Putin rejeita retirada de tropas e diz que ataques na Ucrânia são "inevitáveis"
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante uma viagem ao Cazaquistão, em 14 de outubro de 2022. — Foto: Valery Sharifulin via Reuters
Em conversa com o chefe de governo alemão, Olaf Scholz, nesta sexta-feira (2), o presidente russo, Vladimir Putin, disse que os ataques maciços da Rússia às infraestruturas de energia da Ucrânia são "necessários e inevitáveis". Putin ainda denunciou a postura "destrutiva" do Ocidente em apoiar o governo ucraniano.
As Nações Unidas enviaram inspetores examinar o impacto dos ataques contra a infraestrutura estratégica da Ucrânia e investigam se a tática poderia ser equiparada a crimes de guerra.
O Kremlin afirmou em um comunicado que “as Forças Armadas russas evitaram por muito tempo ataques com mísseis de alta precisão contra certos alvos na Ucrânia, mas tais medidas se tornaram necessárias e inevitáveis diante dos ataques provocadores de Kiev". A nota continha um resumo das declarações de Putin a Scholz, após a primeira conversa entre os dois líderes desde setembro.
Durante a conversa telefônica de uma hora entre os dois, Scholz "pediu ao presidente russo que encontre uma solução diplomática o mais rápido possível, o que envolve a retirada das tropas russas", disse o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, também em nota.
Nesta sexta-feira, o Kremlin rejeitou as condições mencionadas na véspera pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que disse estar "pronto" para discutir se o presidente russo estivesse procurando "uma maneira de acabar com a guerra" e de retirar suas tropas.
O porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, disse que a Rússia "obviamente" rejeita a ideia. "A operação militar continua", insistiu.
Desde o início de outubro, mísseis russos têm como alvo as instalações elétricas da Ucrânia, causando grandes prejuízos e privando milhões de habitantes de aquecimento na chegada do inverno.
Moscou afirma que esses ataques não visam civis e são destinados a reduzir a capacidade de combate da Ucrânia e pressionar o país a negociar. Kiev denuncia crimes de guerra contra a população civil.
A missão de investigação da ONU é composta por três membros e foi criada pelo Conselho de Direitos Humanos, em março passado. O grupo já concluiu que a Rússia havia cometido crimes de guerra em áreas ocupadas por suas forças na Ucrânia. Moscou rejeita essas acusações.
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