Regime iraniano luta para sobreviver com execuções de manifestantes

Manifestantes em Istambul, na Turquia, protestam contra condenações à morte no Irã por protestos. — Foto: Dilara Senkaya/ Reuters 1 de 3 Manifestantes em Istambul, na Turquia, protestam contra condenações à morte no Irã por protestos. — Foto: Dilara Senkaya/ Reuters

Manifestantes em Istambul, na Turquia, protestam contra condenações à morte no Irã por protestos. — Foto: Dilara Senkaya/ Reuters

Os protestos de iranianos contra o regime que controla o país há mais de quatro décadas entram no 💥️quarto mês sem indícios de arrefecimento. A ditadura dos aiatolás mostra a sua força com a 💥condenação de 27 dissidentes à morte em julgamentos sumários, segundo os cálculos da Anistia Internacional, e a prisão de celebridades.

💥As execuções são por enforcamento e aos olhos do público, como a de Majidreza Rahnavard, de 23 anos, cujo corpo foi içado na semana passada por um guindaste de construção. Ele foi condenado por “inimizade contra Deus”, sob a alegação de que teria esfaqueado dois agentes da força paramilitar. Quando a família foi informada sobre a morte, o corpo do jovem já havia sido enterrado.

Além de Rahnavard, outro manifestante – Moshen Shekari – foi executado por porte de arma, num julgamento também considerado fraudulento pela Anistia Internacional. A organização Direitos Humanos do Irã, com sede em Oslo, 💥️estima que o número de condenados ultrapasse os 39.

Pelo menos 18 mil estão presos e aguardam julgamento, reativando o trauma nacional das execuções em massa ocorridas em 1988, por ordem do aiatolá Ruhollah Khomeini, que liderou a Revolução Islâmica.

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Naquele verão, de acordo com entidades de direitos humanos, cerca de 3 mil detidos foram assassinados pelo esquadrão da morte integrado pelo atual presidente iraniano, Ebrahim Raisi. Ativistas acreditam ser improvável repetir hoje o massacre naquela intensidade, dada a repercussão mundial que os protestos contra a morte da jovem Mahsa Amini, sob custódia da polícia, ganharam.

Atriz Taraneh Alidoosti no filme 'O apartamento' — Foto: Divulgação 2 de 3 Atriz Taraneh Alidoosti no filme 'O apartamento' — Foto: Divulgação

Atriz Taraneh Alidoosti no filme 'O apartamento' — Foto: Divulgação

As informações cruzam as fronteiras do país e se amplificam mais rapidamente. No sábado (17), Taraneh Alidoosti, uma das atrizes iranianas mais populares, foi presa sob a acusação de espalhar falsidades sobre os protestos.

💥️Ela atuou em “O Apartamento”, que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2017, e esteve em maio no Festival de Cannes para divulgar a produção “Leila’s Brothers”.

Aos 38 anos, a atriz, que se expôs sem véu, foi presa por “espalhar falsidades sobre os protestos”, segundo a mídia estatal. Ela publicou um post contra a execução de Moshe Shekari, no último dia 9. “Cada organização internacional que assiste a este derramamento de sangue e não age representa uma vergonha para a Humanidade”, escreveu.

Imagem do jogador iraniano Amir Nasr-Azadani — Foto: AFP 3 de 3 Imagem do jogador iraniano Amir Nasr-Azadani — Foto: AFP

Imagem do jogador iraniano Amir Nasr-Azadani — Foto: AFP

Ídolo do Iranjavan💥️, o jogador de futebol Amir Nasr Azadani foi condenado à morte por participar dos protestos. Parentes do rapper Toomaj Saleh, de 32 anos, temem que ele tenha destino semelhante após ter sido preso violentamente por incentivar os protestos.

Como observou o professor Abbas Milani, diretor do programa de estudos iranianos da Universidade de Stanford, a execução de condenados é barbárie de Estado e, quando realizada em público, é relíquia da barbárie medieval. É dessa forma que o regime iraniano vem lutando para sobreviver.

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