Laudo aponta que disparador automático de paraquedas de empresário que morreu ao cair sobre telhado estava funcionando

Paraquedista da Grande São Paulo — Foto: Arquivo pessoal - Reprodução 1 de 2 Paraquedista da Grande São Paulo — Foto: Arquivo pessoal - Reprodução

Paraquedista da Grande São Paulo — Foto: Arquivo pessoal - Reprodução

O Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo analisou o estado de conservação do paraquedas e do disparador automático usados pelo empresário Andrius Jamaico, de 38 anos, que morreu após um salto de paraquedas em 19 de julho, em Boituva, no interior de São Paulo, e apontou que o equipamento estava funcionando.

Andrius tinha começado a fazer aulas de paraquedismo recentemente, como uma forma de hobby, segundo a família e um amigo, que saltou pouco antes dele. A vítima morava Diadema (SP), na Grande São Paulo, e era dona de um bar e de uma empresa de transportes.

O documento do IC inicial e outro complementar apontaram que o paraqueda principal e o reserva não chegaram a ser acionados, mas a linha que faz o travamento do reserva foi cortada pelo dispositivo de abertura automática (DAA), o que mostra, segundo o perito, que o dispositivo de segurança estava ligado.

Na caderneta de dobragem do paraquedas reserva constava que estava na validade (26 de maio de 2022, com prazo de 180 dias). Não foram encontrados rasgos.

O display do dispositivo de abertura automática (DAA) estava aparentemente inoperante durante os exames, mas funcionou e cortou a linha, apontou o perito. O aparelho funciona com variação de pressão. Caso a pressão varie muito rapidamente, na altura programada ele dispara e corta a linha do sistema que aciona o paraquedas reserva, sem a necessidade do comando do paraquedista.

Segundo a Polícia Civil, o inquérito está em andamento e não foi finalizado.

O💥️g1 entrou em contato com o advogado da defesa do instrutor, Martim de Almeida Sampaio, que comentou o caso.

“O exame pericial efetuado pelo Departamento de Criminalística concluiu que o paraquedas estava de acordo com as normas técnicas, coincidindo com o que sempre foi sustentado pelos envolvidos no acidente: foi uma fatalidade, onde o instrutor utilizou de todos os recursos possíveis para salvar o aluno, e que o equipamento utilizado estava plenamente operante. O acidente ocorrido não é inédito, havendo um precedente nos Estados Unidos, onde o DAA disparou e o pilotinho do reserva enroscou no corpo do aluno, ocorrendo a fatalidade."

O acidente que terminou com a morte de Andrius aconteceu no início da tarde de 19 de julho na Rua José Scomparim, em Boituva. Segundo a polícia, a vítima atingiu o telhado de uma casa no Jardim Hermínia e morreu no local.

Desde então, as causas do acidente estão sendo investigadas pela Polícia Civil. Segundo o delegado responsável pelo caso, os policiais constataram no local da queda que não houve a abertura total do equipamento da vítima e que, antes de cair, o paraquedista girou várias vezes no ar.

Um vídeo, obtido com exclusividade pelo 💥️Fantástico, gravado pela câmera presa ao capacete do instrutor de Andrius, mostra em detalhes o que aconteceu 💥️(veja abaixo).

O rapaz, que ainda estava na metade do curso, fazia o terceiro salto da vida, ainda acompanhado, quando se lançou do avião e, pouco depois, foi segurado pela manga pelo instrutor.

Andrius mostrou que sabia a posição da manopla que comanda o paraquedas, na base da mochila, e o instrutor soltou o aluno para a manobra de estabilização. O aluno começou a girar. Caindo a mais de 200 km/h, ele não conseguiu se estabilizar.

O instrutor chegou perto, agarrou Andrius pela perna, mas não conseguiu segurá-lo por muito tempo.

Para o presidente da Associação de Paraquedistas, o acidente aconteceu porque o aluno não utilizou a "regra dos cinco segundos", que diz que o atleta deve abrir o paraquedas imediatamente se não ficar estável no ar dentro do período estipulado.

O presidente disse ainda que Andrius estava com a documentação em dia para praticar o esporte e saltou acompanhado de um instrutor devidamente habilitado.

Três dias após a morte de Andrius, o Centro Nacional de Paraquedismo (CNP) chegou a anunciar a suspensão de suas atividades. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu uma liminar em agosto, que permitiu a retomada dos saltos de paraquedas na área urbana

De acordo com a Prefeitura de Boituva, o CNP é o local onde mais se salta de paraquedas no mundo, entre saltos turísticos e profissionais, promovendo aproximadamente 30 mil lançamentos por mês.

Centro Nacional de Paraquedismo em Boituva, no interior de São Paulo — Foto: skyradical.com.br/Reprodução 2 de 2 Centro Nacional de Paraquedismo em Boituva, no interior de São Paulo — Foto: skyradical.com.br/Reprodução

Centro Nacional de Paraquedismo em Boituva, no interior de São Paulo — Foto: skyradical.com.br/Reprodução

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