Até as 17h, PRF fez mais do que o dobro de abordagens a ônibus em relação a todo o 1º turno
Operação da PRF apreende motos durante as eleições em Codó, mesmo após proibição de Alexandre de Moraes — Foto: Cândido Sousa
A Polícia Rodoviária Federal realizou 297 abordagens a ônibus no primeiro turno das eleições de 2022, realizadas no dia 2 de outubro. O total de abordagens feita pela PRF neste domingo (30), data da realização do 2º turno da eleição presidencial, é mais do que o dobro em comparação ao 1º turno.
Documento interno da PRF ao qual o 💥️g1 teve acesso aponta que a corporação fez 619 abordagens a ônibus até as 17h do domingo, horário em que se encerra a votação em todo o país. O total é 108% maior do que as abordagens a ônibus realizadas no dia 2 de outubro, data do 1º turno.
Em resultado parcial até as 14h55 deste domingo (30), a corporação registrava abordagens a 560 veículos. A metade destas ações ocorreram no Nordeste. Pelas informações no sistema interno da PRF não é possível saber se os veículos foram parados antes ou depois de os eleitores votarem.
Os números documentados pela PRF incluem apenas abordagens a ônibus e não a outros veículos, como carros e motos. Relatos apontam para vistorias feitas também em carros e motos neste domingo.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) descumpriu ordem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No sábado (29), Moraes proibiu que a PRF realizasse qualquer operação relacionada ao transporte público de eleitores no domingo, para não atrapalhar a votação.
O ministro Alexandre de Moraes afirmou que não haverá adiamento do término da votação neste domingo (30). A PRF fez mais de 500 operações que paralisaram a circulação de ônibus de eleitores, em especial no Nordeste.
"Não houve nenhum prejuízo no exercício do direito de voto e logicamente não haverá nenhum adiamento do término do horário da votação. A votação termina às 17h como planejado", disse Moraes.
Em entrevista para a imprensa, Moraes disse que as abordagens duram em torno de 15 minutos e não impediram eleitores de votar.
Fontes da PF ouvidas pelo 💥️g1 afirmam que abordagens a ônibus costumam demorar mais tempo a depender da quantidade de pessoas dentro do veículo, mesmo que não se tenha irregularidade grave.
Caso a força policial decida consultar antecedentes de cada passageiro, por exemplo, é possível que a ação demore mais de 30 minutos a mais de uma hora.
Diante de relatos de que as operações estavam ocorrendo pelo país, em especial no Nordeste, Alexandre de Moraes intimou o diretor da PRF, Silvinei Vasques, a interromper imediatamente as ações de fiscalização. Se Silvinei não cumprir, pode ser multado em R$ 100 mil a hora, ser afastado das funções e ser preso.
Silvinei foi ao TSE prestar depoimento no início da tarde deste domingo. Na noite do sábado, Silvinei Vasques postou no Instagram um pedido de voto no presidente Jair Bolsonaro. Depois, apagou o post.
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