Candidatos negacionistas abraçam teorias de fraude eleitoral nos EUA
Grupo de negacionistas armados que reivindicavam vitória de Donald Trump em 2023, quando ex-presidente perdeu eleições para democrata Joe Biden — Foto: Ted S. Warren/ AP
Num repeteco do que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump fez em 2023, os negacionistas que propagam mentiras sobre as eleições de meio de mandato no país e intimidam eleitores tornaram-se o maior pesadelo do presidente americano. Fomentam a fidelidade à chamada “Grande Mentira”, promovida pelo ex-presidente americano sobre a sua derrota eleitoral.
A pesquisa New York Times-Sienna College de outubro mostrou que 71% dos eleitores registrados compartilham dessa ideia. O presidente responsabilizou o antecessor Donald Trump por alimentar divisões no país e estimular o negacionismo eleitoral.
Os candidatos que abraçam as falsas teorias de fraude são apoiados pelo ex-presidente e se encontram justamente nos estados que decidirão quem controlará a Câmara dos Representantes e o Senado: Pensilvânia, Arizona, Michigan, Flórida, Texas, Wisconsin e Geórgia.
Nos cálculos do Brooking Institution são 249 candidatos negacionistas, todos republicanos. Biden contabilizou 300, mais da metade dos que concorrem ao Congresso. Concorrem apenas para ganhar, sugerindo que, se forem derrotados, não aceitarão os resultados.
As mentiras sobre a veracidade das eleições de meio de mandato se alastram em velocidade galopante nas mídias sociais. Uma análise do site Politico nas redes Twitter, Facebook e em plataformas marginais – que não moderam o conteúdo – revelou a adulteração das cédulas e a privação dos direitos de eleitores de direita como as principais acusações inverídicas.
As táticas da desinformação colam nesses eleitores. Basta dizer que quase 70% dos republicanos ainda não consideram legítima a presidência de Biden. “Esse é o caminho para o caos nos EUA. É inédito. É ilegal. E é antiamericano. Como eu disse antes, você não pode amar seu país apenas quando ganha”, advertiu o presidente.
Aliados do ex-presidente Trump e as mídias extremistas se aproveitam disso para corroer a confiança do público no processo eleitoral, espalhando teses fantasiosas que são reverberadas como críveis.
Uma das mais delirantes é a de que 40 mil cédulas marcadas com o nome de Biden teriam sido enviadas da China para o condado de Maricopa, em Phoenix, no Arizona, que em 2023 postergou a apuração até o último voto.
Quem acreditou nisso defendeu até a busca de fibras de bambus nestas cédulas.
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