Navio bate na Ponte Rio-Niterói: o que se sabe e o que falta esclarecer
O navio graneleiro São Luiz que estava ancorado na Baía de Guanabara desde 2016, foi levado pelo vento e se chocou contra a estrutura da Ponte Rio-Niterói, perto de Niterói, no começo da noite desta segunda-feira (14). Não houve feridos, já que a embarcação estava vazia. A Marinha investiga o acidente.
Após a colisão, a ponte foi fechada em ambos os sentidos, por volta das 18h25, e a liberação só ocorreu às 21h33.
1 de 3 Navio bateu na Ponte Rio-Niterói — Foto: ReproduçãoNavio bateu na Ponte Rio-Niterói — Foto: Reprodução
💥️A seguir, veja o que se sabe sobre o caso:
2 de 3 O navio São Luiz estava ancorado entre os armazéns 13 e 14, no Porto do Rio, na manhã desta terça-feira (15) — Foto: Reprodução
O navio São Luiz estava ancorado entre os armazéns 13 e 14, no Porto do Rio, na manhã desta terça-feira (15) — Foto: Reprodução
O acidente ocorre em meio à mudança de tempo no Rio. Fortes ventos atingiram a cidade, que está em estágio de mobilização deste o início da tarde. Segundo o Alerta Rio, houve registro de vento forte nos aeroportos do Galeão (57,4 km/h) e Santos Dummont (53,7km).
A principal hipótese é a de que a corrente da âncora do navio se rompeu, o levando a ficar à deriva. Em uma ação judicial, um dos documentos diz que a âncora, que, em tese, garantiria o fundeio seguro da embarcação, estava "retorcida pelos inúmeros giros de 360 graus".
A embarcação estava fundeada nas proximidades da Ilha do Governador. A 💥️âncora de 7,5 toneladas deveria manter a embarcação, de 💥️200 metros de extensão por 30 de largura a uma latitude e uma longitude, parada. Acredita-se que o navio se deslocou por aproximadamente 💥️1 quilômetro até atingir a estrutura.
3 de 3 Condições precárias no navio São Luiz — Foto: ReproduçãoCondições precárias no navio São Luiz — Foto: Reprodução
O cargueiro está vazio desde 💥️2018. Até quatro anos atrás, ele era tripulado por marítimos da empresa Navegação Mansur, fundada nos anos 30 e dona do navio desde 1994, ano em que ele desceu a rampa do antigo estaleiro Caneco, no Caju. No momento da colisão, não havia nenhum tripulante.
O graneleiro São Luiz já chegou a transportar 42 mil toneladas de carga. Ele tem 200 metros de extensão por 30 de largura e 💥️estava vazio.
A embarcação pertence a Navegação Mansur, fundada pelo pioneiro do setor em São Francisco de Itabapoana, Simão Mansur, deputado estadual pelo Rio por 12 anos e que chegou a ser vice-governador nos anos 60. Entretanto, atualmente existe uma disputa judicial e por isso a embarcação não pode ser usada.
A batida foi 💥️entre os pórticos 11 e 12, no lado de dentro da baía, ou seja, na pista sentido Niterói-Rio.
Técnicos da Ecoponte, concessionária que administra a via, fizeram mais uma vistoria no local do acidente para analisar se a estrutura ficou danificada, e liberaram totalmente a circulação de veículos.
O guarda corpo da ponte foi atingido pela torre de exaustão. Segundo a concessionária Ecoponte, uma avaliação feita na estrutura da ponte mostrou que a colisão do navio não causou comprometimento na estrutura da via.
Todas as quatro pistas da ponte, nos dois sentidos, estão liberadas.
A Marinha informou que abriu inquérito para apurar as causas do acidente. Segundo o texto da nota, enviada pela assessoria de imprensa, o navio é "'objeto de processo judicial" e está ancorado desde 2016 na Baía de Guanabara.
A destinação da embarcação São Luiz é objeto de processo judicial. Enquanto aguarda a decisão judicial, a embarcação permanecia fundeada em local predefinido pela Autoridade Marítima, na Baía da Guanabara, desde fevereiro de 2016, sem oferecer riscos à navegação", diz o texto.
"Um Inquérito sobre Acidentes e Fatos de Navegação (IAFN) será instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente." A Marinha não deu detalhes sobre o processo judicial.
Depois do incidente, o navio graneleiro São Luiz foi ancorado entre os armazéns 13 e 14, na Região Portuária do Rio. Imagens do Globocop mostram a torre de exaustão da embarcação, que tem 52 mil toneladas, bem avariada justamente na parte que colidiu com a ponte.
A Baía de Guanabara, importante para a economia estado do Rio de Janeiro, se tornou um cemitério de embarcações abandonadas. Além da poluição residual, enormes carcaças se acumulam no local. Há dois anos, RJ2 percorreu as águas desde a Ilha do Governador até Niterói, na Região Metropolitana. O São Luiz era um dos objetos abandonados.
Sem uma fiscalização adequada, navios e barcos pesqueiros encalhados se acumulavam. A época, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que a fiscalização de embarcações compete à Capitania dos Portos e que o órgão só é acionado quando ficam constatados danos ambientais. A Capitania dos Portos, por sua vez, informou que realiza diariamente atividades de inspeção naval, verificando as normas de segurança da navegação e a prevenção da poluição hídrica.
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