EUA avaliam fornecer à Ucrânia nova bomba de longo alcance capaz de atingir retaguarda russa

Os EUA se recusaram a fornecer o míssil ATACMS, mas avaliam enviar à Ucrânia outra arma capaz de atingir alvos na retaguarda russa — Foto: James Lefty Larimer/abaca/picture alliance 1 de 1 Os EUA se recusaram a fornecer o míssil ATACMS, mas avaliam enviar à Ucrânia outra arma capaz de atingir alvos na retaguarda russa — Foto: James Lefty Larimer/abaca/picture alliance

Os EUA se recusaram a fornecer o míssil ATACMS, mas avaliam enviar à Ucrânia outra arma capaz de atingir alvos na retaguarda russa — Foto: James Lefty Larimer/abaca/picture alliance

Militares dos Estados Unidos estão avaliando fornecer à Ucrânia pequenas bombas baratas de precisão instaladas em foguetes que poderiam permitir às forças ucranianas executar ataques atrás das linhas russas, revelou a agência de notícias Reuters nesta segunda-feira (28/11).

O sistema em questão, fabricado pela Boeing, é chamado Ground-Launched Small Diameter Bomb (GLSDB, ou bomba de pequeno diâmetro lançada do solo) e permitiria que Kiev atingisse alvos distantes até 150 quilômetros, quase o dobro do alcance dos foguetes Himars que os EUA já vêm fornecendo para os ucranianos.

Segundo a agência Reuters, o GLSDB poderia ser entregue no início de 2023, e combina uma bomba de pequeno diâmetro GBU-39 (SDB) com o motor de foguete M26, ambos comuns nos estoques dos Estados Unidos.

Embora os Estados Unidos tenham rejeitado os pedidos de Kiev para fornecer o míssil ATACMS de alcance de 297 km, o alcance de 150 km do GLSDB já seria suficiente para permitir à Ucrânia atingir alvos militares que permanecem fora de alcance no momento.

A proposta vem sendo avaliada em um momento em que os aliados ocidentais da Ucrânia enfrentam dificuldades logísticas para atender à demanda de Kiev por mais armas. No momento, os estoques de armas dos EUA e dos aliados europeus estão em baixa. Os EUA, por exemplo, já enviaram 25% do seu arsenal de mísseis antiaéreos Stingers para a Ucrânia.

Doug Bush, chefe do setor de compras de armas do Exército dos EUA, disse a repórteres na semana passada que os EUA ainda buscam acelerar a produção de projéteis de artilharia de 155 milímetros – atualmente fabricados apenas em instalações do governo – permitindo que empresas de defesa também os construíssem.

A invasão da Ucrânia aumentou a demanda por armas e munições fabricadas nos Estados Unidos, enquanto os aliados dos EUA na Europa Oriental estão "fazendo muitos pedidos" de diversos tipos armas à medida que fornecem material à Ucrânia, acrescentou Bush.

"Trata-se de obter quantidade a um custo barato", disse Tom Karako, especialista em armas e segurança do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. Ele disse que a queda nos estoques dos EUA ajuda a explicar a pressa para obter mais armas agora e que os estoques estão "ficando baixos em relação aos níveis que gostamos de manter à mão e certamente aos níveis que precisaremos para deter um conflito com a China".

Embora várias unidades do GLSDB já tenham sido produzidas, existem muitos obstáculos logísticos para a aquisição formal do sistema pela Ucrânia. A proposta da Boeing ainda exige uma análise aprofundada que garanta que o Pentágono esteja obtendo o melhor custo-benefício possível. Qualquer acordo também exigiria pelo menos seis fornecedores para acelerar o envio de suas peças e serviços para produzir a arma rapidamente.

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