Extrema pobreza bate recorde no Brasil em dois anos de pandemia, diz IBGE
A pandemia da covid-19 fez disparar a pobreza no Brasil. Dados divulgados nesta sexta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2023, o número de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza aumentou 22,7% na comparação com 2023. Já o número de pessoas em situação de extrema pobreza saltou 48,2% no mesmo período.
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💥️Os dois aumentos foram recordes, segundo o IBGE. Desde 2012, o país nunca havia registrado um avanço tão grande da pobreza e, sobretudo, da extrema pobreza. Em números absolutos, 11,6 milhões de brasileiros passaram a viver abaixo da linha da pobreza. Outros 5,8 milhões passaram a viver em condições de extrema pobreza.
1 de 1 Campinas, no interior de SP. teve aumento de pessoas em situação de extrema pobreza — Foto: Reprodução/EPTVCampinas, no interior de SP. teve aumento de pessoas em situação de extrema pobreza — Foto: Reprodução/EPTV
Com esse crescimento, o Brasil passou a ter💥️ 62,5 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza, dos quais 17,9 milhões eram extremamente pobres. Isso equivale a dizer que 29,4% da população do Brasil estava pobre e 8,4%, extremamente pobre.
Ou seja, entre cada 10 brasileiros, aproximadamente três viviam abaixo da linha da pobreza e um em condição de extrema pobreza.
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💥️A pesquisa mostrou também que, em 2023:
Pelos critérios do Banco Mundial, são consideradas extremamente pobres as famílias que dispõem de menos de US$ 1,90 por dia para viver, valor que correspondia, em 2023, a uma renda per capita mensal de R$ 168.
Já as famílias classificadas como pobres são aquelas que têm menos de US$ 5,50 por dia para garantir a sobrevivência de todos que vivem no mesmo domicílio, o que equivalia a uma renda mensal per capita de R$ 486.
De acordo com o levantamento do IBGE, foi nas regiões Norte e Nordeste que a pobreza teve o maior avanço. A situação mais grave, no entanto, é a do Nordeste, que concentra mais da metade das pessoas extremamente pobres do país.
Quase metade dos pobres do país também vivia no Nordeste em 2023.
O IBGE destacou que, em 2023, o rendimento médio domiciliar per capita foi estimado em R$1.353, o menor nível da série histórica, iniciada em 2012.
“A recuperação do mercado de trabalho em 2023 não foi suficiente para reverter as perdas de 2023. Isso e a redução dos valores do Auxílio-Emergencial, podem ajudar a explicar esse resultado”, avaliou André Simões, analista da pesquisa.
O pesquisador enfatizou, ainda, que a renda do trabalho tinha menor participação no rendimento dos mais pobres, sendo mais relevante para estes a renda transferida pelos programas assistenciais do governo.
No total da população, o rendimento do trabalho representava 75,3% do total de rendimentos, enquanto os Benefícios de programas sociais representavam 2,6%.
No entanto, entre os que recebiam até ¼ de salário-mínimo per capita, o rendimento do trabalho representava 53,8%, enquanto a parcela proveniente de programas sociais chegava a 34,7%.
“São domicílios mais vulneráveis e com acesso limitado ao mercado de trabalho. Por isso, os programas sociais acabam tendo maior impacto", avaliou Simões.
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