Desaparecimento de trilheiro na Serra do Mar completa sete anos e segue como mistério

Kamal Robles Guster, de 34 anos, desapareceu no dia 3 de maio — Foto: Arquivo Pessoal 1 de 5 Kamal Robles Guster, de 34 anos, desapareceu no dia 3 de maio — Foto: Arquivo Pessoal

Kamal Robles Guster, de 34 anos, desapareceu no dia 3 de maio — Foto: Arquivo Pessoal

O desaparecimento do trilheiro Kamal Robler Guster aos 34 anos, no dia 3 de maio de 2015, na travessia entre a cidade de São Paulo e o litoral do estado pela Serra do Mar segue como mistério. O homem era de Santo André, no ABC Paulista, e integrava um grupo de 15 pessoas, quando sumiu na mata. Até hoje, nenhum objeto pessoal ou qualquer vestígio de Kamal foi encontrado.

Na terça-feira (13), completou 10 dias que um homem e uma mulher estão desaparecidos em outra trilha no extremo da Zona Sul de São Paulo💥️ (leia mais abaixo).

O caso de Kamal foi investigado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itanhaém, que ouviu testemunhas e abriu inquérito para tentar descobrir o que aconteceu. O caso foi relatado ao Poder Judiciário em 2017 e arquivado sem solução no mesmo ano pelo Tribunal de Justiça.

Amigos que estavam na travessia foram ouvidos pelo 💥️g1 e afirmaram que mesmo após o fim das buscas feitas pela polícia e bombeiros, as ações foram mantidas por conhecidos por cerca de seis meses. Faixas foram colocadas na mata, indígenas foram informados e recompensas oferecidas.

O explorador Divanei Goes de Paula, que fazia parte do grupo naquela manhã fria de maio, contou o que ocorreu no último dia em que Kamal foi visto:

Foto de Kamal nas redes sociais — Foto: Reprodução/Facebook 2 de 5 Foto de Kamal nas redes sociais — Foto: Reprodução/Facebook

Foto de Kamal nas redes sociais — Foto: Reprodução/Facebook

Divanei deu detalhes do que ocorreu no começo da trilha.

“Abriu um pouco a cabeça [do homem atingido pela pedra]. A gente 'estacionou' e os dois meninos que estavam à frente abrindo o caminho acabaram seguindo. Quando eles ouviram os apitos se confundiram e acharam que a gente estava apitando mais abaixo do vale. Imaginaram que nós tínhamos atravessado. Em vez de eles voltarem, eles acabaram seguindo”, lembra Divanei.

“Tinham experiência para descer e ficamos tranquilos. Estavam com perneiras, coletes salva vidas. E eles foram bem e desceram o vale. Não existe trilha. São travessias sem trilha e varando o mato, escalando o barranco. Eles chegaram à parte plana já”, completa.

 — Foto: Arte/g1 3 de 5 — Foto: Arte/g1

— Foto: Arte/g1

“[Kamal] Ia cortar pelo mato e encontrar o outro depois de uns 80 metros. Coisa boba. Ele subiu, escalou um pedaço, passou pela mata, cruzou o morro para encontrar o menino que estava pelo rio. O menino esperou e ele não apareceu mais.”

“Comprovamos com o GPS que ele [o parceiro de Kamal] voltou. Estava tudo marcado. Procurou o Kamal e nada, mas estava na parte plana [do trajeto] e seguiu para encontrar com o Kamal na tribo. O Kamal já tinha feito essa trilha uma vez e conhecia o caminho”, complementa Divanei.

Para Divanei, o que ocorreu com Kamal pode ter sido semelhante ao que aconteceu em junho, na Serra do Gigante, o pico mais alto do Vale do Ribeira. Um trilheiro foi resgatado pelo Grupamento Aéreo da Polícia Militar de São Paulo no dia 20, após sofrer uma fratura exposta no braço por uma queda de cerca de 7 metros.

Marli dos Anjos e José Jackson de Alencar — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal 4 de 5 Marli dos Anjos e José Jackson de Alencar — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Marli dos Anjos e José Jackson de Alencar — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

A vendedora Marli dos Anjos Valadão, de 32 anos, e José Jackson Alencar, de 25 anos, estão desaparecidos desde o dia 4 de dezembro quando foram atingidos por uma cabeça d'água durante uma trilha na Zona Sul de São Paulo na Cachoeira da Usina. O Corpo de Bombeiros analisa a retomada das buscas.

Marli e Jackson estavam com um grupo de oito pessoas numa trilha, que leva até o Poço das Virgens. Segundo a corporação, mais de dez bombeiros participaram das buscas por terra e água.

Um helicóptero da Polícia Militar (PM) está sendo usado para orientar os profissionais com imagens aéreas de onde os desparecidos podem ter passado.

Segundo o relato de um dos sobreviventes à polícia, o grupo havia combinado o acampamento no fim de semana. Não houve problema até o retorno, por volta das 15h30 de domingo (4).

Um jovem de 21 anos contou que os amigos andavam sobre as pedras e se seguravam nas cordas, quando uma forte cabeça d'água os atingiu no meio da travessia enquanto chovia. O rapaz, Marli e Jackson foram arrastados.

Marli e Jackson ficaram com a água na altura do joelho, no início da travessia, mas o nível do rio subiu para a altura da barriga, segundo o amigo deles contou à polícia.

O relato ainda detalha que o primeiro a cair foi Jackson, mas ele ainda conseguiu se segurar na corda. Em seguida, o amigo deu apoio para ele, quando Marli caiu. A mulher, segundo o registro policial, não conseguiu se segurar na corda, e Jackson também a soltou depois.

Ao perceber que o local dava pé e era possível sair pela margem, o sobrevivente afirmou que saiu pela lateral do rio e caminhou pela margem para tentar resgatá-los mais à frente. O rapaz detalhou à investigação que acredita que Jackson tenha entrado na correnteza na tentativa de ajudar Marli. Na sequência, ele disse que perdeu os dois de vista.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o desaparecimento foi registrado no 25º Distrito Policial (DP), em Parelheiros.

Buscas são feitas pelos bombeiros por duas pessoas em São Paulo — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação 5 de 5 Buscas são feitas pelos bombeiros por duas pessoas em São Paulo — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Buscas são feitas pelos bombeiros por duas pessoas em São Paulo — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

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