Caio Prado e Luthuly adensam grito de resistência do Fundo de Quintal em single motivado pelo Dia da Consciência Negra
Capa do single 'Nosso grito', de Caio Prado e Luthuly — Foto: Pedro Hansen
Resenha de single
Título: 💥️
Artistas: 💥️Caio Prado e 💥️Luthuly
Composição: 💥️André Ricardo, 💥️Riquinho e 💥️Sereno
Edição: Deck
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ Samba lançado pelo grupo carioca Fundo de Quintal no álbum 💥️ (1999), 💥️ (André Ricardo, Riquinho e Sereno) é brado de resistência que ecoou com animação nos pagodes e se tornou um dos últimos grandes sucessos desse grupo que alcançou o auge artístico ao longo da década de 1980.
Decorridos 23 anos do registro original da composição, 💥️ ecoa mais denso e refinado – fora da roda de samba – na gravação inédita que junta os cantores cariocas Caio Prado e Luthuly Ayodele em single posto em rotação a partir de hoje, 18 de novembro.
Editado via Deck, com capa que expõe os artistas em foto de Pedro Hansen, o single 💥️ foi motivado pelo 💥️Dia da Consciência Negra, celebrado no domingo, 20 de novembro.
Nas vozes de Caio Prado e Luthuly, versos encorajadores como adquirem caráter ainda mais militante.
As vozes dos cantores se harmonizam com perfeição na recriação do samba, transformado em canção embalada com o toque do violino de Felipe Pacheco Ventura, efeitos sutis de Theo Zagrae e o piano de Sir Lucas, o San, como o músico é conhecido.
A rigor, a lembrança do samba 💥️ foi de Luthuly, responsável pelo arranjo que revitaliza e recria a composição. “Comecei a pensar como essa música poderia ser construída e fiz o arranjo. Cheguei no estúdio, conversei com San, passei minhas ideias, mandei uns áudios de melodias do violino e fiz o violão. Eu e o Caio conversamos sobre as interpretações e no fim deu no que deu”, conta Luthuly, que, além de cantor, é compositor e multi-instrumentista.
Na mesma nota sobre o lançamento do single 💥️, Caio Prado festeja a harmonia da dupla. “Eu e Luthuly temos timbres de vozes que caminham bem juntos e nossas interpretações, embora diferentes, combinam perfeitamente nessa gravação. Escolhemos essa música porque amamos pagode. Nascemos nos anos 1990 na periferia do Rio de Janeiro e somos dois corpos pretos cantando esse ritmo, que é tão afro-brasileiro, numa canção que fala sobre masculinidade, amizade e afeto. É uma música sobre alegria na luta. Nada mais carioca, brasileiro e preto do que Fundo de Quintal, que é o samba, a resistência do samba”, conceitua Caio Prado.
Pela real identificação dos intérpretes com a letra do samba, o grito de resistência do Fundo de Quintal ecoa de fato renovado no canto em harmonia dos artistas.
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