Prefeitura rescinde contrato com agência responsável pela operação das ciclofaixas de lazer na cidade de São Paulo
Fotografia tirada em janeiro de 2011 da inauguração de trecho da ciclofaixa de lazer do Parque do Povo, na Zona Oeste da cidade de São Paulo — Foto: Felipe Rau/Arquivo/Agência Estado
A Prefeitura de São Paulo rescindiu definitivamente o contrato com a Agência Coranda, gestora da ciclofaixa de lazer da capital paulista durante os feriados e finais de semana.
A rescisão unilateral foi publicada no Diário Oficial deste sábado (5), onde a gestão municipal afirma que a empresa cometeu uma série de irregularidades na prestação do serviço ao longo de cinco semanas.
Ao cancelar o contrato, a gestão Ricardo Nunes (MDB) autorizoutambém autorizou a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SEME) a assumir a gestão das ciclofaixas na cidade por meio de um termo de cooperação que garante o repasse de R$ 1,350 milhão para a pasta.
Entre as irregularidades apontadas no parecer técnico da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito contra a Agência Coranda TV e Publicidade Eirelli estão:
O parecer também pede a aplicação de multa de R$ 109.464,25, por descumprimento dos termos de contrato por parte da empresa.
2 de 2 O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) — Foto: Divulgação/Secom/PSMPO prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) — Foto: Divulgação/Secom/PSMP
Conforme o 💥️g1 publicou, prestadores de serviço da Agência Coranda TV e Publicidade Eirelli vinham protestando na Avenida Paulista pela falta de pagamento dos serviços prestados durante a instalação da ciclofaixa de lazer na cidade.
As ciclofaixas de lazer foram montadas pela CET neste feriado, 2 de novembro, em São Paulo, mas sem a equipe de sinalização para orientar os usuários.
Desde o feriado de 12 de outubro, quem monta as ciclofaixas é a CET, que ainda tem de deslocar cerca de 40 agentes de trânsito para fazer o serviço que a Agência Coranda, que ganhou a licitação, deveria fazer.
Alguns funcionários que trabalharam para a empresa foram para a Av. Paulista também na úlitma quarta (2) para protestar contra o calote da empresa nos pagamentos.
Jamerson Mendonça diz que fez sete diárias, mas não recebeu nenhuma até agora. Ele foi até a empresa, mas não adiantou.
"Eu tentei falar com o porteiro na Avenida Angélica, no endereço deles 688 e o porteiro informou que a empresa não estava mais lá que eles se mandaram, enganaram a gente e foram embora", disse.
Luis Henrique Ferreira também aguarda o pagamento. "Tenho cartão, água luz, essas coisas, eu estou tentando fazer um movimento. agora tem pessoas que pagam aluguel. Aí eu pergunto como a gente vai conseguir resolver isso pagando aluguel, como as pessoas vão resolver fazer isso sem respaldo de ninguém? Não adianta fazer essa reportagem e a prefeitura lançar uma nota, a Coranda laça outra nota. A gente não vive de nota. A gente precisa de resolução. Porque aí eles vão e depositam fracionado. Eu não quero fracionado. Eu quero meu dinheiro inteiro. A gente trabalhou embaixo de sol e chuva. a gente precisa desse respaldo", disse.
Para o coordenador do Centro de Gestão e Políticas Públicas do Insper, André Marques, a Prefeitura não pode lavar as mãos no caso desses funcionários.
"Por mais que hoje a prefeitura diga que sim é uma responsabilidade, que está escrito isso no contrato que é uma responsabilidade da prestadora de serviço, mas a prefeitura também tem uma obrigação como gestora de contrato, fazer o acompanhamento de todo o seu cumprimento e assim não deixar os desassistidos", diz.
A Prefeitura e a Coranda assinaram termo de cooperação, uma espécie de contrato, em 18 de agosto. Quase dois meses depois de a empresa assumir, começaram a aparecer reclamações de funcionários que estavam sem receber.
Em 14 de outubro, a Secretaria de Transportes deu um prazo de 10 dias úteis para empresa se manifestar sobre as denúncias, inclusive a de que faltavam funcionários na operação.
No dia 19, a Prefeitura suspendeu o contrato com a Coranda. No dia 21, contratou de forma emergencial uma outra empresa para assumir as ciclofaixas por 3 meses, e, no dia 22, cancelou esse contrato e devolveu o serviço para a Coranda, mesmo já tendo colocado a CET para executar o serviço
A empresa que patrocinava as ciclofaixas antes da Coranda assumir desistiu da parceria com a prefeitura depois de dois anos.
Em 21 de outubro, a gestão municipal anunciou que havia contratado uma nova empresa para operar as ciclofaixas a partir deste domingo (23), após o termo de cooperação com a Agência Coranda TV ter sido suspenso por irregularidades.
A Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito fez um contrato de emergência por 90 dias com a empresa BK Consultoria e Serviços, no valor de R$ 8,7 milhões, para operar as ciclofaixas aos domingos e feriados das 7h às 16h. Mas esse contrato poderia ser suspenso a qualquer momento, caso a empresa Coranda corrigisse as irregularidades apontadas.
No dia seguinte, 22 de outubro, a prefeitura suspendeu o contrato emergencial com a empresa BK Consultoria, e voltou a operação do serviço para a Coranda.
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