Afinal, quem ganhou as eleições nos EUA?
Apoiador do Partido Republicano durante ato de campanha da sigla na Georgia, em 2 de novembro de 2022. — Foto: John Bazemore/ AP
Senado empatado, Câmara com provável vitória republicana, porém apertada. Cinco dias após a votação, o cenário da complexa eleição de meio de mandato dos Estados Unidos ainda é indefinido neste sábado (12).
Cidadãos do país foram às urnas na terça-feira (8) para escolher os 435 deputados da Câmara e 35 de um total de cem senadores, além de 36 governadores e todas as Câmaras locais, além de votações pontuais.
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Segundo as principais projeções, os republicanos seguem à frente na disputa principal, a da Câmara dos Deputados do país - chamada por lá de Câmara dos Representantes.
Desde meses antes da votação, as principais pesquisas projetavam uma vitória por ampla maioria do Partido Republicano na Câmara, amparada por baixos índices de aprovação do governo de Joe Biden e por uma forte campanha, na reta final, do ex-presidente Donald Trump, que ldera centenas de candidatos negacionistas.
Conforme a contagem dos votos foi avançando, no entanto, a possibilidade de um controle amplo da Casa pelos republicanos foi se afastando. Até a manhã deste sábado (12), os dois partidos rivais tinham apenas dez votos de diferença, de um total de 534 assentos que tem a Câmara dos Representantes.
A provável derrota dos democratas, acabou, portanto, sendo tomada agora como uma espécie de vitória pela pouca diferença e foi inclusive celebrada pelo presidente Joe Biden.
No geral, no entanto, o Partido Democrata vê as eleições de meio mandato como uma derrota de uma forma geral.
Biden também acha possível que os democratas garantam uma vitória virtual no Senado, onde as projeções indicavam cenário de empate na manhã de sábado. Isso porque, nesta Casa, a vice-presidente do país - cargo atualmente ocupado pela democrata Kamala Harris - tem direito a voto de desempate em votações em plenária.
A situação por lá está indefinida por conta da demora na contagem de votos no estado de Nevada e o empate entre os candidatos democrata e republicano na Geórgia, o que levou autoridades eleitorais locais a convocarem um segundo turno apenas para a vaga no Senado. A votação ocorrerá em dezembro.
E é algo perto disso, mas dá para entender por que: o país não tem um órgão governamental único responsável por fazer essa contagem e anunciar o resultado à nação. É competência de cada estado fazer sua própria contagem, com seu sistema e tempos particulares.
Quem agrega todos esses dados são órgãos independentes- ou seja, não governamentais. O principal deles é a agência de notícias Associated Press.
Com equipes especializadas no processo eleitoral e presente nos locais de votação em todos os 50 estados, a agência recolhe dados das contagens e os insere em um banco de dados eleitorais próprio, submetido a rechecagens.
2 de 2 O astronauta e senador democrata dos EUA Mark Relly, que venceu a disputa pelo Senado no Arizona, durante comício no início de novembro de 2022. — Foto: Alberto Mariani/ AP
O astronauta e senador democrata dos EUA Mark Relly, que venceu a disputa pelo Senado no Arizona, durante comício no início de novembro de 2022. — Foto: Alberto Mariani/ AP
Duas vitórias conquistadas pelos democratas neste sábado (12) no Arizona bombearam os ânimos do partido.
Em uma delas, Mark Relly, um astronauta que já participou de quatro missões espaciais, venceu a disputa no estado para o Senado no estado, derrotando o republicano Blake Masters, um empresário do mercado de capital de risco.
Kelly, que também serviu a Marinha, sobreviveu a um tiro na cabeça durante uma tentativa de assassinato em 2011 e virou um forte crítico da posse de armas. Foi uma vitória, portanto, simbólica, mas que também fez com que o placar das projeções indicasse um empate, com 49 votos para cada lado - o que, com o voto da vice-presidente, significa o controle dos democratas no Senado.
O destaque, neste caso, é que ele derrotou um dos principais negacionistas que concorriam nestas eleições dos EUA: o republicano Mark Finchem, que era visto como uma das maiores ameaças à democracia norte-americana.
O motivo: Finchem foi um dos participantes da invasão ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2023. Até hoje, ele contesta a vitória do presidente Joe Biden nas urnas.
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