Com Lula, Secretaria de Comunicação deve voltar a ter status de ministério
O presidente eleito, Lula (PT) — Foto: Carla Carniel/Reuters
A Secretaria de Comunicação Social, conhecida como Secom, deve ter novamente status de ministério no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. A pasta integrará o trio de secretarias palacianas, junto com a Secretaria-Geral e a Secretaria de Relações Institucionais. A Secretaria de Assuntos Estratégicos, que já foi ministério em gestões anteriores do PT, deve perder o status.
A informação sobre a configuração da nova Secom foi confirmada ao blog por aliados do presidente que estão trabalhando na definição do organograma. Nesta terça-feira, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que está no conselho político da equipe de transição, leu uma lista com os futuros ministérios e nela consta a Secom.
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Lula tem na mesa candidatos com perfis distintos. Um dos cotados para assumir a secretaria é o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que é jornalista de formação. Pimenta é deputado federal há 20 anos e, se escolhido, preencheria a cota gaúcha na futura Esplanada dos Ministérios.
Militantes e comunicadores do campo petista estão se mobilizando para que Lula escolha o deputado federal Rui Falcão (PT-SP). Também jornalista de formação, Rui integrou o núcleo duro da coordenação da campanha de Lula, é um quadro histórico do PT e tem apoio de tendências minoritárias da sigla.
O publicitário Sidônio Palmeira, que foi o marqueteiro de Lula na campanha, também está entre os citados. Palmeira também está coordenando os materiais usados nas redes sociais de Lula para convidar o público para a posse.
A Secom perdeu status de ministério em 2016, quando o ex-presidente Michel Temer enxugou o gabinete presidencial, extinguindo cerca de 15 pastas. A Secom hoje está subordinada ao Ministério das Comunicações, chefiado por Fábio Faria. O atual chefe da Secom é André de Sousa Costa, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal. Antes, a Secom foi chefiada por Fábio Wajngarten, que atuou na comunicação da campanha de Bolsonaro à reeleição.
O último ministro da Secom foi Edinho Silva, no segundo governo de Dilma Rousseff. Edinho foi o coordenador de comunicação na campanha de Lula e integrava o núcleo duro petista. Ele, no entanto, é prefeito de Araraquara, no interior de São Paulo, e teria que largar o mandato no meio para assumir outra função no governo federal. Uma saída assim só se justificaria para um ministério mais robusto.
Lula também deverá acomodar na estrutura da Secom dois auxiliares de confiança. O assessor de imprensa José Chrispiniano e o fotógrafo Ricardo Stuckert, que há 20 anos é responsável por produzir fotos e vídeos do dia a dia de Lula.
Há um entendimento na cúpula do futuro governo que a disputa no terreno da comunicação será decisiva para a definição da correlação de forças em relação ao bolsonarismo. A avaliação é que Lula vai ter que adotar uma postura ativa e constante para manter seus apoiadores engajados e controlar a pauta do dia.
Nesse sentido, há uma tendência de que a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) volte a ficar no guarda-chuva da Secom. A empresa pública é responsável pelos veículos de comunicação do governo federal, como a TV Brasil, a Agência Brasil, além das rádios oficiais. Também é responsável por produzir a A Voz do Brasil.
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