Talibã proíbe mulheres de trabalharem para ONGs no Afeganistão, e organizações suspendem operações

Mulheres protestam contra proibição do Talibã à entrada de alunas em todas as universidades do país, em 22 de dezembro de 2022. — Foto: Reuters 1 de 2 Mulheres protestam contra proibição do Talibã à entrada de alunas em todas as universidades do país, em 22 de dezembro de 2022. — Foto: Reuters

Mulheres protestam contra proibição do Talibã à entrada de alunas em todas as universidades do país, em 22 de dezembro de 2022. — Foto: Reuters

O governo Talibã do Afeganistão ordenou neste sábado (24) a todas as ONGs nacionais e internacionais que 💥️deixem de empregar mulheres porque não estariam respeitando o código de vestimenta do regime.

O argumento foi o mesmo utilizado pelo Talibã há quatro dias para excluir as mulheres de todas as universidades do país, o que gerou uma onda de revolta e protestos nas ruas de Cabul.

Desta vez, o regime enviou uma notificação às organizações justificando a decisão por conta de "denúncias graves sobre o descumprimento do uso do hijab islâmico e outras regras e regulamentos relacionados ao trabalho feminino".

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, se disse "profundamente preocupado" com o fato de que 💥️a medida "interrompa a assistência vital e que salva vidas a milhões".

O vice-representante especial da 💥️ONU para o Afeganistão, Ramiz Alakbarov, afirmou à agência de notícias Reuters que a maioria dos programas das Nações Unidas no país será afetado.

A agência de ajuda internacional 💥️AfghanAid anunciou a suspensão imediata das operações.

"💥A partir de domingo, suspendemos todas as nossas atividades", declarou, sob anonimato, o funcionário de uma organização internacional que organiza ações humanitárias em áreas remotas do país. "Em breve teremos uma reunião dos diretores de todas as ONGs para decidir como lidar com a questão", acrescentou.

Dezenas de ONGs nacionais e internacionais trabalham em vários setores em áreas remotas do Afeganistão, com várias mulheres como funcionárias.

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O anúncio ocorre apenas quatro dias depois que o governo talibã decidiu proibir por tempo indeterminado as mulheres afegãs de frequentar universidades públicas e particulares no país.

O ministro do Ensino Superior, Neda Mohammad Nadeem, explicou em uma entrevista televisiva que tomou esta decisão porque as "estudantes que iam para a universidade (...) não respeitaram as instruções do hijab".

💥"O hijab é obrigatório no Islã", insistiu, referindo-se ao fato de que as mulheres no Afeganistão devem cobrir o rosto e o corpo inteiro. Segundo o ministro, as meninas que estudaram em uma província longe de casa "também não viajavam com um 'mahram', um acompanhante masculino adulto".

Professora recolhe livros em sala de aula destinada a mulheres em universidade no Afeganistão, após Talibã proibir acesso de universitárias às aulas. — Foto: Ebrahim Noroozi/ AP 2 de 2 Professora recolhe livros em sala de aula destinada a mulheres em universidade no Afeganistão, após Talibã proibir acesso de universitárias às aulas. — Foto: Ebrahim Noroozi/ AP

Professora recolhe livros em sala de aula destinada a mulheres em universidade no Afeganistão, após Talibã proibir acesso de universitárias às aulas. — Foto: Ebrahim Noroozi/ AP

O novo ataque aos direitos das mulheres prejudica muitas meninas afegãs, que já haviam sido excluídas do Ensino Médio, e provocou muitas críticas da comunidade internacional.

Desde sua volta ao poder em agosto de 2023, multiplicaram-se as medidas contra as liberdades, principalmente das mulheres, que foram progressivamente excluídas da vida pública e dos centros educacionais.

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