Associações de caminhoneiros e de outros setores da economia se manifestam contra paralisações

Trecho de congestionamento em Mirassol (SP, em decorrência de paralisações na rodovia Washington Luís. — Foto: Guilherme Ramos/TV TEM 1 de 1 Trecho de congestionamento em Mirassol (SP, em decorrência de paralisações na rodovia Washington Luís. — Foto: Guilherme Ramos/TV TEM

Trecho de congestionamento em Mirassol (SP, em decorrência de paralisações na rodovia Washington Luís. — Foto: Guilherme Ramos/TV TEM

Associações que representam caminhoneiros e empresas transportadoras de cargas afirmaram que são contra às paralisações promovidas por caminhoneiros em rodovias ao redor do país desde na noite do último domingo (30).

De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na manhã desta terça-feira (1°) ainda havia 271 pontos de bloqueios, totais ou parciais, em diversas rodovias federais. A corporação afirmou que 192 bloqueios já foram desfeitos, sem detalhar a localização.

As paralisações são realizadas por caminhoneiros bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições, que terminaram com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

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Na noite de segunda (31), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formaram maioria e aceitaram a decisão de Alexandre de Moraes, presidente da Corte, que determinou que a PRF realize operações para liberar as vias ocupadas.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) classificou os movimentos como antidemocráticos e destacou que é falsa a alegação de que essa manifestação representa a toda a categoria. "Importante deixar claro que esse movimento não é organizado pelos trabalhadores", pontua nota emitida pela entidade.

Já a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) disse que é "veemente contra movimento grevista, de natureza política, que fere o direito de ir e vir de todos os cidadãos".

Wallace Landim, popularmente conhecido como Chorão e presidente da Abrava (associação de caminhoneiros) disse, em vídeo publicado em sua conta no Instagram, que a categoria precisa reconhecer a vitória do presidente eleito.

Segundo Landim, a luta dos caminhoneiros deve continuar por melhorias para os trabalhadores do setor, mas ele ressalta que para isso é necessário respeitar a democracia. "A categoria precisa ter um alinhamento com o próximo governo", pontua o presidente da Abrava.

Associações de outros segmentos também começaram a se manifestar. João Galasi, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), enviou nota pedindo apoio ao presidente Jair Bolsonaro, "a respeito das dificuldades de abastecimento que já começam a enfrentar os supermercadistas em função da paralisação dos caminhoneiros nas estradas do país".

Já a Associação Paulista de Supermercados (APAS) informou que tem monitorada a cadeia de abastecimento e, até o momento, não detectou "qualquer anormalidade" ou a escassez de produtos em função dos bloqueios. "Como medida de contingência, a APAS tem orientado os supermercados associados, quando possível, que antecipem a logística de suas lojas e centros de distribuição", afirma.

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) também segue monitorando a situação, a fim de antecipar os impactos sobre o abastecimento de alimentos para a população. Em nota, a Associação ressalta que as operações de produção, distribuição, comercialização e entrega de alimentos e bebidas são consideradas atividades essenciais pelo governo desde 2023.

A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP) também se manifestou e disse que entre meia noite e 10 hora da manhã desta terça houve uma redução de cerca de 17% na quantidade de veículos que entraram no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP), na Vila Leopoldina. "Apesar da menor movimentação, a CEAGESP descarta desabastecimento", informou.

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) informou que alertou as autoridades para o impacto que as paralisações estão gerando na malha aérea. "Estimativa das empresas aéreas mostra que, caso o cenário atual se mantenha, ao longo do feriado o setor poderá sofrer com desabastecimento de combustível", pontua nota da entidade.

Além da falta de combustível, a ABEAR destaca que os serviços podem ser afetados pela dificuldade de chegada de profissionais, tripulantes e passageiros aos aeroportos. Tais dificuldades podem prejudicar, até mesmo, atividades essenciais, como o transporte gratuito para o transplante de órgãos.

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) alertou para o "iminente risco de desabastecimento e falta de combustíveis, caso as rodovias não sejam rapidamente desbloqueadas". Afirma ainda que as indústrias já sentem os impactos no escoamento da produção e relatam casos de impossibilidade do deslocamento de trabalhadores.

"As paralisações também já atingem o transporte de cargas essenciais, como equipamentos e insumos para hospitais, bem como matérias-primas básicas para as atividades industriais", informou a CNI, que se declarou "veementemente contrária a qualquer manifestação antidemocrática que prejudique o país e sua população".

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) afirmou que os protestos "podem causar superiores às registradas por ação similar em 2018, que causou retração de 5,8% no volume de vendas, com perda diária de R$ 1,8 bilhão". O custo total para o varejo, em valores atuais, foi de R$ 18 bilhões, contabilizados ao longo dos 10 dias de bloqueios em 2018.

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) se disse preocupado com o risco de desabastecimento de combustíveis, especialmente com as interrupções nos fluxos de produtos nos e Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

"Diante da gravidade da situação, o IBP reforça a necessidade de uma ação coordenada das autoridades visando o desbloqueio das estradas, inclusive com a formação de corredores logísticos, com proteção dos órgãos de segurança pública, nos trechos de maior criticidade para garantir o abastecimento e a mobilidade nacional", disse o instituto.

A Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes para Uso Doméstico e Uso Profissional apontou que podem levar à paralisação de unidades industriais do setor por falta de insumos, o que geraria prejuízos econômicos e sanitários ao Brasil. Segundo a entidade, linhas de produção podem começar a ser suspensas ainda nesta terça.

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