Pratos com banana e tempero de boldo: a culinária de Camarões, país adversário do Brasil na Copa

Ao saber que o prato 💥ndole é preparado a partir da folha de boldo com amendoim e camarão moído, os clientes costumam pensar que ele é amargo. ‘Mas não é’, explica rindo a chef Melanito Biyouha. 'Temos uma técnica de limpeza para deixá-lo bem saboroso.’

Camaronesa, Melanito está no Brasil desde 2003 e é dona do restaurante Biyou’z em São Paulo. Ao g1, a chef falou sobre a 💥️culinária de 💥️Camarões — o último adversário do Brasil na primeira fase da Copa do Catar (💥️veja o vídeo abaixo).

💥Série mostra a cultura dos países adversários do Brasil na primeira fase da Copa do Catar. Veja os outros vídeos:

Melanito Biyouha chegou ao Brasil a convite de um parente que trabalhava na embaixada de Camarões, em Brasília. Ela veio para passar uma temporada de férias, mas se encantou e decidiu ficar. Anos depois, em uma viagem turística a São Paulo, Melanito estranhou que, naquela época, não havia na cidade restaurantes especializados na gastronomia africana.

A camaronesa decidiu fazer algo a respeito: ‘Não era justo ter uma população tão grande de afrodescendentes aqui e não ter uma referência ligada a nós’, conta. Foi assim que, em 2008, nasceu a primeira unidade do Biyou’z, no centro de São Paulo. Em 2023, uma segunda foi aberta, no bairro da Consolação.

Camaronesa Melanito Biyouha está no Brasil desde 2003 e é dona do restaurante Biyou’z em São Paulo — Foto: Rafael Leal/g1 1 de 2 Camaronesa Melanito Biyouha está no Brasil desde 2003 e é dona do restaurante Biyou’z em São Paulo — Foto: Rafael Leal/g1

Camaronesa Melanito Biyouha está no Brasil desde 2003 e é dona do restaurante Biyou’z em São Paulo — Foto: Rafael Leal/g1

O cardápio é composto por pratos de Camarões e de outros países da África. Para que as receitas não sejam modificadas e a história seja mantida, os temperos são importados do continente africano. ‘Temos pratos que dizemos que são tombados porque vêm de gerações’, diz a chef Melanito.

Por exemplo, o 💥mbongo – prato camaronês que é feito da mistura de sementes com cascas de árvore raladas – e o ndole, que é o carro chefe de Camarões. ‘É um prato que a gente encontra hoje em todas as culturas, em todas as tribos’, conta Melanito. ‘Uma festa camaronesa sem ndole, então você não foi em Camarões.’

Os garçons do restaurante são treinados para explicar os pratos africanos do cardápio, desconhecidos pela grande maioria dos clientes. ‘O nosso trabalho é mais que a comida, porque nós buscamos valorizar o nosso povo’, explica Melanito. As unidades do restaurante também funcionam como espaço cultural onde são realizados eventos da comunidade africana em São Paulo.

 Com ao menos 200 grupos étnicos e 250 línguas diferentes, Camarões é uma das nações de maior diversidade cultural do continente africano. Por esse motivo, o país ficou conhecido como ‘💥️África em miniatura’. Localizado na costa oeste do continente, Camarões faz fronteira com outros seis países.

Conheça Camarões, país na África Central — Foto: Arte/g1 2 de 2 Conheça Camarões, país na África Central — Foto: Arte/g1

Conheça Camarões, país na África Central — Foto: Arte/g1

O nome de Camarões tem relação com a sua 💥️colonização. No século XV, os 💥portugueses — primeiros europeus a chegarem na região — ficaram impressionados com a quantidade de camarões (crustáceos) que encontraram no litoral e resolveram batizar o país. Durante os séculos seguintes, praticou-se o 💥️comércio de escravos.

Entre o final do século XIX e início do século XX, Camarões esteve sob 💥️domínio alemão, em razão do 💥️neocolonialismo e do processo conhecido como ‘Partilha da África’. Depois, com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha perdeu suas colônias no continente africano. O território de Camarões foi então dividido entre Grã-Bretanha e França.

A💥 independência da parte francesa de Camarões só foi conquistada em 1960 e, um ano depois, a porção britânica se juntou ao país. O primeiro presidente de Camarões permaneceu no poder até 1982, quando renunciou ao cargo. Seu sucessor foi o então primeiro-ministro camaronês Paul Biya, que permanece no poder até hoje.

A economia de Camarões é pautada pela 💥️exploração de recursos minerais e pela agricultura. O petróleo é um dos principais produtos exportados pelo país, além de cacau, gás natural, ouro e madeira.

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