Grupo teatral de Nova Iguaçu traz peça sobre a Chacina da Candelária ao Rio
Desenvolvida por moradores da Baixada Fluminense, a peça "Candelária" está em cartaz no Teatro Sérgio Porto, no Humaitá, na Zona Sul do Rio, até o dia 13 de novembro. Em seguida, faz uma temporada gratuita de 16 a 24 de novembro no Museu de História e Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB), na Gamboa, no Rio.
As apresentações gratuitas serão nos dias 16, 17, 23 e 24 de novembro.
Criada por moradores de Nova Iguaçu, o espetáculo é separado em três cenários históricos: a chegada do primeiro navio negreiro no Brasil, políticas de embranquecimento da população e a Chacina da Candelária.
💥️Karla Muniz Ribeiro, de 24 anos, é a dramaturga por trás desse espetáculo. Além de escrever, ela também atua na peça. Ela conta que a mãe sempre fez questão de levar ela para teatro, cinema, agendas culturais e ela até lembra do primeiro espetáculo que assistiu, aos 6 anos.
1 de 3 Karla Muniz Ribeiro brincando de ser professora quando mais nova — Foto: Arquivo pessoalKarla Muniz Ribeiro brincando de ser professora quando mais nova — Foto: Arquivo pessoal
Dez anos depois, ela escreveu sua primeira peça, junto com dois amigos da escola. A peça concorreu em um campeonato escolar e ganhou o prêmio de Melhor Espetáculo. Ela também foi premiada.
“Eu escrevi a minha primeira peça com dois amigos e ganhei meu primeiro prêmio de melhor atriz. Sabe quando você se encontra? Foi ali que eu vi que eu sabia fazer alguma coisa!”, conta Karla.
Hoje ela é formada em Teatro pela Casa de Artes de Laranjeiras pelo FIES e fazendo licenciatura em Educação Artística para dar aulas na Baixada Fluminense.
“Eu voltei para a Baixada com sede de ser um ponto de inspiração para meninas como eu, com sede de ser professora e remontar uma imaginação, um sonhar. Eu sempre falo aquela frase do Emicida ‘nunca volte para a sua quebrada de mão e mente vazia’”, afirma a dramaturga.
2 de 3 Karla Muniz Ribeiro atuando na peça Candelária — Foto: Divulgação/Camila CurtyKarla Muniz Ribeiro atuando na peça Candelária — Foto: Divulgação/Camila Curty
Segundo Karla, durante o processo de criação da peça, ela se recordou da sua infância, atravessada pelas narrativas tratadas na obra.
A atriz conta que a peça também é educativa, já que é um tema raro nas salas de aula.
"É um assunto difícil de explicar, é para se divertir mas também para se ligar que isso é uma aula de história. É uma aula de história na nossa linguagem", ressalta Karla.
O diretor da peça, 💥️Madson Vilela, também é da Baixada. Ele conta que sempre foi envolvido em atividades artísticas e entrou para o teatro com 15 anos. Uma oportunidade oferecida pelo projeto Nós da Baixada, que oferecia cursos para todas as idades.
3 de 3 Madson Vilela, ator e diretor da peça Candelária — Foto: Arquivo pessoalMadson Vilela, ator e diretor da peça Candelária — Foto: Arquivo pessoal
“Era algo que eu ocupava meu tempo com algo de qualidade, atendia a gente que era vulnerável para fazer algo legal. A gente se divertia muito, era ocupado de crianças e adolescentes pretos. Algo aconteceu em mim que eu decidi que faria isso da minha vida, eu decidi que ia viver disso”, relembra Madson.
Ele é um dos criadores do grupo 💥️Teatro Baixo, que existe há 8 anos e foi fundado depois do fim do projeto social. Hoje, quinze anos depois do início de tudo, Madson é ator e está dirigindo a peça Candelária.
“É minha primeira direção solo, foi um grande desafio aceitar isso”, afirma o ator.
O elenco, o diretor e a dramaturga já se conheciam, o que facilitou o processo criativo da obra.
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