Lula diz receber diploma no TSE 'em nome da liberdade, da dignidade e da felicidade do povo brasileiro
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), declarou nesta segunda-feira (12) ao ser diplomado para o futuro cargo que recebe o documento "em nome da liberdade, da dignidade e da felicidade do povo brasileiro".
Em discurso de 14 minutos (💥️veja íntegra acima), Lula se emocionou por diversas vezes e disse que o diploma não era só dele, mas "de uma parte significativa do povo, que reconquistou o direito de viver em democracia nesse país".
"Na minha primeira diplomação em 2002, lembrei da ousadia do povo brasileiro em conceder, para alguém tantas vezes questionado por não ter diploma universitário [...] Eu quero pedir desculpas pela emoção, porque quem passou o que eu passei nesses últimos anos, estar aqui agora é a certeza de que Deus existe", começou Lula, com a voz embargada.
O presidente eleito foi, por diversas vezes, ovacionado pelos convidados da cerimônia – a plateia era formada de apoiadores e aliados da chapa.
A diplomação é uma etapa que confirma o processo eleitoral e habilita Lula e Alckmin a tomar posse como presidente e vice-presidente da República no dia 1º de janeiro.
1 de 1 Alexandre de Moraes e presidente eleito, Lula, em cerimônia de diplomação — Foto: TSE/Reprodução
Alexandre de Moraes e presidente eleito, Lula, em cerimônia de diplomação — Foto: TSE/Reprodução
"Poucas vezes na história desse país a democracia esteve tão ameaçada, a vontade popular foi tão colocada à prova e teve que vencer tantos obstáculos para enfim ser ouvida", prosseguiu.
A cerimônia de diplomação foi realizada na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. Também foi diplomado o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). Com isso, ambos estão aptos a tomar posse nos cargos no próximo dia 1º de janeiro.
De acordo com o TSE, aproximadamente mil pessoas foram convidadas para acompanhar a solenidade, presidida pelo ministro Alexandre de Moraes.
No discurso já como presidente diplomado, Lula disse que a cerimônia no TSE era "a celebração da verdadeira democracia".
"Poucas vezes na história recente deste país a democracia esteve tão ameaçada. Poucas vezes na nossa história a vontade popular foi tão colocada à prova, e teve que vencer tantos obstáculos para enfim ser ouvida", afirmou.
O político elogiou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela "firmeza na defesa da democracia e da lisura do processo eleitoral nesses tempos tão difíceis".
"Além da sabedoria do povo brasileiro, que escolheu o amor em vez do ódio, a verdade em vez da mentira e a democracia em vez do arbítrio, quero destacar a coragem do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, que enfrentaram toda sorte de ofensas, ameaças e agressões para fazer valer a soberania do voto popular", disse.
Lula também criticou a conduta do candidato derrotado à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), na campanha eleitoral – e acusou o adversário de usar a máquina pública para "comprar votos".
"Ameaçaram as instituições. Criaram obstáculos de última hora para que eleitores fossem impedidos de chegar a seus locais de votação. Tentaram comprar o voto dos eleitores, com falsas promessas e dinheiro farto, desviado do orçamento público", enumerou.
"Intimidaram os mais vulneráveis com ameaças de suspensão de benefícios, e os trabalhadores com o risco de demissão sumária, caso contrariassem os interesses de seus empregadores. Quando se esperava um debate político democrático, a nação foi envenenada com mentiras produzidas no submundo das redes sociais", prosseguiu Lula.
Lula afirmou que o resultado das eleições "não foi apenas a vitória de um candidato, de um partido", mas de uma "verdadeira frente ampla contra o autoritarismo".
"Hoje, na transição de governo, se amplia para outras legendas e favorece o protagonismo de trabalhadores, empresários, artistas, intelectuais, cientistas e lideranças dos mais diversos e combativos movimentos populares desse país", disse Lula.
Segundo o presidente diplomado, a gestão Bolsonaro deixa um "legado perverso, que recai principalmente sobre a população mais necessidade", além de um "ataque sistemático às instituições democráticas".
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