Indígenas de RR pausam evento tradicional para assistir Brasil na Copa e apostam no hexa: 'não tem etnia para torcer&
Indígenas da comunidade Tabalascada, em Roraima, acompanham jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo 2022 — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR
A declaração é da comerciante Elita da Silva, de 40 anos. Ela vende comidas feitas com mandioca na comunidade indígena Tabalascada, localizada na região Serra da Lua, no município de Cantá e estava trabalhando no XI Festival Do Beijú 2022 na comunidade. O tradicional evento parou toda a programação para que os indígenas pudessem — como sempre fazem — acompanhar e torcer para a seleção brasileira na Copa do Mundo 2022.
A união para assistir à partida deve ocorrer novamente nesta sexta-feira (9), quando o Brasil enfrenta a Croácia pelas quartas de final da Copa do Mundo do Catar após vencer a seleção da Coreia do Norte nas oitavas de final. O jogo acontecerá às 11h no horário de Roraima, 12h no horário de Brasília.
2 de 7 Indígenas torcem para o Brasil durante evento tradional da comunidade — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RRIndígenas torcem para o Brasil durante evento tradional da comunidade — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR
A comunidade acompanhava o jogo do Brasil contra a seleção de Camarões em duas televisões de 40 polegadas posicionadas em tendas de venda no evento e o jogo começou logo após o fim do concurso de parixara entre as comunidades participantes do evento. Nesta sexta-feira (9) a comunidade, que é composta por indígenas 💥️Macuxi e💥️ Wapichana, irá acompanhar o jogo do Brasil contra a Croácia.
Parixara é um ritual em que os indígenas cantam e dança em círculo como forma de celebrar algo - neste caso, o festival e os convidados presentes na festa.
Os membros da comunidade se dividiram em dois pontos para ver o jogo. O local não tem sinal de celular e o sinal de televisão é oscilante, por isso, uma pequena antena ao alto de uma das casas leva o sinal para as duas TVs.
3 de 7 Pequena antena garantia o sinal de TV na comunidade da Tabalascada — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RRPequena antena garantia o sinal de TV na comunidade da Tabalascada — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR
Uma das televisões que estava sendo usada pela comunidade era de Marinete dos Anjos, de 47 anos. Ela, que é esposa do tuxaua — líder indígena responsável pela comunidade, e apaixonada por futebol, levou a televisão da sua casa para que todos no evento pudessem acompanhar a partida.
"Nós indígenas sempre damos um jeito de ver, até porque aqui é uma região distante, o sinal não pega tão bem, então damos o nosso jeitinho. Em qualquer lugar a gente se reúne para ver e torcer, mesmo no sol quente", disse Marinete.
4 de 7 Marinete é esposa do tuxaua e dona de umas das televisões que a comunidade usava para assistir o jogo — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RRMarinete é esposa do tuxaua e dona de umas das televisões que a comunidade usava para assistir o jogo — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR
Ela destaca que toda a comunidade acompanha "assiduamente" os jogos da Copa do Mundo e a torcida pela seleção brasileira une todos os parentes, como os indígenas se referem uns aos outros.
5 de 7 Mickelly acompanhava o jogo durante os festejos do Festival do Beijú, na comunidade da Tabalascada — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR
Mickelly acompanhava o jogo durante os festejos do Festival do Beijú, na comunidade da Tabalascada — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR
Já a dona de casa Mickelly da Silva, de 32 anos, diz que torcer para o Brasil é algo "muito natural" para os moradores da comunidade da Tabalascada, já que todos são amantes do esporte.
"A gente tem uma expectativa boa do Brasil nesta copa, estamos na torcida do hexa. É o nosso coração como brasileiros batendo mais forte. Todo mundo aqui na comunidade é apaixonado por futebol então não tinha como ser diferente", disse.
6 de 7 Elita da Silva, de 40 anos, usava a camisa do Brasil para torcer pela seleção na comunidade da Tabalascada, em Roraima — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RRElita da Silva, de 40 anos, usava a camisa do Brasil para torcer pela seleção na comunidade da Tabalascada, em Roraima — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR
Enquanto todos estavam curtindo a programação do evento, Elita da Silva estava trabalhando. Ela vendia produtos alimentícios feitos com o beijú, mas — usando a camisa da seleção brasileira — parou tudo o que estava fazendo para acompanhar o jogo.
Para Elita, se depender da comunidade da Tabalascada, o hexacampeonato do Brasil virá em 2022 na Copa do Mundo do Catar.
7 de 7 Comunidade se reuniu em duas televisões para acompanhar o jogo do Brasil na Copa — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RRComunidade se reuniu em duas televisões para acompanhar o jogo do Brasil na Copa — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR
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