Gabriel Monteiro: entenda as acusações contra o ex-vereador
Preso preventivamente nesta segunda-feira (7) sob uma nova acusação de estupro, o ex-PM e ex-vereador Gabriel Monteiro tem uma longa lista de denúncias contra ele: assédio sexual, moral e estupro, intimidações, agressões e crimes contra menores de idade.
O conjunto de acusações o levaram a perder o mandato de vereador, por quebra de decoro parlamentar, após votação no plenário da Câmara.
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O ex-PM é réu por filmar e armazenar vídeo em que pratica sexo com uma adolescente de 15 anos, tendo sido comprovado pelo Conselho de Ética que o vereador tinha ciência da idade da vítima – fato que configura, em tese, o crime sexual previsto no art. 240, caput, do Estatuto da Criança e do Adolescente.
O MP narra que Gabriel e a adolescente trocaram mensagens e que, em determinado momento, Gabriel convidou a adolescente para ir à mansão dele, num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Também de acordo com a promotoria, passados cinco meses desde o primeiro encontro, o parlamentar usou o próprio celular para filmar a adolescente enquanto eles tinham relações sexuais.
Ainda em abril, Gabriel Monteiro foi alvo de uma operação da Polícia Civil para investigar justamente o vazamento de vídeos íntimos com a adolescente.
Gabriel Monteiro também é réu em uma investigação de assédio sexual e importunação sexual contra a ex-assessora do parlamentar Luiza Caroline Bezerra Batista, de 26 anos.
Na denúncia, a promotora Lenita Machado Tedesco cita que a ex-assessora era constantemente constrangida a participar de vídeos modificados, "não podendo deles reclamar", uma vez que era ameaçada de demissão.
"(...) Os roteiros de vídeos eram elaborados pela ofendida e por outros funcionários, porém o indigitado os distorcia e os transformava em roteiros de 'cunho sexual', ocasiões em que se aproveitava da situação para passar as mãos nos seis e nas nádegas da vítima", narra um trecho do documento.
Os relatos de Luiza foram feitos em uma reportagem do Fantástico, exibida no fim de março, e citam beijos e abraços sem consentimento, cenas constrangedoras e carinhos “em todas as regiões do corpo”.
Luiza Batista foi assistente de produção de Gabriel Monteiro e registrou queixa na polícia.
Também é investigada a exposição vexatória de crianças, por meio da divulgação de vídeos manipulados em situação de vulnerabilidade para fins de enriquecimento e promoção pessoal.
1 de 3 Vereador e youtuber Gabriel Monteiro é acusado de usar conteúdo fake em vídeos postados na internet — Foto: Reprodução/ TV GloboVereador e youtuber Gabriel Monteiro é acusado de usar conteúdo fake em vídeos postados na internet — Foto: Reprodução/ TV Globo
Outra denúncia se refere à exposição vexatória, abuso e violência física contra pessoa em situação de rua, por meio de pseudo experimento social com a finalidade de enriquecimento e promoção pessoal.
Assessores do gabinete de Gabriel denunciaram que ele os expunha a situações vexatórias com a exibição de partes íntimas do seu corpo, exigência de que os assessores também se exibissem ou se deixassem filmar em situação de nudez.
2 de 3 Gabriel Monteiro e seus assessores e ex-assessores — Foto: Reprodução/TV Globo
Gabriel Monteiro e seus assessores e ex-assessores — Foto: Reprodução/TV Globo
Uma denúncia versava que gabinetes de vereadores haviam sido grampeados com escutas para a descoberta de situações em que os parlamentares pudessem ser ameaçados.
Utilização de servidores de seu gabinete parlamentar para a atuação em sua empresa privada – fato que constitui, em tese, o crime de peculato previsto no art.312 do CP.
No meio do ano, a TV Globo também teve acesso a denúncias de estupro contra o parlamentar. Três mulheres diferentes, com histórias parecidas de relacionamentos consentidos que acabaram em violência.
Uma das vítimas contou que no dia 14 de maio de 2017 saiu de uma casa noturna com Gabriel Monteiro e os dois entraram no carro dele. Ela afirmou que eles começaram a se beijar. Poucos minutos depois, o ex-vereador passou a apresentar um comportamento agressivo.
Que após o início do ato sexual, até então consentido, Monteiro começou a dar tapas no rosto e socos nas costelas dela. E que ele ignorou o pedido para usar camisinha.
A vítima disse que pediu pra Gabriel parar. Mas, que ele pegou uma arma e apontou para a cabeça dela.
Depois, sem o consentimento da vítima, começou a filmá-la e enviar vídeos por WhatsApp. No dia seguinte, a mulher procurou um hospital. No prontuário da paciente está escrito: "hipótese diagnóstica: violência sexual".
Nesta segunda-feira, um outro caso veio à tona, e levou a Justiça a decretar a prisão preventiva dele. O caso teria ocorrido no dia 15 de julho, segundo a mulher que o denunciou.
Ela afirma que conheceu Gabriel na boate Vitrinni, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e de lá foi levada para a casa de um amigo de Monteiro, no Joá, na Zona Sul.
Segundo a vítima, no local, Gabriel a obrigou a fazer sexo com ele, com violência, passando uma arma no seu rosto, empurrando-a na cama, segurando seus os braços e dando tapas na cara da vítima.
Na decisão, Rudi Baldi Loewenkron também determinou que sejam aprendidos celulares e armas de fogo do acusado. O processo corre em segredo de Justiça.
No final de junho, o MPRJ também denunciou o vereador por importunação sexual e assédio sexual. No dia 5 de julho, a Justiça aceitou a denúncia e Gabriel também se tornou réu nesse processo.
Nesse caso, a investigação apurava os possíveis crimes de assédio sexual e importunação sexual contra a ex-assessora do parlamentar 💥️Luiza Caroline Bezerra Batista, de 26 anos.
Na denúncia, a promotora 💥️Lenita Machado Tedesco cita que a ex-assessora era constantemente constrangida a participar de vídeos modificados, "não podendo deles reclamar", uma vez que era ameaçada de demissão.
3 de 3 Gabriel Monteiro na saída de depoimento na 42ªDP (Recreio dos Bandeirantes) na tarde desta quinta-feira (7) — Foto: Raoni Alves/ g1Gabriel Monteiro na saída de depoimento na 42ªDP (Recreio dos Bandeirantes) na tarde desta quinta-feira (7) — Foto: Raoni Alves/ g1
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