Após denúncia de esquema de funcionários fantasmas, Fundação Leão XIII tem nova presidente
Depois da denúncia sobre um esquema de funcionários fantasmas, a Fundação Leão XIII tem nova presidente – a quarta pessoa a ocupar o cargo só este ano. A nova gestora, 💥️Luciana Calaça, esteve na mira da Procuradoria Geral do Estado, quando era subsecretária estadual de Direitos Humanos.
O advogado 💥️Glauco André Wamburg ficou somente cinco meses na presidência da Fundação Leão XIII. Na pedido de demissão, encaminhou à Secretaria estadual da Casa Civil uma carta em que diz que a fundação “carece de estrutura administrativa” e que o número de servidores é incompatível com as necessidades do órgão – responsável pelas políticas de assistência social do governo do estado.
Em outubro, o 💥️Fantástico mostrou que, na gestão de Glauco, a Leão XIII pagou salário a pelo menos seis pessoas que não apareciam para trabalhar.
Uns cuidavam do próprio corpo, como Manoel Rampini Filho e Bruna Chaves Nunes. Outros se dedicavam ao próprio negócio, como o dentista Felipe Yoshinaga, o cabeleireiro Renato Venceslau, e o ex-vereador de Paraty Deilimar Barros. Já Peter Alves até trabalhava, mas não na Leão XIII: ele é motorista terceirizado do Tribunal de Justiça do Rio.
Alguns dos funcionários flagrados longe da Leão XIII no horário do expediente admitiram que foram indicados pelo deputado estadual Marcus Vinicius Neskau, do PTB. O parlamentar nega.
Neskau chegou a ser preso em 2018, na💥️ Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato que desvendou um esquema de pagamento de um “mensalinho” a deputados para que votassem a favor de projetos de interesse do governo de Sérgio Cabral.
Na época, um dos advogados de Neskau foi Glauco André Wamburg – como mostrou o 💥️RJ2 em julho.
Ao pedir exoneração da presidência da Leão XIII, no início de novembro, Glauco André Wamburg disse que o trabalho ficou inviável diante de pressões externas e do que chamou de “ampla e injustificada exposição midiática”.
Antes de Glauco deixar a presidência, a Leão XIII ainda teve tempo para descumprir a Lei de Acesso à Informação, num requerimento feito pelo 💥️RJ2 para que fossem fornecidas as folhas de ponto dos servidores flagrados pelo Fantástico longe do trabalho.
A Leão XIII respondeu que, por orientação do presidente do órgão, não poderia dar este tipo de informação. O 💥️RJ2 entrou com um recurso.
E, no dia 16 de novembro, a ouvidora da Leão XIII informou que “infelizmente” cumpre ordens superiores, que sabe que as informações solicitadas são públicas, mas que a fundação estava naquele momento sem administração. A ouvidora concluiu, dizendo que “o presidente e alguns diretores pediram exoneração e não estão mais vindo. Estamos aguardando as nomeações dos novos gestores”.
A exoneração de Glauco Wamburg da presidência da Leão XIII só foi publicada no Diário Oficial em 22 de novembro – seis dias depois da resposta da Ouvidoria do órgão ao requerimento do 💥️RJ2.
Para ter acesso às folhas de ponto dos servidores flagrados sem trabalhar, o 💥️RJ2 entrou com novo recurso via Lei de Acesso à Informação e ainda aguarda resposta - já que a fundação tem agora uma nova administração.
A nova presidente da fundação é Luciana Calaça. Como subsecretária estadual de Direitos Humanos, ela participou – em março deste ano – de uma contratação que acabou suspensa depois de uma denúncia de irregularidades. O negócio, que seria fechado sem licitação, custaria R$ 30 milhões aos cofres públicos.
Calaça defendeu a compra de 400 mil livros, sobre a importância de um envelhecimento planejado, e que seriam distribuídos para idosos, familiares e cuidadores. A justificativa é que o material era adequado e indispensável diante da urgência e necessidade de atender a pessoa idosa.
Como mostrou a 💥️GloboNews, o problema é que o texto, assinado por Calaça, não era dela. Foi copiado do portfólio da editora interessada em vender a coletânea de livros.
A 💥️Procuradoria Geral do Estado questionou o preço dos livros e a metodologia adotada para justificar a quantidade do material, bem como os critérios de distribuição e quais seriam as famílias contempladas.
Em nota, a atual gestão da 💥️Fundação Leão XIII disse que uma sindicância foi aberta para apurar a denúncia dos funcionários que não iam trabalhar. Sobre a compra de livros, 💥️Luciana Calaça disse que não responde a nenhum processo, e que a aquisição acabou cancelada.
O ex-presidente 💥️Glauco André Wamburg afirmou que os apontados como servidores fantasmas tinham sido nomeados em gestões anteriores a sua, e que depois da denúncia eles foram exonerados.
💥️Deilimar Barros alegou que cumpria determinações da direção da Leão XIII.
💥️Petter Alves disse que fazia atendimentos externos.
💥️Bruna Nunes negou trabalhar para a Leão XIII. 💥️Manoel Rampini e Carlos Renato Venceslau não responderam. O 💥️RJ2 não conseguiu contato com 💥️Felipe Yoshinaga.
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