Turistas são retidos em rio no Peru em protesto contra derramamento de petróleo
Barco com turistas é detido no rio Cuninico, no Peru, como parte de um protesto da comunidade indígena contra vazamento de petróleo — Foto: Ángela Ramírez/Arquivo pessoal
Um grupo de turistas é mantido refém desde quinta-feira (3) no rio Cuninico, na região de Loreto, no Peru, como parte de um protesto pela comunidade indígena por um vazamento de petróleo que começou no dia 16 de outubro e não recebeu atenção do governo, segundo informações da imprensa local.
Uma das turistas que está na embarcação, Angela Ramirez, que foi ouvida pelo canal de notícias local RPP, disse que há cerca de 150 pessoas junto com ela e que os líderes do protesto falaram que ficariam ali entre 6 e 8 dias ou até que uma solução seja negociada com o governo. Ela também disse que tem pelo menos mais dois barcos detidos.
O presidente da comunidade de Cuninico, Watson Trujillo Acosta, confirmou o canal RPP que um barco fluvial foi detido como medida de protesto para "atrair a atenção do governo". Segundo ele, no total haveria cerca de 70 passageiros, incluindo turistas nacionais e estrangeiros.
2 de 4 Imagem postada nas redes sociais mostra grupo de turista detido em um protesto contra vazamento de petróleo no rio Cuninico, no Peru, — Foto: Ángela Ramírez/Arquivo pessoal
Imagem postada nas redes sociais mostra grupo de turista detido em um protesto contra vazamento de petróleo no rio Cuninico, no Peru, — Foto: Ángela Ramírez/Arquivo pessoal
A deputada Margot Palacios disse em uma entrevista a RPP que comunidade indígena reclama que o governo não deu uma resposta adequada para resolver um vazamento de óleo no rio que começou no dia 16 de outubro. Ela acrescentou ainda que não concorda com a atitude e que os turistas deveriam ser liberados.
"Entendo que ao não serem ouvidos eles tomaram essa medida que não está certa, porque você não pode proibir esses turistas de continuar sua viagem e ir para o seu destino. Pedimos às autoridades correspondentes que atuem para salvaguardar esses turistas", disse a parlamentar na entrevista.
3 de 4 Postagem da turista Ángela Ramírez pede ajuda: 'Estamos sem água, tem bebês chorando, mulheres grávidas"; ela é uma das pessoas detidas em um protesto contra vazamento de petróleo no Rio Cuninico, no Peru — Foto: Ángela Ramírez/Arquivo pessoalPostagem da turista Ángela Ramírez pede ajuda: 'Estamos sem água, tem bebês chorando, mulheres grávidas"; ela é uma das pessoas detidas em um protesto contra vazamento de petróleo no Rio Cuninico, no Peru — Foto: Ángela Ramírez/Arquivo pessoal
No dia 25 de outubro, o governo do Peru decretou estado de emergência de 90 dias na área amazônica afetada pelo vazamento de petróleo, informou o Ministério do Meio Ambiente.
A decisão foi tomada nove dias depois que uma ruptura no Oleoduto Norperuano derramou cerca de 2.500 barris de petróleo bruto no rio Cuninico afetando seis comunidades indígenas, onde vivem cerca de 2.500 pessoas.
O vazamento ocorreu numa zona onde se pratica a pesca artesanal e os líderes denunciaram que o rio está contaminado.
O Oleoduto Norperuano, uma das maiores obras do país, foi construído há quatro décadas, para transportar petróleo bruto da região amazônica e se estende por 800 quilômetros. Segundo a estatal Petroperú, o vazamento foi resultado de um corte intencional de 21 centímetros na tubulação do gasoduto e está controlado.
A Petroperú relatou desde janeiro 11 ataques a seu oleoduto, que causaram vazamentos de petróleo. Já foram registrados 29 atos de sabotagem contra o oleoduto desde 2014, segundo a Sociedade Nacional de Mineração, Petróleo e Energia.
A promotoria abriu uma investigação para identificar a causa do incidente ambiental.
4 de 4 Oleoduto Norperuano, que segundo a estatal Petroperu, sofreu danos intencionais que causo vazamento de óleo em rio do Peru — Foto: Petroperu/DivulgaçãoOleoduto Norperuano, que segundo a estatal Petroperu, sofreu danos intencionais que causo vazamento de óleo em rio do Peru — Foto: Petroperu/Divulgação
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