Testemunha fala em grupo de ‘privilegiados’ e ‘escravos’ na casa de Flordelis
Flordelis durante no primeiro dia de julgamento — Foto: Brunno Dantas/TJRJ
A terceira testemunha a ser ouvida nesta segunda-feira (7), início do júri popular de Flordelis e outros quatro réus acusados pela morte do pastor Anderson do Carmo, foi 💥️Regiane Ramos Cupti.
Ela é ex-patroa de Lucas César dos Santos, um dos filhos adotivos de Flordelis também envolvido no crime e já julgado.
No início de sua oitiva, ela falou como criou laços com Lucas, que tinha pena do menino que sempre andava sujo e maltrapilho e, que após contratá-lo para trabalhar em sua oficina, começou a saber o que acontecia na casa da ex-deputada federal.
2 de 5 Filho afetivo de Flordelis, Lucas Cezar dos Santos de Souza durante depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar — Foto: Cleia Viana/Câmara dos DeputadosFilho afetivo de Flordelis, Lucas Cezar dos Santos de Souza durante depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar — Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Uma dessas dinâmicas, segundo a testemunha, era a dos filhos preferidos, os 💥️“privilegiados”, que tinham roupas, comida e não trabalhavam na casa da ex-parlamentar, e os dos 💥️“escravos”, que trabalhavam, não tinha acesso à comida ou a uma de qualidade inferior e eram maltratados por Flordelis.
Entre os maus-tratos narrados pela testemunha, haveria um 💥️taco de beiseball na casa que era usado para ameaçar os filhos que não obedecessem às ordens.
Lucas pertenceria a esse segundo grupo e, segundo relato de Regiane, começou a ser procurado por Flordelis e melhor tratado para
“É uma família perigosa. Saindo daqui não sei o que pode acontecer comigo, o que os netos dela podem fazer comigo. Mas eu não vou me calar, não posso ficar me calando. Hoje mesmo me citaram na sala de testemunha para ver se eu desistia de sentar aqui para falar”, disse Regiane sobre um processo de injúria, que a defesa de Flordelis move contra ela e que teria apresentado na sala de testemunhas.
No início da oitiva, Rodrigo Faucz, advogado de Flordelis, tentou impedir a oitiva da testemunha dizendo que ela estava sendo processada e que havia uma liminar contra Regiane Ramos Cupti e que a impedia de falar o nome da ex-deputada.
O pleito defensivo foi indeferido pela juíza Nearis Arce alegando que testemunha ainda não havia sido julgada.
3 de 5 Detalhe do chinelo de Flordelis durante a audiência — Foto: Brunno Dantas/TJRJ
Detalhe do chinelo de Flordelis durante a audiência — Foto: Brunno Dantas/TJRJ
O primeiro dia de júri começou na segunda-feira(7). Flordelis chegou ao Fórum de Niterói por volta das 8h. No banco dos réus, a missionária chorava muito — sobretudo quando viu parentes na plateia.
Além da ex-parlamentar, serão julgados ainda sua filha biológica 💥️Simone dos Santos, a neta 💥️Rayane dos Santos e os filhos afetivos 💥️André Luiz e💥️ Marzy Teixeira.
Por causa do número de réus, a sessão deve durar mais de um dia. As partes convocaram 30 testemunhas.
O pastor Anderson do Carmo foi morto no dia 16 de junho de 2023. Ele foi executado a tiros na residência da família, no bairro de Pendotiba, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Flordelis é acusada de ser a mandante do crime e responderá por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
4 de 5 Flordelis no banco dos réus, no primeiro dia de julgamento — Foto: Brunno Dantas/TJRJFlordelis no banco dos réus, no primeiro dia de julgamento — Foto: Brunno Dantas/TJRJ
Já Mary Teixeira Silva, Simone dos Santos Rodrigues e André Luiz de Oliveira responderão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada; Rayane dos Santos Oliveira, por homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada.
Sobre o julgamento iniciado nesta segunda, a defesa de Flordelis afirmou esperar "que os jurados julguem sem qualquer preconceito, com base exclusivamente nas provas do processo. A defesa vai apresentar a realidade, o que de fato aconteceu, as verdadeiras situações, e não aquilo que a acusação trouxe de maneira falaciosa no decorrer destes anos.”
“Se os jurados julgarem de acordo com as provas do processo, não há como condenar os nossos clientes. Como a acusação não tem provas, focaram apenas em desconstruir a imagem dela, no intuito de impactar os jurados para situações que nada tem a ver com o crime”, acrescentaram os advogados.
Em sessão de julgamento que teve início no dia 12 de abril deste ano, se encerrando já na manhã do dia 13, o Tribunal do Júri de Niterói condenou outros quatro réus pelo caso.
Filho biológico de Flordelis, 💥️Adriano dos Santos Rodrigues foi condenado a 4 anos, seis meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto por uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada; o ex- PM 💥️Marcos Siqueira Costa, a 5 anos e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado; e sua esposa 💥️Andréa Santos Maia, a 4 anos, três meses e dez dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto.
O filho afetivo 💥️Carlos Ubiraci Francisco da Silva foi condenado pelo crime de associação criminosa armada a dois anos, dois meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto. No dia 28 de abril, a vara de execuções penais do TJRJ concedeu liberdade condicional a Ubiraci.
5 de 5 Carlos Ubiraci, filho afetivo de Flordelis — Foto: Reprodução/ TV GloboCarlos Ubiraci, filho afetivo de Flordelis — Foto: Reprodução/ TV Globo
Em novembro de 2023, o Tribunal do Júri de Niterói condenou 💥️Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico da ex-deputada federal Flordelis, a 33 anos 2 meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado por homicídio triplamente qualificado consumado, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada.
Ele foi denunciado como autor dos disparos de arma de fogo que provocaram a morte do pastor Anderson. Na mesma sessão de julgamento, 💥️Lucas Cezar dos Santos de Souza, filho adotivo de Flordelis, foi condenado por homicídio triplamente qualificado a 9 anos de prisão em regime inicialmente fechado. Ele foi acusado de ter sido o responsável por adquirir a arma usada no assassinato do pastor.
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