Universidades e institutos federais e estaduais do RJ criam um fórum para debater os cortes no orçamento
Universidades e institutos federais e estaduais têm sofrido uma série de cortes de verbas que têm dificultado o pagamento de fornecedores, de terceirizados e a manutenção das unidades. Em busca de soluções, as instituições se uniram e criaram, nesta segunda-feira (19), o Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Educação do Estado do Rio de Janeiro.
Os reitores querem criar um órgão que possa se sentar com o governador do estado e autoridades federais para discutir com prefeitos a criação de políticas públicas. Eles querem que as instituições federais não sejam vistas apenas como um gasto no orçamento para os gestores públicos.
A Universidade Federal Fluminense (UFF), por exemplo, citou que se fechar o campus que tem uma cidade do interior do RJ poderá causar um grande prejuízo para aquele município. Uma queda de cerca de 25% na economia da cidade.
Segundo as universidades federais, nos últimos dez anos a queda no orçamento destinado a essas instituições foi de 50%, o que tem causado muito dificuldade para o pagamento de serviços de manutenção, funcionários e fornecedores.
Em 2022, houve um corte de R$ 1,680 bilhão, segundo dados de uma agência que faz o levantamento de instituições federais. No final de novembro, o governo federal, que promoveu esses cortes, anunciou que injetaria R$ 2 bilhões no orçamento.
Mesmo assim, com as reduções ocorrendo ano após ano, a dificuldade para pagar as contas tem sido muito grande. A reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Pires de Carvalho, destacou o drama vivido por alunos que recebem a bolsa permanência. Segundo ela, esses alunos, que moram em municípios da Baixada Fluminense, como Duque de Caxias e Nova Iguaçu, estavam sem dinheiro para o transporte, sem condições para ir à faculdade no Rio.
Os restaurantes da UFRJ também tiveram de deixar de funcionar. Das sete unidades, só uma permanecia funcionando. E funcionários terceirizados, como auxiliares de serviços gerais, estavam sem receber e não tinham como pagar as próprias contas.
O reitor Jefferson Manhães de Azevedo, do Instituto Federal Fluminense (IFF), disse que todos estão muito preocupados com a situação.
"É fundamental compreender que nós estamos muito preocupados com esse ano. Mas o ano que vem, se não houver a reposição do nosso orçamento, nós teremos muito mais dificuldade. A previsão nessa área para 2023 reproduz a de 2022 com corte de 7% ao longo de todo ano. Nós vamos ter todos os estudantes desde o início do ano dentro das nossas instituições. Então, se esse ano já foi difícil, o ano de 2023, vamos ter muito mais dificuldades", disse Azevedo.
Os reitores também esperam que não haja um novo corte de 7% - em relação ao orçamento de 2022 - no orçamento previsto para 2023. Os reitores gostariam de retornar ao menos ao orçamento de 2023.
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