Haddad, Aécio, Serra, Alckmin e Lula: O que derrotados em eleições presidenciais falaram desde 1989

Haddad, Aécio, Serra, Alckmin e Lula se pronunciaram após derrota em eleições presidenciais — Foto: Reprodução 1 de 5 Haddad, Aécio, Serra, Alckmin e Lula se pronunciaram após derrota em eleições presidenciais — Foto: Reprodução

Haddad, Aécio, Serra, Alckmin e Lula se pronunciaram após derrota em eleições presidenciais — Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (PL) levou mais de 40 horas horas para fazer seu primeiro pronunciamento após a derrota nas urnas para o petista Luiz Inácio Lula da Silva. O resultado foi confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda no domingo (30).

Bolsonaro, que tentava a reeleição, agradeceu os votos que recebeu, e não falou em derrota nem citou o nome do adversário. Logo após o breve pronunciamento no Palácio da Alvorada, o ministro Ciro Nogueira disse que, quando notificado, iniciará o processo de transição.

A demora de um presidente em falar sobre o resultado do pleito não é comum. Desde 1989, os candidatos derrotados falam publicamente sobre o resultado após a confirmação pelo TSE. Até 1998, o voto era em cédula de papel e, por isso, o resultado demorava dias para ser oficializado.

Relembre, abaixo, o que candidatos derrotados falaram (e quando se se pronunciaram).

O petista Fernando Haddad, que perdeu a eleição para Bolsonaro, fez um discurso em São Paulo ainda na noite do domingo, dia 28 de outubro de 2018, antes das 21h.

Haddad não citou o nome do adversário eleito. No dia seguinte, usando as redes sociais, ele cumprimentou Bolsonaro chamando-o de presidente e desejando sucesso.

"Presidente Jair Bolsonaro, desejo-lhe sucesso. Nosso país merece o melhor. Escrevo essa mensagem, hoje, de coração leve, com sinceridade para que ela estimule o melhor de todos nós. Boa sorte!", escreveu Haddad.

À tarde, também nas redes sociais, Bolsonaro respondeu: "Senhor Fernando Haddad, obrigado pelas palavras! Realmente o Brasil merece o melhor".

O candidato derrotado disse que demorou para cumprimentar Bolsonaro porque no domingo ainda estava abalado com a onda de fake news que o atingiu durante a campanha e, por isso, preferiu esperar.

O tucano Aécio Neves, que perdeu a eleição de 2014 para a petista Dilma Rousseff, fez um discurso em um hotel de Belo Horizonte por volta de 21h do domingo, 26 de outubro.

"Minha palavra é de profundo agradecimento a todos os brasileiros que participaram dessa festa da democracia. Agradecimento especial aos mais de 50 milhões de brasileiros que apontaram no caminho da mudança. Eu serei grato a cada um a cada uma de vocês que me permitiram sonhar e acreditar na construção de um novo projeto. As cenas que eu vivi ao longo desses últimos meses jamais sairão da minha mente e do meu coração."

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro — Foto: Lilian Quaino/G1 2 de 5 O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro — Foto: Lilian Quaino/G1

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro — Foto: Lilian Quaino/G1

Ele também disse que havia ligado para a presidente reeleita.

Dias depois, O PSDB entrou no TSE com um pedido de auditoria a fim de que se verifique a "lisura" da eleição presidencial.

José Serra (PSDB), que perdeu a disputa para a candidata do PT Dilma Rousseff, fez discurso reconhecendo a derrota e afirmando respeitar a "voz do povo nas ruas" ainda na noite de domingo, 31 de outubro de 2010. O pronunciamento do tucano aconteceu por volta de 22h30.

José Serra faz pronunciamento em São Paulo — Foto: Mariana Oliveira/G1 3 de 5 José Serra faz pronunciamento em São Paulo — Foto: Mariana Oliveira/G1

José Serra faz pronunciamento em São Paulo — Foto: Mariana Oliveira/G1

O candidato derrotado do PSDB na eleição presidencial, Geraldo Alckmin, ligou por volta das 20h22 do domingo, 29 de outubro, para o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e reconheceu a derrota no 2º turno do pleito. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa de Lula, segundo reportagem da época.

Segundo os assessores, a conversa entre os dois adversários durou cerca de um minuto. Ele também fez discurso reconhecendo a derrota e desejando um "bom mandato" a Lula.

O tucano José Serra, candidato do então presidente, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), perdeu para Lula em 6 de outubro de 2002.

Segundo arquivo do jornal “Folha de S.Paulo”, Lula recebeu um telefonema de Serra parabenizando-o pela vitória. Na ligação de três minutos, eles combinaram um encontro assim que Serra retornasse de dias de folga que tiraria.

Serra também discursou no domingo, por volta de 22h20.

José Serra (PSDB-SP) em foto de arquivo de 2016 — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado 4 de 5 José Serra (PSDB-SP) em foto de arquivo de 2016 — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

José Serra (PSDB-SP) em foto de arquivo de 2016 — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A eleição de 1998, disputada entre o tucano Fernando Henrique Cardoso (FHC), então presidente, e Lula, foi decidida no primeiro turno, em 4 de outubro de 1998.

Segundo acervo do jornal "Folha de S.Paulo", Lula reconheceu a derrota no dia 8 de outubro, quando o resultado foi oficializado pelo TSE. Foi a primeira eleição com urna eletrônica, mas também ainda com votos em cédula de papel.

A disputa de 1994, decidida em 3 de outubro, também foi entre FHC e Lula, com vitória do tucano sobre o petista. Lula concedeu a primeira entrevista oficial após o fim da votação em 7 de outubro, em São Paulo.

"Não vou fazer oposição exigindo que ele cumpra o programa do PT. Não foi o nosso programa que saiu vitorioso. Primeiro, vou torcer para que ele consiga cumprir o que prometeu. Segundo, vou ser uma espécie de fiscal da cidadania no programa dele", disse Lula, segundo o jornal "O Globo" publicou em 8 de outubro.

De acordo com o jornal, "o tom da entrevista foi sempre considerando FHC como presidente".

"Lula conversou ontem por uma hora e meia com a imprensa sem demonstrar qualquer ressentimento. Também procurou transmitir uma imagem de estadista, organizando uma entrevista nos moldes da concedida por Fernando Henrique na véspera, em Brasília", dizia o texto de "O Globo" da época.

Em 1989, Lula perdeu para Fernando Collor. O segundo turno foi disputado em 17 de dezembro.

O petista reconheceu a derrota no dia 19 de dezembro. De acordo com o acervo da "Folha de S.Paulo", Lula admitiu a derrota, chamou o adversário de "imoral" e disse que PT iria "questionar cada mentira" do governo eleito. "Sou oposição intransigente", afirmou Lula, de acordo com publicação do jornal na época.

O então candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado de Plínio Arruda, em 1989 — Foto: Ana Carolina Fernandes/Estadão Conteúdo 5 de 5 O então candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado de Plínio Arruda, em 1989 — Foto: Ana Carolina Fernandes/Estadão Conteúdo

O então candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado de Plínio Arruda, em 1989 — Foto: Ana Carolina Fernandes/Estadão Conteúdo

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