Dólar fecha em alta com eleições nos EUA e Orçamento de 2023 no radar do mercado

1 de 1 Dólar — Foto: REUTERS/Lee Jae-Won

Dólar — Foto: REUTERS/Lee Jae-Won

O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (9), dia de apuração dos resultados das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, o que tem movimentado o mercado em nível global. Também mexem com a taxa de câmbio as expectativas sobre a negociação do Orçamento de 2023.

A moeda norte-americana registrou alta de 0,7%, cotada a R$ 5,1815. Veja mais cotações.

No dia anterior, o dólar encerrou o dia com baixa de 0,50%, vendido a R$ 5,1455. Com o resultado de hoje, o dólar passou a acumular alta de 0,31% no mês. No ano, acumula queda de 7,05% frente ao real.

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No Brasil, os mercados continuam reagindo ao cenário político. Ontem, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin anunciou os primeiros nomes da equipe de transição do governo.

A ex-senadora Simone Tebet trabalhará de Assistência Social. O quarteto Pérsio Arida, André Lara Resende, Nelson Barbosa e Guilherme Mello fazem parte do grupo técnico de Economia. Isso contribuiu para um bom desempenho do real frente ao dólar na véspera.

Em contrapartida, ainda há cautela em relação ao Orçamento de 2023. Há expectativas de que o presidente eleito anuncie logo seus planos para a PEC da Transição, que pode liberar cerca de R$ 175 bilhões acima do teto de gastos para financiar contas públicas no próximo ano.

Pela manhã, Lula fez sua primeira vista a Brasília como presidente eleito e se reuniu com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). E, à tarde, com ministros do STF.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje a Pesquisa Mensal de Comércio referente a setembro. No mês, as vendas no varejo avançaram 1,1% e, em 12 meses, apresentaram uma alta de 3,2%. Amanhã, o IBGE divulga o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que representa a inflação oficial do país.

Em nível global, o principal evento do dia é a apuração das eleições de meio de mandato nos EUA, que têm esse nome justamente porque acontecem na metade do mandato de quatro anos do presidente do país, cargo atualmente ocupado por Joe Biden.

Essas eleições renovam a Câmara dos Deputados americana, além de um terço do Senado. Para Biden, é importante que o seu partido, o Democrata, conquiste a maioria dos votos para que suas propostas de governo sejam mais facilmente aprovadas.

Até agora, os resultados apontam uma vitória da oposição - o Partido Republicano - no Congresso, com 204 contra 176 deputados democratas até o momento. No Senado, um empate, republicanos lideram por uma cadeira. Acompanhe a apuração ao vivo.

Nos EUA, também segue a expectativa pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de outubro, que será divulgado nesta quinta-feira (10). O indicador reflete a inflação oficial do país e serve como um farol para o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) calibrar suas medidas de política monetária.

A principal forma que os bancos centrais têm de controlar a inflação é a elevação das taxas de juros, o que já vem acontecendo nos EUA. Na semana passada, o Fed elevou os juros em mais 0,75 ponto percentual, a um patamar entre 3,75% e 4,00% ao ano, e indicou que, nos próximos meses, outros aumentos de menor magnitude virão.

Quanto maiores são os juros nos EUA, maior é o rendimento dos títulos públicos americanos - que são considerados os mais seguros do mundo. Assim, se as taxas sobem por lá, a tendência é que os investidores retirem suas reservas de ativos de risco, como o moeda brasileira, e coloquem nos títulos que oferecem menos risco por um retorno atrativo, favorecendo o dólar.

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