Decisão judicial há 2 anos determinou retirada do navio do local por causa do risco à Ponte Rio-Niterói e da embarcação se solta
O navio graneleiro São Luiz, que bateu na Ponte Rio-Niterói nesta segunda-feira (14), já deveria ter sido retirado da baía de Guanabara desde julho de 2023. Uma decisão da Justiça Federal determinou, em julho daquele ano, que a embarcação deveria ter sido removida da área de fundeio onde se encontrava para local seguro de sua escolha, com pena de multa diária de R$ 1 mil.
De acordo com a decisão do juiz Wilney Magno de Azevedo Silva a permanência da embarcação no local poderia trazer “risco à navegação, risco de poluição do meio ambiente e risco à vida humana, caso a embarcação se solte da área de fundeio".
Um documento emitido pela Capitania dos Portos do Rio de Janeiro, anexado ao processo, já mencionava que o navio representava risco à segurança da navegação e à Ponte Rio-Niterói.
1 de 1 Decisão judicial em 2023 já alertava sobre risco da embarcação para a Ponte Rio-Niterói — Foto: ReproduçãoDecisão judicial em 2023 já alertava sobre risco da embarcação para a Ponte Rio-Niterói — Foto: Reprodução
Na ação, além de pedir a retirada da embarcação, a Docas cobrava da empresa Navegação Mansur o pagamento imediato da divida de R$ 6.697.260,63 pela utilização da infraestrutura portuária — por manter embarcação em área de fundeio. Em 2018, a empresa tinha informado que a embarcação seguia na Baía de Guanabara como garantia em relação a dívida.
O 💥️g1 enviou mensagem eletrônica para o advogado que representa a empresa Navegação Mansur, mas até a publicação desta reportagem não tinha obtido retorno. O 💥️g1 também busca informações se existem decisões sobre o caso posteriores a esta.
Um vídeo gravado de dentro de um carro pelo motorista Alexandro Belotte, que passava pelo local, mostra o momento em que a embarcação atinge a ponte, provocando um forte impacto, às 18h25.
Segundo o motorista, ventava muito na hora do acidente e ele pode ver o navio se aproximar.
"Começou um vento muito forte na ponte (...) Foi aí que eu vi o navio e achei que ele ia passar direto. Mas, pela altura, logo eu pensei que estava estranho e que não ia passar (...) A parte alta bateu forte na ponte. Na hora, meu telefone caiu no chão. Chegou a balançar a ponte. Balançou muito. O carro quase sai de uma faixa e vai para a outra.”
Especialistas avaliam a integridade da estrutura da ponte para a liberação do trânsito.
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