ANTES e DEPOIS: Como 2022 mudou para sempre a vida dos ucranianos

Quando os ucranianos entraram em 2022, a sombra da ameaça russa já pairava sobre a fronteira entre os dois países, onde as forças de Moscou começavam a se aglomerar após meses de tensões diplomáticas.

A 💥️possibilidade de uma invasão, no entanto, ainda era remota, e 💥️a vida no país seguia dentro da normalidade.

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💥️Há exato dez meses, no fim de fevereiro, tropas russas deram o pontapé inicial no que se tornaria o 💥principal evento do ano na geopolítica mundial. Agora, no fim de 2022, sem perspectivas para o fim do conflito, o cotidiano da maioria dos cidadãos do país mudou drasticamente (💥️veja montagens no vídeo acima).

A seguir, o g1 mostra alguns exemplos de como era a vida dos ucranianos até o início do ano e como ela ficou em dezembro:

Algumas escolas voltaram às aulas presenciais em setembro, mas muitas adotaram principalmente a modalidade à distância, segundo um levantamento do Banco Mundial. Isso porque seus💥️ prédios foram destruídos ou 💥️não possuem abrigo antibomba, uma exigência para que elas possam receber os alunos.

Uma fazenda da indústria de laticínios Agromol, em Shestakove, foi alvo de um ataque russo e perdeu seis dos seus 20 galpões usados para criação de vacas, segundo o Centro para Estratégias e Estudos Internacionais (CSIS, na sigla em inglês). A empresa estima que mais de💥️ 2 mil cabeças de gado morreram com o bombardeio.

Esse é 💥️apenas um dos muitos exemplos de impactos da guerra na produção de alimentos na Ucrânia.

Atingir diretamente a produção agropecuária do país tem como objetivo 💥️usar a "fome como arma de guerra", segundo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Zelensky acusa a Rússia de deliberadamente agravar a segurança alimentar internacional atacando fazendas e atrapalhando o transporte de grãos.

Com a ajuda da Turquia e da ONU, os dois países em conflito assinaram em julho um acordo para exportação de grãos pelo Mar Negro, que chegou a ser cancelado em outubro após um ataque da Ucrânia na Crimeia e depois retomado em novembro.

Na prática, o abastecimento de supermercados, por exemplo, está bastante comprometido, principalmente em regiões de conflito. O brasileiro Saviano Abreu, funcionário da ONU que está na Ucrânia, contou ao g1 que muitos moradores dessas regiões possuem acesso apenas ao que é produzido localmente, o que é não é suficiente.

Duas semanas depois de a guerra começar, uma imagem rodou o mundo: a da ucraniana Tetiana Perebyinis e seus dois filhos caídos em uma rua da cidade de Irpin, nos arredores de Kiev, com as malas ao lado.

💥Eles tentavam fugir da cidade quando um bombardeio os atingiu.

💥️Os três eram a família de Serhiy Perebyinis - sua mulher e os dois filhos - e morreram na hora por conta dos ferimentos. Serhiy havia viajado ao leste do país - onde a Rússia fez os primeiros ataques - para ficar com sua mãe, que estava doente.

Em questão de dias, no entanto, tropas de Moscou e os bombardeios avançaram sobre Kiev e cidades nos arredores da capital ucraniana. Um deles atingiu parcialmente o prédio em que a família morava, e por isso Tetiana decidiu deixar a cidade com seus filhos.

Meses após perder a família, 💥️Serhiy disse em uma rede social ter "aprendido a viver sozinho". Desde então, ele faz postagens constantes sobre a guerra. Na última delas, contou estar 💥20 horas sem eletricidade - por conta de 💥️ataques constantes da Rússia a estações de energia em Kiev e nos arredores, uma 💥️nova estratégia de Moscou para tentar enfraquecer a capital ucraniana durante o inverno.

Além das postagens, 💥️Serhiy quis que a foto da família atingida por um ataque russo rodasse o mundo, em uma tentativa de denunciar o que ocorria em seu país. A imagem foi uma das primeiras a mostrar o que a Rússia negava: 💥os bombardeios não eram direcionados apenas a alvos militares, e já atingiam também centenas de civis à época.

No começo da guerra, além de alvos militares, a Rússia atingiu estruturas de transporte, como pontes e estações de trem, aparentemente como uma forma de atrapalhar a movimentação de tropas ucranianas, mas impactando diretamente na vida de civis, muitos dos quais queriam fugir de regiões de conflito.

Um estudo da Escola de Economia de Kiev de agosto levantou os 💥️danos causados a estruturas civis pela guerra e apontou que💥foram danificados, destruídos ou apreendidos:

Um levantamento do Banco Mundial de setembro, o mais recente, aponta que serão necessários US$ 350 bilhões para reconstruir a Ucrânia, mas certamente os danos ficaram ainda maiores desde então.

Nos últimos meses, as tropas russas passaram a focar seus ataques na infraestrutura energética. Frequentemente grande parte do país têm sofrido com apagões de energia.

💥️Apagões regulares e cortes de energia estão afetando quase todos na Ucrânia. Segundo um levantamento da ONU, 💥️cerca de 50% da infraestrutura energética do país foi destruída por ataques russos.

Essa💥️ estrutura é fundamental para que os aquecedores funcionem corretamente, principalmente com o início do inverno rigoroso em todo o país. A energia elétrica 💥️também é importante para o funcionamento das bombas que levam água para as casas.

Em Odessa, por exemplo, a administração regional disse que pode levar de dois a três meses para que a energia seja restabelecida. Os moradores foram aconselhados a deixar a cidade, se possível, mas a situação não é muito diferente no resto do país.

Os dados mais recentes da Agência da ONU para Refugiados, a Acnur, apontam que:

Uma dessas pessoas é Valeria Okorokova, de 21 anos, que chegou ao Brasil no fim do mês de maio. Ela morava na cidade de Dobropolye, região de Donetsk. O pai de Valeria foi chamado para a frente da guerra, assim, ela, a mãe e a irmã, de 17 anos, foram forçadas a deixar o país. Você pode ver mais detalhes da história dela na reportagem de Talissa Medeiros, do g1.

Por mais que a situação de refugiado seja difícil, uma pesquisa feita pelo governo alemão com ucranianos mostrou que grande parte se sente bem-vinda na Alemanha. Cerca de 37% disseram que pretendem fixar moradia permanentemente por lá. A 💥️Polônia e a Alemanha foram os países que mais receberam ucranianos fugindo da invasão russa.

Segundo a ONU, o 💥️movimento de volta ao país, que eles chamam de movimento pendular, 💥️ganhou força entre março e abril, quando os ataques estavam mais concentrados no leste da Ucrânia. Só que esse💥️ fluxo diminuiu quando as tropas russas passaram a atingir a infraestrutura energética do país, causando apagões em grande parte do país.

São 💥️mais de 17 milhões de ucranianos que precisam de ajuda humanitária, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.

Entre os maiores desafios atuais está o de preparar a população para enfrentar o inverno rigoroso na Ucrânia.

Grupos humanitários estão ajudando a consertar telhados e janelas danificados, distribuir colchões, cobertores e roupas quentes, ou a preparar abrigos onde as pessoas possam ficar aquecidas.

No final de novembro, um comunicado do serviço de emergência da Ucrânia apontou que 💥️em 24 horas foram mais de cem incêndios em casas. Os moradores tentavam se aquecer usando o que tinham à disposição, sejam geradores de emergência, cilindros de gás ou velas. Nesse dia, 💥️nove pessoas morreram nos incêndios.

💥️Cidades

Em alguns casos, cidades ficaram quase inteiramente destruídas por bombardeios russos. Bucha, nos arredores de Kiev, foi uma delas. Em abril, depois de a Rússia aceitar a retirada de suas tropas da capital ucraniana e proximidades, a cidade ganhou destaque por conta do cenário aterrorizante que o Exército ucraniano diz ter encontrado.

Em imagens feitas por agências de notícias que também estiveram no local, dezenas de corpos de civis estavam estendidos pelas ruas da cidade, alguns deles em bicicletas. Uma grande parte de casas, lojas, restaurantes, escritórios e shoppings foi destruída (💥️veja no vídeo acima).

💥️O governo da Ucrânia acusou a Rússia de crime de guerra, e países do mundo inteiro defenderam que o presidente russo, Vladimir Putin, seja julgado pelo massacre na cidade.

Mulher caminha diante de prédio atingido por bombardeio russo em Mariupol, no sul da Ucrânia, em março de 2022. — Foto: Evgeniy Maloletka/ AP 1 de 2 Mulher caminha diante de prédio atingido por bombardeio russo em Mariupol, no sul da Ucrânia, em março de 2022. — Foto: Evgeniy Maloletka/ AP

Mulher caminha diante de prédio atingido por bombardeio russo em Mariupol, no sul da Ucrânia, em março de 2022. — Foto: Evgeniy Maloletka/ AP

Já em Mariupol - a primeira cidade a ser totalmente ocupada pela Rússia -, no sul do país, a destruição foi completa. O governo ucraniano estima que centenas de pessoas morreram pelos bombardeios ou por conta das condições de vida da cidade, que ficou sitiada e cercada pelas tropas russas, com os moradores impedidos de sair.

A cidade, que tem uma posição estratégica interessante para Moscou, por criar um canal direto para o Mar de Azov, foi uma das primeiras e mais bombardeadas. Prédios, escolas e até uma maternidade foram alvo dos bombardeios.

Mariupol continua sob controle da Rússia.

Grávida é levada de maca em Mariupol, em 9 de março de 2022, após tropas russas bombardearem uma maternidade. — Foto: Evgeniy Maloletka/AP 2 de 2 Grávida é levada de maca em Mariupol, em 9 de março de 2022, após tropas russas bombardearem uma maternidade. — Foto: Evgeniy Maloletka/AP

Grávida é levada de maca em Mariupol, em 9 de março de 2022, após tropas russas bombardearem uma maternidade. — Foto: Evgeniy Maloletka/AP

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