Produção industrial avança, em outubro, em apenas 6 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE

Indústria extrativa do Pará foi a que mais se destacou na passagem de setembro para outubro. — Foto: Polícia Federal/Divulgação 1 de 1 Indústria extrativa do Pará foi a que mais se destacou na passagem de setembro para outubro. — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Indústria extrativa do Pará foi a que mais se destacou na passagem de setembro para outubro. — Foto: Polícia Federal/Divulgação

A produção industrial em outubro teve alta em apenas seis dentre os 15 locais pesquisados, apontam os dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O baixo desempenho regional ajuda a explicar a alta de 0,3% da produção nacional na passagem de setembro para outubro, resultado próximo à estabilidade.

Já na comparação com outubro do ano passado, em que a indústria brasileira como um todo avançou 1,7%, houve crescimento da produção em sete dos 15 locais pesquisados.

O acumulado no ano foi negativo em oito dos 15 locais. Já o acumulado em 12 meses teve taxas negativas em nove dos 15 locais pesquisados.

Dentre os seis locais com alta na produção, o maior destaque ficou com o Pará, que apresentou o maior avanço da produção após dois meses seguidos de queda. O resultado foi puxado pelo setor extrativo.

“O Pará ficou em primeiro lugar em termos de influências positivas sobre o resultado nacional e esse crescimento de 5,2% recupera uma parte da perda acumulada nos meses anteriores. Isso pode ser explicado pelo bom desempenho do setor extrativo, que é um dos principais da indústria paraense”, explicou o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.

O segundo melhor desempenho foi da indústria goiana, com destaque para a produção automotiva e farmacêutica.

“Esse estado aparece em quinto lugar no ranking de influência sobre a produção do país e podemos atribuir o crescimento desse mês aos resultados do setor de veículos automotores e da indústria farmacêutica”, destacou o pesquisador.

A indústria mineira foi a segunda de maior impacto no índice geral e, entre os seus setores de destaque, estão o de metalurgia e o de veículos.

Já a alta do Rio de Janeiro foi puxada pelo setor extrativo e aos derivados de petróleo e biocombustíveis.

“A indústria extrativa fluminense, que tem um peso significativo no setor industrial do estado, se refere ao refino do petróleo e ao gás natural”, ressaltou Bernardo.

O parque industrial de São Paulo, que responde por cerca de 34% da produção nacional, exerceu em outubro a quarta maior influência no resultado geral do país.

“Diferentemente do que geralmente ocorre, São Paulo não exerceu a principal influência sobre esse resultado. O setor que mais impactou essa variação positiva da indústria paulista no mês de outubro foi o de derivados do petróleo. Também houve o impacto dos resultados positivos dos produtos de borracha e material plástico e produtos farmacêuticos”, diz.

Com alta de 0,4% ante setembro, a indústria paulista não recuperou a perda de 3,2% registrada em setembro. Segundo o analista da pesquisa, o baixo desempenho do estado reflete a conjuntura

"Temos observado toda essa conjuntura da indústria caminhando gradualmente, registrando queda em alguns períodos e em outros tendo crescimento mais tímido. Há a inflação em patamares elevados, o que impacta a cadeia produtiva, o poder de consumo das famílias e a tomada de decisão dos produtores industriais e investidores. Esses são alguns fatores que podem explicar essa perda de ritmo”, avaliou Bernardo.

Dentre os nove locais com queda na produção, Ceará e Mato Grosso foram os que tiveram os recuos mais expressivos.

“Na indústria cearense, a queda é explicada pelos resultados negativos do segmento de artefatos de couro, artigos para viagens e calçados, que tem uma influência grande no setor industrial do estado. As estratégias de equalização de oferta e demanda do próprio setor podem explicar a diminuição do ritmo de produção nesse mês”, explicou Bernardo.

Já a queda da produção mato-grossense é relacionada ao comportamento da indústria de alimentos. “Esse setor em Mato Grosso é muito ligado ao abate de animais, principalmente de bovinos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o setor tem um ganho de ritmo, mas há uma queda frente ao mês anterior. Outra influência negativa na indústria do estado foi o setor de derivados de petróleo e biocombustíveis”, apontou o pesquisador.

Embora Ceará e Mato Grosso tenham registrado as quedas mais intensas, partiu da indústria do Paraná a principal influência negativa sobre o resultado nacional.

“A indústria paranaense tem a quinta taxa negativa seguida, acumulando nesse período perda de 16,5%. Em outubro, o que justifica essa retração também é o impacto do setor de derivados do petróleo e biocombustíveis”, destacou Bernardo.

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