Em abril do mesmo ano, o plenário do Supremo confirmou a decisão e enviou os processos para a Justiça Federal do Distrito Federal.

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