Justiça de SP nega recurso de casal e mantém 36 anos de prisão por assassinato de menina que saiu de casa para andar de patins

Casal é réu pela morte da menina Vitória Gabrielly em Araçariguama (SP) — Foto: Reprodução 1 de 4 Casal é réu pela morte da menina Vitória Gabrielly em Araçariguama (SP) — Foto: Reprodução

Casal é réu pela morte da menina Vitória Gabrielly em Araçariguama (SP) — Foto: Reprodução

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou o recurso da defesa e manteve a condenação do casal Bruno Oliveira e Mayara Abrantes a 36 anos de prisão por participar do assassinato da menina Vitória Gabrielly, em 2018, em Araçariguama, no interior de São Paulo. A decisão do julgamento foi publicada na quinta-feira (8).

Procurado pelo 💥️g1 nesta sexta-feira (9), o advogado Clayton Wesley de Freitas Bezerra, que defende Bruno e Mayara, disse a defesa irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pedir a anulação do júri.

Em 9 de novembro de 2023, a sentença em primeira instância do juiz Flávio Roberto de Carvalho citou homicídio, sequestro e ocultação de cadáver com qualificadoras.

“O castigo para a família é perpétuo. Só restará saudade e as flores no cemitério. O réu, dentro da lei de execução penal brasileira, uma das piores legislações do mundo, uma verdadeira celebração da impunidade conseguirá benefícios com o tempo”, disse o magistrado.

Vitória Gabrielly Guimarães Vaz tinha 12 anos quando desapareceu, em 2018, após sair de casa para andar de patins, em Araçariguama. O corpo dela foi encontrado oito dias depois, no meio de um matagal e perto dos patins.

Três pessoas foram presas e indiciadas por homicídio doloso suspeitas de envolvimento no crime. Um quarto suspeito também foi preso e virou réu pelo caso, mas ainda não foi julgado.

Julgamento de Bruno e Mayara teve início na segunda-feira — Foto: Carlos Henrique Dias/g1 2 de 4 Julgamento de Bruno e Mayara teve início na segunda-feira — Foto: Carlos Henrique Dias/g1

Julgamento de Bruno e Mayara teve início na segunda-feira — Foto: Carlos Henrique Dias/g1

No dia do julgamento, Bruno e Mayara chegaram ao Fórum de São Roque com cerca de uma hora de atraso. Durante o trajeto dos réus do veículo da Polícia Penal até o prédio, a mãe de Bruno aproveitou para dar um recado aos dois: "fiquem calmos. Amo vocês."

Em seguida, em conversa do lado de fora do prédio, ela desabafou com grupos de apoio a famílias envolvidas em crimes de repercussão.

O juiz ouviu a delegada do caso, os réus, um investigador e o responsável por cães que identificaram o odor dos envolvidos no local onde o corpo de Vitória foi encontrado.

O sorteio dos jurados foi realizado e a oitiva das testemunhas teve início às 10h15. Ao todo, foram ouvidas quatro testemunhas de acusação e dez de defesa. Ele negou o crime e a ré preferiu se manter em silêncio.

Antes de Bruno e Mayara, o servente Júlio César Ergesse já havia sido julgado por ter participado do crime em Araçariguama, em 2018. Com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa e crime cometido para ocultar, a primeira condenação de Júlio chegou a 34 anos.

A defesa do servente de pedreiro entrou com recurso para tentar anular o júri de 21 de outubro de 2023. Em segunda instância, o Tribunal de Justiça diminuiu a pena dele para 23 anos e quatro meses de detenção, sendo quase dez anos a menos.

Júlio Ergesse foi condenado a mais de 30 anos de prisão pela morte de Vitória Gabrielly — Foto: Carlos Henrique Dias/g1 3 de 4 Júlio Ergesse foi condenado a mais de 30 anos de prisão pela morte de Vitória Gabrielly — Foto: Carlos Henrique Dias/g1

Júlio Ergesse foi condenado a mais de 30 anos de prisão pela morte de Vitória Gabrielly — Foto: Carlos Henrique Dias/g1

Vitória Gabrielly desapareceu na tarde do dia 8 de junho de 2018, quando saiu de casa para andar de patins, em Araçariguama. Uma câmera de segurança registrou a menina na rua no dia do sumiço. O desaparecimento mobilizou buscas diárias com cães farejadores e policiais pela região.

A adolescente foi encontrada morta oito dias depois, em 16 de junho, em uma mata às margens de uma estrada de terra, no bairro Caxambu. Segundo a polícia, a garota estava com os pés e as mãos atados e o corpo amarrado a uma árvore. Vitória usava a mesma roupa que vestia no dia em que sumiu e os patins foram encontrados perto do corpo.

Mayara, Bruno e Júlio foram presos acusados de participação direta na morte da menina. Os três foram levados para a penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba (SP). Eles negaram os crimes desde o início.

A Polícia Civil abriu um segundo inquérito para realizar buscas pelo suspeito de integrar a cúpula do tráfico de drogas na região e que estaria envolvido no crime.

A polícia apurou que Vitória foi raptada por engano para que uma dívida de drogas fosse quitada. A menina teria sido morta depois que os criminosos perceberam que estavam com a pessoa errada.

O quarto suspeito foi preso quase um ano depois do crime e reconhecido por fotos por duas testemunhas.

Odilan Alves, de 36 anos na época, morava em Itapevi (SP) e confessou que comandava o tráfico de drogas na região de Araçariguama, mas negou envolvimento na morte de Vitória.

Patins foram encontrados ao lado do corpo da menina Vitória, em um matagal — Foto: Witter Veloso/Tv Tem 4 de 4 Patins foram encontrados ao lado do corpo da menina Vitória, em um matagal — Foto: Witter Veloso/Tv Tem

Patins foram encontrados ao lado do corpo da menina Vitória, em um matagal — Foto: Witter Veloso/Tv Tem

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