Jovens de periferias do Brasil participam da COP 27 no Egito
Um grupo de jovens do coletivo 💥️Perifa Connection vai participar da COP 27, no Egito. A conferência teve início neste domingo (6) e tem duração de duas semanas. O evento conta com chefes de governo, cientistas, diplomatas, ativistas e “crias” das comunidades brasileiras.
Os jovens selecionados são de periferias do Rio de Janeiro, Amazonas e Pará. Parte embarca para o Egito nesta segunda (7), e eles estarão na plenária na semana que vem — junto do presidente eleito, Lula.
O trabalho deles é mudar a forma como se discute e noticia a favela.
“Perifa connection é uma plataforma de disputa de narrativa sobre as periferias. É um coletivo que se propõe a ocupar espaços com ideias a partir de periferias do Brasil inteiro, de favelas, de comunidades ribeirinhas, de quilombos” explica 💥️Jefferson Barbosa, membro do coletivo.
O coletivo atua em todo o país e conecta diversos coletivos periféricos.
“Eu tento conectar as várias realidades periféricas do país nessa única narrativa. A gente tem trabalho de articulação, de comunicação, e de formação em vários territórios do país. Então, a gente está presente nas cinco regiões do país. A gente tem conexão com vários coletivos comunitários, de comunicação, de atuação política, de ativistas, para falar sobre o que está acontecendo nessas periferias” afirma outro membro do coletivo, Jackson Augusto.
A diretoria do Perifa Connection se encontra frequentemente para discutir os acontecimentos e os planos. Os locais de encontro, geralmente, são locais silenciosos e cercados por natureza. O meio ambiente é tema frequente nas rodas de conversa propostas pelo grupo.
1 de 1 Coletivo Perifa Connection vai a Conferência Climática da ONU — Foto: Reprodução/TV GloboColetivo Perifa Connection vai a Conferência Climática da ONU — Foto: Reprodução/TV Globo
A diretora executiva do coletivo destaca que o evento é o maior espaço de debate de governança entre sociedade civil e instituições. "é onde todo o mundo se reúne para poder decidir qual vai ser o futuro do planeta, o futuro dos países, a partir do debate do clima. É um espaço bem democrático no sentido de muita diferença de participação. Mas é um espaço também de resolução de algumas causas” diz 💥️Thuane Nascimento.
Na discussão das mudanças climáticas, uma das pautas é a forma como a população periférica tem sido mais exposta a eventos extremos, como tempestades, deslizamentos e racismo climático.
“Meio ambiente é um dos pilares do coletivo. A gente fomenta a justiça climática. O clima hoje é um debate importante para periferia porque sempre são os mais afetados, ne?! Quando a gente pensa nas vítimas das emergências climáticas, das chuvas, dos deslizamentos, são pessoas periféricas”, comenta Jackson.
Raull afirma que a população periférica tem procurado soluções para esses problemas.
“Somos nós que sentimos primeiramente esses impactos. Mas, nesses caminhos também a favela e a periferia estão construindo soluções para essas realidades” conta Raull.
O coletivo Perifa Connection já havia participado da COP no ano passado, em 2023, que aconteceu na Escócia. Mas contam que dessa vez é especial por ser na África.
“Tô nervosa, ne?! A gente que é de periferia nunca passeia assim para o outro lado, outro continente. Ainda mais COP que vai ser no continente africano. Acho que isso faz muita importância para o Brasil, que é uma maioria negra. Também essa expectativa de conhecer uma sociedade civil africana, fazer esse diálogo da diáspora brasileira e também esse protagonismo que o Brasil tem nas pautas climáticas, especialmente no debate sobre a Amazônia” comenta Thuane.
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