Gal gostava de fazer as refeições em casa e sempre pedia comida delivery de restaurante na Consolação, conta chef de cozinha
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Gal Costa na última apresentação em Brasília, no Festival CoMA — Foto: Thais Mallon/ Festival CoMA
Durante os anos em que morou na capital paulista, a cantora Gal Costa manteve uma rotina reservada. Caseira, ela gostava de pedir comida delivery em um restaurante na Consolação, na região onde vivia.
"Quando ela começou a morar, ela começou a vir. Depois veio a pandemia e ela pedia em casa. Ela sempre pediu delivery. Inclusive, o meu rapaz que faz delivery, eu não estava aqui, ele disse que ela pediu ontem à noite. Ela pedia quinoa, verduras no vapor, feijão preto, arroz", relatou ao Bom Dia SP a chefe de cozinha Ina de Abreu.
Gal morreu aos 77 anos, em São Paulo, nesta quarta-feira (9). A informação foi confirmada pela assessoria da cantora. Ela cancelou alguns shows, após passar por uma cirurgia para retirar um nódulo na fossa nasal direita.
Em entrevista à TV Globo durante a pandemia, Gal contou que saía de casa apenas durante o dia e não gostava mais da vida noturna.
"Eu sou muito caseira, na verdade. Não saio. Saio mais de dia. Quando eu era jovem, saía muito à noite. Gostava da noite. Hoje, já mais envelhecida, eu sinto prazer em ficar casa, vendo televisão, vendo notícias."
O corpo da cantora Gal Costa, uma das maiores do Brasil, será velado na Assembleia Legislativa de São Paulo, na Zona Sul da capital, na sexta-feira (11) das 9h às 15h. A cerimônia será aberta ao público. O enterro será fechado apenas para amigos próximos e familiares.
Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de setembro de 1945 em Salvador e foi a voz de clássicos da MPB como "Baby", "Meu nome é Gal", "Chuva de Prata", "Meu bem, meu mal", "Pérola Negra" e "Barato total".
Foram 57 anos de carreira, iniciada em 1965, quando a cantora apresentou músicas inéditas de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Ela ainda era Maria da Graça quando lançou "Eu vim da Bahia", samba de Gil sobre a origem da cantora e do compositor.
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Os músicos João Gilberto, Caetano Veloso e Gal Costa, em agosto de 1971 — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo
Três anos depois, veio outro clássico: "Baby", de Caetano Veloso. A canção foi feita para Maria Bethânia, mas Gal a lançou em disco e a projetou no álbum-manifesto da Tropicália. "Divino maravilhoso" (de Gil e Caetano) foi outra da fase tropicalista.
Ao longo dos anos 60 e 70, ela seguiu misturando estilos. Dedicou-se ao suingue de Jorge Ben Jor com "Que pena (Ela já não gosta mais de mim)" e foi pelo rock com "Cinema Olympia", mais uma de Caetano. "Meu nome é Gal", de Roberto e Erasmo Carlos, serviu como carta de apresentação unindo Jovem Guarda e Tropicália.
Ao gravar "Pérola negra", em 1971, ajudou a revelar o então jovem compositor Luiz Melodia (1951-2017). No mesmo ano, lançou "Vapor barato", mostrando a força dos versos de Jards Macalé e Waly Salomão.
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A cantora Gal Costa durante ensaio no Rio de Janeiro em setembro de 1968 para a capa do disco 'Gal Costa', lançado em 1969, pela gravadora Philips — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo
A cantora Gal Costa durante ensaio no Rio de Janeiro em setembro de 1968 para a capa do disco 'Gal Costa', lançado em 1969, pela gravadora Philips — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo
Ela seguiu gravando várias músicas de Gil e Caetano, mas foi incluindo no repertório versos de outros compositores como Cazuza ("Brasil", 1998); Michael Sullivan e Paulo Massadas ("Um dia de domingo", de 1985); e Marília Mendonça ("Cuidando de longe", 2018).
Na longa carreira, Gal lançou mais de 40 álbuns entre discos de estúdio e ao vivo. "Fa-tal", "Índia" e "Profana" foram três dos principais.
Ela estava em turnê com o show "As várias pontas de uma estrela", no qual revisitava grandes sucessos dos anos 80 do cancioneiro popular da MPB. "Açaí", "Nada mais", "Sorte" e "Lua de mel" eram algumas das músicas do repertório.
Bem recebido pelo público e pela crítica, esse show fez com que a agenda de Gal ficasse agitada após a pandemia. A estreia aconteceu em São Paulo, em outubro do ano passado.
Além de rodar o Brasil, Gal entrou na programação de vários festivais e ainda tinha uma turnê na Europa prevista para novembro.
Ela deixa o filho Gabriel, de 17 anos, que inspirou o último álbum de inéditas. "A pele do futuro", de 2018, foi o 40º disco da carreira. "Está vindo a geração que salvará o planeta", disse ela ao g1, quando lançou o álbum.
O último álbum lançado foi "Nenhuma Dor", em 2023, quando Gal regravou músicas como "Meu Bem, Meu Mal", "Juventude Transviada" e "Coração Vagabundo", com cantores como Seu Jorge, Tim Bernardes e Criolo.
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Caetano Veloso e Gal Costa no programa 'Saudade não tem idade' — Foto: Acervo Grupo Globo
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A cantora Gal Costa, durante participação especial para o disco de Gilberto Gil 'Expresso 2222', gravado no estúdio da Rádio Eldorado em São Paulo em junho de 1972 — Foto: Solano José de Freitas/Estadão Conteúdo/Arquivo
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Gal Costa — Foto: Thereza Eugênia/Divulgação
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Carro do serviço funerário na casa de Gal Costa, nos Jardins — Foto: TV Globo
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