No G20, Zelensky diz estar convencido de que 'este é o momento em que a guerra pode e deve ser interrompida'
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, defendeu a líderes do G20 que a guerra pode estar perto do fim. "Estou convencido que agora é o momento em que a guerra pode e deve ser interrompida", afirmou ele por vídeo em reunião com os países mais ricos do mundo.
Zelensky acredita que o recuo russo em Kherson é uma oportunidade para pressionar Putin e chegar a um acordo de paz. "Nós não vamos permitir que a Rússia recomponha suas forças", afirmou.
1 de 1 Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante visita à cidade de Kherson — Foto: Assessoria da presidência ucraniana/via REUTERSPresidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante visita à cidade de Kherson — Foto: Assessoria da presidência ucraniana/via REUTERS
O plano de paz de Zelensky pede a retirada de todas as tropas russas e que a Ucrânia mantenha seus territórios. Ele também pede a libertação de todos os prisioneiros ucranianos.
"Por favor, escolham o caminho da liderança - e juntos vamos implementar a fórmula da paz", disse ele aos líderes do G20.
Putin não está presente no G20 e está sendo representado pelo ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov.
O chanceler russo disse que as condições da Ucrânia para reiniciar as negociações com Moscou eram "fora da realidade".
Os Estados Unidos esperam que o G20 condene a guerra da Rússia na Ucrânia e o impacto provocado por ela na economia global até o fim do encontro em Bali.
Líderes de governo das principais economias do mundo se reúnem para o encontro do G20, que começou às 22h desta segunda (14) (9h de terça-feira no horário local) na ilha indonésia de Bali, onde um dos principais assuntos em debate será a invasão da Ucrânia.
O Grupo dos 20, conhecido como G20, é uma organização que reúne ministros da Economia e presidentes de Banco Centrais de 19 países e da União Europeia. Juntas, essas nações representam cerca de 80% de toda a economia global. O Brasil faz parte desse grupo, mas o presidente Bolsonaro não foi ao evento. O chanceler Carlos França representa o país.
A retomada de Kherson significa um revés para a Rússia porque a cidade foi fundamental para a estratégia do país até o momento – em Kherson, os russos tinham acesso terrestre à península da Crimeia, que Moscou queria usar para chegar ao ocidente do território da Ucrânia e isolar a saída do país para o Mar Negro.
Em posição estratégica - ao lado da península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014 e à beira do Mar Negro -, Kherson foi a única grande capital regional capturada por Moscou desde o início da invasão russa ao país vizinho, em 24 de fevereiro deste ano. E uma das primeiras cidades totalmente tomadas pelas tropas russas.
Em setembro, no entanto, a Ucrânia pôs em ação uma ambiciosa campanha de reconquista de territórios ocupados pelos russos, com o apoio logístico e armamentista de países do Ocidente. Kherson foi uma das principais miras do novo plano, e, com planejamento tático, forças ucranianas entraram em peso na cidade.
Com o avanço das tropas ucranianas, o exército russo bateu em retirada. Foi o terceiro grande recuo russo nesta guerra e o primeiro a envolver a rendição de uma cidade tão grande, de quase 300 mil habitantes.
Nesta semana, o Ministério da Defesa russo já havia anunciado que cerca de 30.000 de seus homens haviam deixado a região. Há relatos de que muitos soldados de Moscou fugiram.
O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmitro Kuleba, afirmou neste sábado (12), no entanto, que "a guerra continua". "Mas a guerra continua. Entendo que todos querem que essa guerra termine o mais rápido possível. Definitivamente, somos nós que queremos isso mais do que ninguém", disse.
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