PM diz que já aplicou mais de 180 multas no valor de R$ 100 mil em bolsonaristas que bloqueiam rodovias de SP
Bolsonaristas antidemocráticos bloqueiam de forma ilegal a Rodovia Castello Branco, em SP, nesta quarta (2) — Foto: Amanda Perobelli/Reuters
O secretário-executivo da Polícia Militar, coronel Álvaro Batista Camilo, afirmou nesta quarta-feira (2) que 183 bolsonaristas já foram multados no valor de R$ 100 mil por desobedecerem a ordem de desobstrução das estradas e bloquearem rodovias do estado de São Paulo. Três pessoas já foram detidas.
Bolsonaristas estão ocupando, ilegalmente, apesar da determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), rodovias do estado.
Outras 212 de multas no valor de R$ 5,8 mil também foram aplicadas nos motoristas pelo Código Nacional de Trânsito, segundo o coronel.
Camilo afirmou também que os bolsonaristas estão retirando e murchando pneus dos veículos para dificultar a retirada das estradas. "Em alguns lugares a polícia está contando com guinchos, que estão indo para as rodovias para retirar pelo menos os primeiros caminhões para deixar os demais passarem pela via".
No total, a PM diz que ao menos 148 vias já foram desocupadas pela corporação depois da ordem dada pelo governador, mas cerca de 100 ainda estão por liberar.
Dos 148 pontos desbloqueados, sete foram na capital paulista, 19 na Grande São Paulo e 121 no interior do estado, segundo a secretaria.
Nesta quarta, o governo de São Paulo enviou novamente a Tropa de Choque da Polícia Militar para retirar bolsonaristas que bloquearam a Rodovia Castello Branco. Os PMs jogaram jatos d'água e arremessaram bombas de efeito moral para dispersar o grupo que está no local.
Segundo o Camilo, as vias mais criticas são as das rodovias Castello Branco e Anhanguera.
O ministro Alexandre de Moraes, do Superior Tribunal Federal (STF) impôs multa de R$ 100 mil por hora e prisão em flagrante delito ao que estiverem cometendo crimes contra o Estado Democrático de Direito e a soberania nacional.
Desde segunda-feira (31), bolsonaristas têm ocupado trechos de rodovias em estados do país por não aceitarem o resultado do segundo turno das eleições.
Apesar dos apelos das autoridades paulistas, o estado de São Paulo ainda tem pelo menos 20 trechos de rodovias totalmente interditados nesta quarta-feira (2) por grupos bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições, segundo o último balanço divulgado pela Polícia Militar.
De acordo com as autoridades, 135 trechos estão com liberação parcial. Um deles é na Rodovia Castello Branco, sentido interior, onde a interdição gera um grande congestionamento desde a manhã, na altura de Osasco e Barueri. A Tropa de Choque da Polícia Militar foi acionada novamente nesta quarta para fazer a desobstrução das vias no estado de SP.
A concessionária CCR aponta que há as seguintes interdições nas rodovias administradas por ela:
Já as Marginais do Tietê e Pinheiros, na capital paulista, não apresentam bloqueios nesta terça-feira (2).
Nas rodovias Anhanguera e Bandeirantes, as interdições são nos seguintes trechos:
Já na rodovia Presidente Dutra, que é federal, há pelo menos quatro pontos de bloqueios, dois no sentido São Paulo, em Jacareí (km 157) e São José dos Campos (km 148), e dois no sentido Rio de Janeiro, em Jacareí (km 164) e Caçapava (km 131).
Na Fernão Dias, que também é federal, não há bloqueios. E na Régis Bittencourt, só tem um ponto de bloqueio no estado do Paraná.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que vai se reunir agora cedo para avaliar toda a situação no estado e definir prioridades e ações para cada estrada .
Até agora, 147 vias foram liberadas, mas cerca de 100 ainda estão por liberar, de acordo com a pasta.
Dos 147 pontos desbloqueados, sete foram na capital paulista, 19 na Grande São Paulo e 121 no interior do estado, segundo a secretaria.
“O trabalho da polícia é contínuo e sim, as tropas especiais Choque e BAEPs pelo interior apoiarão onde for preciso", declarou a SSP.
O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), disse na terça-feira (1) que havia determinado multa de R$ 100 mil por hora para cada caminhão que bloqueia as rodovias de São Paulo.
“Em virtude da decisão do Supremo Tribunal Federal, as negociações se encerram e a partir de agora nós vamos aplicar o que determina a decisão judicial. Iniciando com multas de R$ 100 mil por hora em cada veículo que esteja contribuindo com essa obstrução. A partir também daí fichando e eventualmente prendendo os manifestantes que, porventura, resistirem a desobstruir as vias e, se necessário, emprego de uso de força”, disse Garcia.
“As eleições acabaram e nós vivemos num país democrático. São Paulo respeita o resultado das urnas e nenhuma manifestação vai fazer com a democracia do brasil retroceda”, declarou.
Nesta segunda (31), o Ministério Público de SP constituiu um núcleo de atuação Integrada composto por membros da Promotoria de Justiça da Habitação e do Urbanismo da Capital e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para investigar em que circunstâncias estão ocorrendo os bloqueios.
Segundo o procurador-geral do estado, Mário Sarrubbo, os bolsonaristas fazem parte de uma organização criminosa que está atentando contra o estado democrático de direito no Brasil.
"O Gaeco está investigando porque, na visão do Ministério Público, trata-se de uma organização criminosa que está atentando contra o estado democrático de direito no Brasil. Trata-se de uma manifestação de desrespeito ao resultado das urnas, de desrespeito à vontade do povo brasileiro, de maneira que o Ministério Público não se curvará a quem quer que seja, e defenderemos a democracia e trabalharemos pela paz da população do estado de São Paulo e do Brasil de forma absolutamente intransigente."
Sarrubbo chegou a dizer que empresários podem estar envolvidos na organização dos bloqueios ilegais das estradas.
“Caminhoneiros estão alguns voluntariamente, mas muitos deles dentro de uma grande organização as vezes até por ordem dos proprietários dos caminhões, que são grandes empresas. Então empresariado, aqueles envolvidos, haverão de responder por estes fatos e por crimes graves como por exemplo organização criminosa, a lei do crime organizado que todos conhecem”, declarou o procurador paulista.
2 de 2 O procurador-geral do estado, Mário Sarrubbo. — Foto: Divulgação/GESPO procurador-geral do estado, Mário Sarrubbo. — Foto: Divulgação/GESP
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