Sonolência e redução cognitiva são os primeiros desafios do Brasil na Copa; diferença de fuso pode atrapalhar, diz UFMG

Richarlison, atacante do Brasil — Foto: Lucas Figueiredo/CBF 1 de 1 Richarlison, atacante do Brasil — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Richarlison, atacante do Brasil — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A diferença de seis horas de fuso horário entre Brasil e Catar poderia interferir no rendimento da seleção brasileira na Copa?

A resposta é sim, de acordo com o pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Marco Tulio de Mello.

Sonolência, fadiga e diminuição das funções cognitivas estão entre os principais desafios que os jogadores da seleção canarinho teriam de enfrentar ao chegarem no país asiático, cujo fuso é seis horas adiantado em relação ao horário de Brasília.

Mas como a preparação da seleção é em Turim, os efeitos serão atenuados. A diferença de fuso horário entre a Itália e o Catar é de duas horas.

Segundo as pesquisas desenvolvidas por Mello, que é professor do Departamento de Esportes da Faculdade de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EFFTO) da universidade, viagens entre lugares com mais de três horas de diferença no fuso provocam os sintomas, devido ao Jet lag.

As pesquisas foram iniciadas com base nas rotinas dos atletas do comitê olímpico, paraolímpico e das equipes de futebol das Olimpíadas do Rio de Janeiro (2016) e do Japão (2021).

Segundo o professor, o problema acontece porque a compreensão de “hora de dormir” ou “hora de acordar” é apreendida por uma parte do cérebro chamado Núcleo Supraquiasmático e está relacionada à luminosidade do local em que estamos. Em longas viagens, o corpo do viajante segue “obedecendo” aos horários em que o sol se põe e nasce de acordo com o local de origem.

No caso do Catar, os jogadores do Brasil só estarão livres do problema no dia 26 de novembro (sábado), segunda esta teoria.

De acordo com Mello, antecipar a adaptação ao novo fuso horário, levando em conta o perfil de sono de cada jogador, é uma forma de mitigar o jet lag.

“O que fazer quando um atleta irá viajar é não esperar que ele se adapte ao claro e ao escuro do local. É preciso antecipar [a adaptação] tornando-a mais rápida para que ele não tenha perda de força ou de testosterona no dia da competição”, explica.

Em outras pesquisas desenvolvidas por Mello, concluiu-se que diante da redução de 3h de sono por noite durante uma semana ocorre uma queda de 10% a 15% na testosterona no organismo.

“Nossos estudos têm demonstrado que médicos, trabalhadores por turno, bombeiros, todos que trabalham à noite ou trabalham a cada dia em um horário, acabam tendo uma perda de força muscular muito grande devido à queda na testosterona, como também a perda de músculo. O exercício físico não reverte essa situação, apenas minimiza”, conta Marco Mello.

Essa perda muscular afeta o metabolismo, o que dificulta, por exemplo, a perda de peso, mas segundo o pesquisador, apesar do pensamento corrente, a quantidade de horas necessárias de sono não necessariamente são oito horas.

Na verdade, isso depende do perfil de cada pessoa. O professor esclarece que 70% da população brasileira tem um boa noite de sono dormindo sete horas e 40 minutos de sono por noite.

Há, ainda, quem necessite de menos que seis horas e 30 minutos - a chamada população curta dormidora correspondente a cerca de 15% dos brasileiros. Outros 15% são pessoas que precisam de mais de 9h30 de sono por noite. Estas são chamadas de longo dormidoras.

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