Serviços mostram sinais de desaceleração, mas setor mantém otimismo e projeção de crescimento para 2023

Bar na região central de São Paulo aposta em público da classe média. — Foto: Divulgação/Pina Drinques 1 de 3 Bar na região central de São Paulo aposta em público da classe média. — Foto: Divulgação/Pina Drinques

Bar na região central de São Paulo aposta em público da classe média. — Foto: Divulgação/Pina Drinques

O setor de serviços, um dos principais motores do crescimento econômico no Brasil neste ano, já começa a demonstrar sinais de desaceleração. Dados divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o segmento cresceu 1,1% no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores – abaixo dos 1,3% daquele período.

O setor ainda registrou um avanço de 4,5% no terceiro trimestre em comparação ao mesmo intervalo de 2023. Nos três meses anteriores, a alta também havia sido de 4,5%.

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O movimento tem algumas explicações. A principal delas é o fim dos estímulos concedidos pelo governo à população – que já começa a se traduzir em uma renda menor das famílias disponível para esse tipo de gasto.

O poder de compra das famílias também é prejudicado pelos juros elevados no país, com a taxa básica (Selic) no maior patamar desde 2017, 13,75% ao ano. E o resultado é uma menor demanda no comércio, e a desaceleração do setor de serviços.

Apesar da projeção mais fraca por parte dos economistas, o setor ainda demonstra otimismo. Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), tanto este quanto o próximo ano serão de bons resultados – 💥️ainda que a previsão seja de um crescimento menor em 2023.

A estimativa do presidente-executivo da associação, Paulo Solmucci, é de um avanço real (descontada a inflação) de 8% em relação a 2023, ano pré-pandemia, e de 5% em comparação a 2023.

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Esse otimismo também pode ser visto no comércio: em novembro, por exemplo, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado todo mês pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu o maior patamar da série histórica, iniciada em 2011.

O Pina Drinques é um exemplo do momento do segmento de serviços. Desde sua abertura, em setembro de 2023 – mês em que São Paulo começou a aplicar a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 –, o bar localizado na região central da capital paulista acumula bons resultados, segundo o proprietário Gabriel Szklo.

Amanda Lordello, Gabriel Szklo e Gabriella Pássaro administram o Pina Drinques. — Foto: José Eduardo Moreau/Pina Drinques 2 de 3 Amanda Lordello, Gabriel Szklo e Gabriella Pássaro administram o Pina Drinques. — Foto: José Eduardo Moreau/Pina Drinques

Amanda Lordello, Gabriel Szklo e Gabriella Pássaro administram o Pina Drinques. — Foto: José Eduardo Moreau/Pina Drinques

Ele ressalta que, desde a abertura do estabelecimento, o principal desafio enfrentado foi o mais comum entre bares e restaurantes: a incerteza em relação ao movimento.

“Às vezes, em uma terça-feira em que você acha que não vai acontecer nada, vem todo mundo”, diz. “E um fim de semana – que é quando a gente mais ganha dinheiro –, quando não dá movimento, basicamente você joga a semana fora e o mês vai para o buraco”, continua.

Szklo prevê um fim de ano positivo e um 2023 também de bons resultados.

“O plano é trocar a carta de drinques. Isso dá uma oxigenada. Vamos conseguir fazer um investimento grande no menu”, revela.

Pina oferece drinques e petiscos no cardápio. — Foto: Divulgação/Pina Drinques 3 de 3 Pina oferece drinques e petiscos no cardápio. — Foto: Divulgação/Pina Drinques

Pina oferece drinques e petiscos no cardápio. — Foto: Divulgação/Pina Drinques

Mesmo com as projeções mais otimistas das associações, o segmento ainda passa por reajustes, e a previsão do mercado é de um crescimento cada vez menor para os serviços e para a economia brasileira como um todo.

Dados recentes de um levantamento da Abrasel, por exemplo, apontam que 18% dos bares e restaurantes analisados ainda operavam com prejuízo em outubro deste ano. O número representa uma boa melhora do que o observado no auge da pandemia, quando 82% dos estabelecimentos funcionavam no vermelho, mas ainda está bem acima da médica histórica, de 5%.

Segundo Solmucci, parte do que explica esse resultado é o nível elevado da inflação dos alimentos e a queda na renda das pessoas, que obrigaram os estabelecimentos a segurarem os repasses nos preços.

Outra explicação, diz o coordenador de contas nacionais do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre FGV), Cláudio Considera, 💥️vem dos efeitos tardios das elevações da taxa de juros.

Para Considera, a expectativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça em torno de 2% neste ano, enquanto para Xavier, da Tendências, a previsão é de uma alta de 2,8%. Já para o setor de Serviços, ambos os especialistas projetam um avanço de 4% em 2022.

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