'PEC da Transição' deve tirar do teto de gastos receitas próprias de universidades, diz relator
O senador Marcelo Castro (MDB-PI), cogitado para ser relator da 💥️PEC da Transição, disse nesta quarta-feira (16) que o texto deve retirar as receitas próprias de universidades – como convênios e doações – do teto de gastos, assim como o Bolsa Família. O parlamentar é também relator do Orçamento de 2023.
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O 💥️teto de gastos limita o crescimento da maior parte das despesas do governo à inflação do ano anterior. A medida foi instituída no governo do ex-presidente Michel Temer.
O projeto de retirar as receitas próprias de universidades do teto de gastos permite que a arrecadação de esforço próprio das universidades federais possa ser utilizada, independentemente do teto. Valerá, por exemplo, para doações de ex-alunos ou convênios firmados com universidades de outros países.
Na Câmara, essa proposta tramita desde 2023. A ideia seria apensar a PEC da Transição a esse projeto das universidades, facilitando a tramitação do texto quando ele chegar à Câmara dos Deputados e permitindo a votação diretamente no plenário.
Isso porque os ritos da Casa exigem uma tramitação mais demorada nos casos de alterações na Constituição. Dessa forma, a proposta não precisaria passar pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e por uma comissão especial.
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O texto apresentado, segundo Castro, também vai retirar o programa Bolsa Família do teto por tempo indeterminado.
Internamente, parlamentares afirmam que isso dará uma margem de negociação ao governo eleito dentro do Congresso Nacional. Ou seja, a possibilidade de articular durante a tramitação, por exemplo, que o período seja limitado a quatro anos.
Castro também confirmou que vai propor que 40% da receita extraordinária fique fora do teto dos gastos públicos no ano seguinte e financiem investimentos. O texto, de acordo com o relator, não especificará quais serão os tipos de investimentos.
No entanto, segundo o relator, a ideia é criar uma trava para esse gasto. O uso desses recursos estará sempre limitado a 40% da receita extraordinária de 2023 – o que, segundo ele, será de R$ 22 bilhões.
Isto é, ainda que a receita extraordinária seja exorbitante em um determinado ano, o máximo que será liberado para investimento será o valor de 40% de 2023 corrigido.
"Esse recurso tem uma trava. Vamos supor que tem um ano que tenha uma receita extraordinária excepcional. Você pode utilizar 40%? Não. Vai ser baseado no teto de 2023. 2023 eles entendem como uma média. Então, não poderá ser superior ao que foi em 2023. Tem essa trava", disse Castro.
O relator apontou ainda que o texto da proposta será apresentado no início da noite desta quarta-feira, com a presença do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não estará presente pois está no Egito, participando da COP 27.
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