Otan e Biden dizem que Rússia pode não ter disparado míssil contra a Polônia

Presidente Biden fala sobre explosão na Polônia — Foto: Kevin Lamarque/Reuters 1 de 3 Presidente Biden fala sobre explosão na Polônia — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Presidente Biden fala sobre explosão na Polônia — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Os Estados Unidos consideram que o míssil que caiu em território da Polônia na terça-feira (15), matando duas pessoas, pode ter sido um erro de trajetória de um sistema antimísseis da Ucrânia.

A versão ganhou força nesta quarta-feira (16) e ajudou a diminuir a tensão criada entre a Rússia e países ocidentais após o episódio, no qual o artefato atingiu uma plantação de grãos no vilarejo polonês de Przewodów, a cerca de 6 quilômetros da fronteira com a Ucrânia.

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A Polônia é membro da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar formada em 1949 e que hoje tem com 30 países, incluindo EUA, Canadá, Reino Unido e França. Um dos artigos do estatuto do grupo prevê a defesa militar de todos os sócios em caso de ataque de um terceiro país. Por esse entendimento, os Estados Unidos, que fazem parte do grupo, poderiam atacar a Rússia, caso o míssil tenha sido disparado por forças de Moscou.

A fala de Biden, no entanto, foi elogiada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que chamou a postura do líder norte-americano de "reação comedida". Nesta manhã, o Ministério da Defesa russo voltou a negar que o míssil tenha sido disparado por suas forças e corroborou a versão levantada pelos Estados Unidos.

A pasta alegou que os mísseis disparados na terça-feira pelas forças russas no oeste da Ucrânia - perto da Polônia - não ultrapassaram uma área que fica a 35 quilômetros da fronteira entre os dois países.

A versão foi corroborada nesta manhã também pela Polônia. O presidente do país, Andrzej Duda, afirmou que o míssil disparado contra o país nesta terça provavelmente saiu da Ucrânia. Mais cedo, o Ministério da Defesa da Bélgica disse também que os indícios apontam para essa versão.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, também apoiou a versão acidental da Ucrânia, mas ressaltou que o episódio que "o incidente mostra que a guerra na Ucrânia continua a criar situações perigosas, e que podem ter consequências para o território da Otan".

A Ucrânia ainda não havia se posicionado diretamente sobre essa possibilidade até a última atualização desta notícia, e afirmou apenas que quaisquer consequências do conflito serão sempre culpa da Rússia, quem iniciou a guerra.

Apesar de levantar a hipótese de o disparo contra a Polônia não ter sido feito pela Rússia, o presidente norte-americano voltou a criticar o governo de Vladimir Putin por escalar as tensões na Ucrânia com vários ataques na terça-feira - horas depois de os países do G20 pedirem, em uma cúpula na Indonésia, o fim dos bombardeios, as tropas de Moscou lançaram uma série de mísseis em Kiev e outras grandes cidades da Ucrânia, deixando quase metade do país sem energia elétrica.

"Nós concordamos em ajudar a investigação polonesa sobre a explosão perto da fronteira com a Ucrânia. Nós vamos tomar uma decisão coletiva sobre quais serão os próximos passos ao fim da investigação", adicionou Biden, após uma reunião de emergência com líderes do G20 sobre o episódio.

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Explosão na Polônia aumenta tensão entre Rússia e integrantes da Otan — Foto: Kayan Albertin/g1 2 de 3 Explosão na Polônia aumenta tensão entre Rússia e integrantes da Otan — Foto: Kayan Albertin/g1

Explosão na Polônia aumenta tensão entre Rússia e integrantes da Otan — Foto: Kayan Albertin/g1

Esta foi a primeira vez, desde o início da guerra da Ucrânia, que um artefato de guerra atingiu a vizinha Polônia. As ofensivas russas na Ucrânia têm se concentrado no leste do país, do lado oposto da fronteira polonesa, mas Moscou lançou diversos ataques em cidades bem próximas do país membro da Otan nos últimos meses.

A informação sobre a queda de mísseis russos foi revelada por um alto funcionário da inteligência dos Estados Unidos, que falou à Associated Press em condição de anonimato.

Imagens mostram danos causados por míssil de fabricação russa em fazenda de grãos em Przewodów, na Polônia, nesta terça-feira (15). — Foto: Reuters 3 de 3 Imagens mostram danos causados por míssil de fabricação russa em fazenda de grãos em Przewodów, na Polônia, nesta terça-feira (15). — Foto: Reuters

Imagens mostram danos causados por míssil de fabricação russa em fazenda de grãos em Przewodów, na Polônia, nesta terça-feira (15). — Foto: Reuters

O míssil caiu em uma fazenda de grãos no vilarejo de Przewodów, que fica no leste da Polônia, próximo à fronteira com a Ucrânia. De acordo com o governo polonês, a cidade foi atingida por volta das 15h40 no horário local (11h40, no horário de Brasília).

Na prática, os países da Otan consideram uma invasão a qualquer membro da aliança como uma agressão a seu próprio território.

Além desse ponto, o Artigo 5 do tratado também fala sobre invasões a nações que fazem parte da Otan, e diz que "um ataque armado contra uma ou várias delas na Europa ou na América do Norte será considerado um ataque a todas" e prevê ainda a possibilidade de "emprego da força armada, para restaurar e garantir a segurança".

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