Lula escala Haddad para almoço com banqueiros em meio a pressão para indicar ministro da Fazenda
Fernando Haddad (PT) ao lado de Lula durante a campanha eleitoral. — Foto: Diogo Zacarias/Divulgação
Pressionado a anunciar o nome do seu ministro da Fazenda para negociar a PEC do Bolsa Família, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, recuperando-se do procedimento cirúrgico na garganta, escalou Fernando Haddad para substituí-lo no almoço anual da Febraban, que acontece nesta sexta-feira (25)
Haddad vai falar no evento, depois do presidente da Febraban, Isaac Sidney, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
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A escalação de Haddad, na avaliação de petistas, reforça os sinais de que ele pode ser o escolhido para comandar a Fazenda, tendo ao lado Persio Arida, que iria para o Planejamento. Além de Haddad, o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), que tem mantido contatos com o mercado financeiro, também estará presente ao almoço.
Segundo petistas, Lula quer avaliar a recepção de banqueiros ao nome de Haddad, que não é visto pelo setor como o melhor nome para comandar o Ministério da Fazenda. O mercado financeiro prefere o nome de Persio Arida para a pasta e não para o Ministério do Planejamento.
Interlocutores de Lula alertam, porém, que o fato de escalar Haddad não é uma garantia de que ele irá para o posto principal da equipe econômica. Por sinal, aliados de Haddad preferem que ele vá para um ministério da área social para se cacifar para suceder Lula em 2026.
No caso da PEC do Bolsa Família, o Senado virou o principal problema para o presidente eleito, principalmente o senador Davi Alcolumbre. Em reunião com senadores aliados do petista, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça deixou claro que só vai definir a tramitação da PEC do Bolsa Família depois de conversar pessoalmente com Lula.
A exigência é vista pela equipe do petista como uma forma do senador de definir contrapartidas do futuro governo. Já na Câmara, o clima é o inverso. Depois que o PT sinalizou que pode apoiar a recondução de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Casa, a avaliação é que o texto será aprovado com mais facilidade lá do que no Senado.
Hoje, a equipe da transição vai a São Paulo para apresentar a Lula todas as propostas feitas até agora para a PEC do Bolsa Família, excluindo o programa social do teto dos gastos públicos. As propostas serão levadas pelos senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Wellington Dias (PT-PI) a Lula.
São pelo menos três: do PT, liberando R$ 198 bilhões do teto por quatro anos; do senador Tasso Jereissati, elevando o teto em R$ 80 bilhões; e a do senador Alessandro Vieira, com um furo no teto de R$ 70 bilhões para bancar o Bolsa Família.
Além disso, há também divergência sobre o período em que o programa ficaria fora do teto. Quatro, dois ou um ano.
O PT defendia que a exclusão fosse permanente, mas decidiu optar por quatro anos por avaliar que sua ideia original não tinha apoio. O governo Bolsonaro e até aliados de Lula propõem um ano. O PT acha inviável um ano e topa no mínimo dois anos.
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