Por que uma em cada 150 pessoas no mundo está em situação de escravidão

Crianças em Bangladesh são pagas com valores baixos para catar objetos em lixão — Foto: Getty Images via BBC 1 de 3 Crianças em Bangladesh são pagas com valores baixos para catar objetos em lixão — Foto: Getty Images via BBC

Crianças em Bangladesh são pagas com valores baixos para catar objetos em lixão — Foto: Getty Images via BBC

Em todo o mundo, uma pessoa em cada 150 vive em situação de escravidão moderna, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência especializada da ONU.

O número total de pessoas afetadas é de 50 milhões — acima dos 40 milhões de apenas quatro anos atrás, segundo a organização.

A escravidão moderna é um termo abrangente que descreve a exploração de pessoas por meio de práticas que incluem:

"Tudo se resume à exploração de pessoas vulneráveis, geralmente para ganhos econômicos", diz Monti Datta, professor associado de ciência política na Universidade de Richmond, nos Estados Unidos, e ativista contra a escravidão.

A OIT diz que 27,6 milhões de pessoas são obrigadas a fazer trabalho forçado.

Os trabalhadores migrantes são particularmente vulneráveis ​​a isso. São pessoas de países pobres que são recrutadas para trabalhar no exterior em indústrias como construção, agricultura, confecção de roupas e tarefas domésticas, que ficam presas nesses empregos e não podem viajar para casa.

Cortadores de cana na Bahia têm algumas das condições de trabalho mais degradantes do mundo — Foto: Getty Images via BBC 2 de 3 Cortadores de cana na Bahia têm algumas das condições de trabalho mais degradantes do mundo — Foto: Getty Images via BBC

Cortadores de cana na Bahia têm algumas das condições de trabalho mais degradantes do mundo — Foto: Getty Images via BBC

"Estimamos que há quatro bilhões de pessoas no mundo que não são protegidas pelo estado de direito", disse Euan Fraser, da organização International Justice Mission UK, que trabalha para acabar com a violência contra as pessoas que vivem na pobreza.

Datta diz que a Índia pode ser o pior país para o trabalho forçado.

"A grande preocupação é o uso de trabalho forçado em locais como olarias e o uso de mão de obra infantil", diz ele.

Acredita-se que 4,9 milhões de mulheres e crianças em todo o mundo são obrigadas a fazer trabalho sexual.

"O trauma desse tipo de escravidão talvez seja pior do que o trauma de lutar em uma guerra", diz Datta. "E há um estigma associado, por isso é difícil para os sobreviventes falarem sobre o tema. Pode levar anos para os sobreviventes se recuperarem dos danos físicos e psicológicos."

A OIT também diz que 22 milhões de pessoas em todo o mundo estão presas em casamentos forçados.

Dois terços deles acontecem na região da Ásia-Pacífico.

A Índia e os países vizinhos, como o Paquistão, são particularmente conhecidos pelos casamentos forçados envolvendo pessoas com menos de 18 anos, diz Datta.

No entanto, os números da OIT sugerem que os casamentos forçados são mais prevalentes nos países árabes do Golfo — com 4,8 pessoas em cada mil na região em casamentos forçados.

Os empregadores privados são responsáveis ​​por 86% do trabalho forçado no mundo (incluindo trabalho sexual forçado). A OIT estima que, em todo o mundo, empregadores lucram US$ 150 bilhões com o trabalho forçado.

A organização diz que US$ 51,8 bilhões desse dinheiro foram obtidos por empregadores na região da Ásia-Pacífico, a partir de 15,1 milhões de pessoas em trabalho forçado. Outros US$ 46,9 milhões foram obtidos em países desenvolvidos e na União Europeia.

Acampamentos para trabalhadores migrantes nos estados do Golfo Pérsico costumam ficar superlotados — Foto: Getty Images via BBC 3 de 3 Acampamentos para trabalhadores migrantes nos estados do Golfo Pérsico costumam ficar superlotados — Foto: Getty Images via BBC

Acampamentos para trabalhadores migrantes nos estados do Golfo Pérsico costumam ficar superlotados — Foto: Getty Images via BBC

No entanto, diz a OIT, a região que tem mais pessoas em situação de escravidão moderna em comparação com qualquer outro lugar do mundo, em proporção à população, são os estados do Golfo Árabe — com 5,3 em cada mil pessoas presas em trabalho forçado.

Euan Fraser, da International Justice Mission UK, diz que o número de pessoas presas ao trabalho forçado está aumentando por causa da pandemia.

"Por causa da Covid, muitas pessoas ficaram presas no exterior ou perderam seus empregos. Elas estavam mais desesperadas por dinheiro e, portanto, mais vulneráveis ​​aos traficantes", diz.

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