Fuvest 2023: professores avaliam que prova da 1ª fase teve nível médio e temas atuais

Estudantes realizaram neste domingo (4) a primeira fase da Fuvest 2023 — Foto: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO 1 de 2 Estudantes realizaram neste domingo (4) a primeira fase da Fuvest 2023 — Foto: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Estudantes realizaram neste domingo (4) a primeira fase da Fuvest 2023 — Foto: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Professores de cursinhos pré-vestibulares de São Paulo avaliaram neste domingo (4) que a prova da primeira fase da Fuvest foi de nível moderado de dificuldade e a nova distribuição das questões pode ter afetado quem se planejou com o modelo antigo.

Com duração de cinco horas, a etapa reuniu 90 questões nas áreas de biologia, física, geografia, história, inglês, matemática, português e química, além de questões interdisciplinares.

"Isso pode ter atrapalhado a estratégia dos vestibulandos, que treinam com simulados que separam as questões por disciplinas. De maneira geral, as questões de exatas estavam mais fáceis do que em anos anteriores, enquanto que as questões de humanas estavam mais difíceis. Esse não é o padrão de prova da Fuvest", disse Edmilson Motta, coordenador do Curso Etapa.

"Foi uma prova com caráter diferente, tinha questões interdisciplinares, mas as matérias não estavam bem divididas", explicou Anderson Rodrigues, diretor pedagógico da Oficina do Estudante.

De modo geral, segundo Motta, as questões de exatas foram mais fáceis do que em anos anteriores, enquanto as de humanas estavam mais difíceis.

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Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora Pedagógica do Objetivo, elogiou a forma com que a prova foi apresentada💥️: "Conseguiu, pela primeira vez, acabar com aqueles blocos de questões".

A professora citou como exemplo alunos que iniciam a prova por questões que eles têm mais facilidade.

"Nessa prova, ele [candidato] não pôde fazer isso, porque não importava a ordem nas 90 questões", destacou.

Para Sérgio Paganim, diretor do Curso Anglo, a mudança tende a aumentar a ansiedade dos alunos que se preparam com modelos anteriores.

"Por outro lado, ela mantém a tradição ao explorar inúmeros gêneros textuais para contextualizar as questões. Há questões envolvendo mapa, gráfico, poema, texto filosófico, letras de música, quadro e até meme. Tem uma questão sobre interseccionalidade, sobre racismo, patriarcalismo, outra sobre voto feminino e inserção das mulheres no mundo do trabalho", disse ele.

A lista de convocados para a segunda fase do vestibular será divulgada no dia 16 de dezembro. Já a lista de aprovados está prevista para 30 de janeiro de 2023, segundo o calendário da Fuvest 💥.

Estudantes participam da1ª fase do vestibular da Fuvest neste domingo(10) em sala da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, na Cidade Universitária. — Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo 2 de 2 Estudantes participam da1ª fase do vestibular da Fuvest neste domingo(10) em sala da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, na Cidade Universitária. — Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

Estudantes participam da1ª fase do vestibular da Fuvest neste domingo(10) em sala da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, na Cidade Universitária. — Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

Para o professor Reginaldo Leite, da Oficina do Estudante, "os textos deram a fundamentação da prova, pertencendo a modalidades variadas, sendo extraídos da Literatura (prosa e poesia), da Ciência, além de tirinhas".

"A Gramática foi contemplada com conteúdo já esperado, como verbos (em relações semânticas e na sua forma pronominal), sintaxe e figuras de linguagem — aqui também mantendo interdisciplinaridade com Biologia e Química. Enfim uma prova bem elaborada que permeia conteúdos estudados em sala de aula e que exigem uma leitura atenta por parte do aluno", destacou ele.

Leite informou, ainda, que o exame explorou obras como 'Alguma Poesia', de Carlos Drummond de Andrade, 'Mensagem', de Fernando Pessoa, e 'Angústia', de Graciliano Ramos.

"Essas obras foram cobradas, tendo em vista o conhecimento do conteúdo dos referidos livros, mas também a partir de uma relação interdisciplinar com História e Geografia", afirmou.

"Textos densos, com viés ideológico. Questões de gênero e questões raciais estiveram muito presentes, que lembram muito as provas da Unicamp. As questões estavam mais próximas do campo da sociologia e da filosofia", disse Motta, coordenador do Curso Etapa.

A avaliação de Carlos Torres, professor de inglês da Oficina do Estudante, foi de uma prova de nível médio.

"Como sempre, as questões de inglês sempre estão bem contextualizadas com perguntas e atendendo de forma clara a todos os textos que se dão em vários gêneros textuais", apontou.

"Podemos encontrar perguntas de compreensão de texto, assim como de vocabulário específico e de referenciais. Essa prova trouxe questões sobre entendimentos e simbolismos relacionados à música e questões interdisciplinares abrangendo assuntos da física do que diz sentido a produção de energia renovável", afirmou.

"A prova trouxe questões de assuntos recorrentes na primeira fase, como reações orgânicas, gases e pH. Em três questões de química, foi exigida a leitura e interpretação de gráficos, além do conhecimento químico", informou a professora Tathiana Guizelini, da Oficina do Estudante.

"Foi uma prova com assuntos bem diversificados dentro da química", completou.

O professor Rodrigo Araújo, da Oficina do Estudante, disse que a prova de física manteve um padrão semelhante ao dos anos anteriores, com nível de dificuldade mediano.

"Pelo segundo ano consecutivo, não houve nenhuma questão de ondulatória. Como de costume, foi uma prova bem escrita que exigiu conhecimentos específicos dos candidatos e favoreceu aqueles que estavam mais preparados", avaliou.

"O conteúdo que predominou foi a mecânica, algo comum na Fuvest. Algumas questões com a fórmula sendo dada", comentou Edmilson Motta.

Mário Fernandes, professor da Oficina, afirmou que a principal mudança na prova de matemática foi a presença de questões ao longo de diferentes partes da prova.

"Diferentemente dos anos anteriores, em que as questões estavam todas juntas".

O professor Gustavo Camacho, da Oficina do Estudante, sentiu falta de questões tradicionais de citologia e zoologia, comuns na Fuvest, segundo ele.

"Foi uma prova pouco abrangente e de dificuldade moderada. Pesou muito na ecologia tanto nas questões interdisciplinares quanto nas específicas da disciplina. Outros assuntos que apareceram: parasitologia, genética e fisiologia humana", contou.

Marcos Moraes, da Oficina, também considerou a Fuvest 2023 como mediana em relação à disciplina de história. Ele enfatizou uma questão que misturou a história do México com a do Brasil durante a comemoração do centenário da independência brasileira, em 1922.

"As imagens do Comício da Central do Brasil, ocorrido em 1964, durante as crises do governo Jango, também merecem destaque. A interpretação de texto marcou o exame deste ano, além de importantes temas, como o voto feminino, os indígenas e a inserção das mulheres no mercado de trabalho", destacou.

Daniel Simões, da Oficina do Estudante, elogiou a elaboração da prova: "Adequada aos conteúdos e habilidades previstos no manual. Houve boa distribuição de questões fáceis, medias e difíceis, aplicadas de forma equilibrada".

Ele destacou questões que exigiam análise de mapas e gráficos aplicados a temas clássicos, como clima e agricultura.

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