Neta de Flordelis diz que lema dos ‘familiares preferidos’ era ‘negue até a morte’

A dinâmica familiar da casa de Flordelis que teria um núcleo familiar "preferido" e outro "desprezado, escravizado" voltou a aparecer nos depoimentos dados nesta quarta-feira (9), terceiro dia de julgamento da ex-deputada federal.

A ex-parlamentar é acusada da morte do marido, o pastor 💥️Anderson do Carmo, no dia 16 de junho de 2023. Também estão sendo julgados por envolvimento no assassinato a filha biológica de Flordelis Simone dos Santos, a neta Rayane dos Santos e os filhos adotivos André Luiz e Marzy Teixeira.

A declaração foi dada por 💥️Raquel Silva, neta de Flordelis e filha de Carlos Ubiraci - um dos envolvidos no crime e já julgado.

A jovem contou que a dinâmica de ter um grupo privilegiado na casa da pastora e outro que só trabalhava e comia as piores comidas continuava na segunda geração, a dos netos.

"Gabi, Júlia, Bruna e Miguel", disse.

Flordelis: preferidos e preteridos — Foto: Brunno Dantas/TJRJ 1 de 3 Flordelis: preferidos e preteridos — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Flordelis: preferidos e preteridos — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Raquel contou ainda que nunca se relacionou bem com a avó, mas que as duas romperam de vez quando ela, que pertencia ao grupo dos "escravizados", se recusou a cozinhar para o resto da família.

A jovem contou ainda que só voltou a falar com a avó quando esta soube que ela estava sendo procurada por investigdores para depor na Polícia Civil.

Raquel revelou ainda que, antes de ser expulsa da casa de Flordelis, foi chamada para receber uma espécie de treinamento com uma psicóloga chamada 💥️Paula Barros, e que fazia a simulação de um interrogatório.

Ao ser perguntada pelo Ministério Público se haveria algum lema na casa entre os membros preferidos, disse :💥️"Negue até a morte".

Os réus durante o julgamento — Foto: Brunno Dantas/TJRJ 2 de 3 Os réus durante o julgamento — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Os réus durante o julgamento — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Os promotores do caso perguntaram ainda se Raquel ganhou algum iphone, e ela disse que não. Mas que, após a morte de Anderson do Carmo, quem ficou na casa foi contemplado com um telefone novo.

Os promoteres quiseram saber ainda que havia algum taco de beiseball na casa, e a testemunha concordou. Questionada se era usado por alguém, respondeu:

Antes de Raquel Silva, depuseram ainda Daiane Freires, filha afetiva, Luana Vedovi, nora da Flordelis e Daniel dos Santos, filho adotivo da ex-deputada federal.

Em sua fala, Luana citou um plano confidenciado a ela por Marzy Teixeira, filha adotiva da missionária.

Flordelis durante o primeiro dia de júri — Foto: Brunno Dantas/TJRJ 3 de 3 Flordelis durante o primeiro dia de júri — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Flordelis durante o primeiro dia de júri — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Durante as perguntas dos jurados, ela também fez críticas ao pastor Anderson. Segundo Luana, Flordelis e o ex-marido mantinham segredos e "muitas mentiras", o que iria contra as leis religiosas seguidas pelo casal.

"O pastor Anderson também não era um pastor de verdade”, lamentou. "É muito doloroso dizer isso"

Daniel dos Santos de Souza, registrado como filho de Flordelis e Anderson do Carmo, foi o segundo a prestar depoimento.

Assim como Wagner e Alexsander, filhos afetivos da pastora e ex-deputada federal, Daniel também prestou depoimento por videoconferência porque não quis falar em frente aos réus. O motivo, segundo ele, é sentimental.

Durante o depoimento de Daniel, Flordelis chorou e foi amparada por uma das advogadas de sua equipe de defesa. Ao contar sobre a noite da morte de Anderson, Daniel também chorou.

"Era perto da garagem", relatou Daniel. "Eu me lembro de ouvir seis disparos. Teve intervalo sim, entre os tiros. A minha mãe, Flordelis, gritava, que tinham matado o marido dela"

Daniel também confirmou que sabia de um plano para matar o pastor Anderson do Carmo, e que inclusive o próprio Anderson sabia da existência do complô:

Lucas foi condenado a sete anos de prisão, em 2023, por intermediar a compra da arma utilizada no crime.

Após o enterro de Anderson do Carmo, segundo Daniel, houve uma reunião em que Flordelis o chamou para conversar em uma "sala vip".

Segundo ele, Flordelis criticou Anderson e disse que "Deus já estava planejando levá-lo".

“Ela falava que meu pai não era nenhum santo, e sempre dizia que Deus ia levar meu pai, que ele fazia algumas coisas erradas”

Daniel contou, após uma pergunta dos jurados, que sabia de planos para tentar envenenar o pastor Anderson:

“Tayane disse que uma vez o Miguel foi pegar o iogurte para tomar, sendo que ela não deixou, ela tomou e passou mal”

Até esta quarta-feira, foram ouvidas seis testemunhas arroladas pela acusação: os delegados Bárbara Lomba e Allan Duarte, Regiane Ramos, o inspetor Tiago Vaz e os filhos afetivos de Flordelis Alexsander Mendes e Wagner Pimenta.

Além da ex-parlamentar, outros quatros réus estão sendo julgados: a filha biológica de Flordelis Simone dos Santos, a neta Rayane dos Santos e os filhos adotivos André Luiz e Marzy Teixeira.

A morte de Anderson do Carmo ocorreu na noite de 16 de junho de 2023. O pastor foi morto, com mais de 30 tiros, na garagem da casa onde morava com a família, em Pendotiba, Niterói.

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