Corpo da escritora Nélida Piñon é enterrado no RJ

Corpo da escritora Nélida Piñon é velado na Academia Brasileira de Letras, no Centro do Rio — Foto: Carlos Brito/ g1 1 de 4 Corpo da escritora Nélida Piñon é velado na Academia Brasileira de Letras, no Centro do Rio — Foto: Carlos Brito/ g1

Corpo da escritora Nélida Piñon é velado na Academia Brasileira de Letras, no Centro do Rio — Foto: Carlos Brito/ g1

O corpo da escritora Nélida Piñon foi enterrado no mausoléu da Academia Brasileira de Letras (ABL), Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul da cidade, na tarde desta quinta-feira. Durante a manhã, o corpo da escritora foi velado no salão do Petit Trianon da ABL, no Centro do Rio.

Nélida morreu no último dia 17, em Lisboa, Portugal, onde estava internada por conta de complicações nas vias biliares. Ela tinha 85 anos.

Nélida Piñon foi a quinta ocupante da Cadeira 30, tendo sido eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda, e foi recebida em 3 de maio de 1990 pelo Acadêmico Lêdo Ivo. Em 1996-1997, tornou-se a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a ABL, no ano do seu primeiro centenário.

Entrada da sede da Academia Brasileira de Letras, com coroas de flores enviadas para o velório do corpo da escritora Nélida Piñon — Foto: Carlos Brito/ g1 2 de 4 Entrada da sede da Academia Brasileira de Letras, com coroas de flores enviadas para o velório do corpo da escritora Nélida Piñon — Foto: Carlos Brito/ g1

Entrada da sede da Academia Brasileira de Letras, com coroas de flores enviadas para o velório do corpo da escritora Nélida Piñon — Foto: Carlos Brito/ g1

O presidente da ABL, Merval Pereira, a definiu como uma “grande brasileira” que será imortalizada pelo que escreveu.

Segundo ele, ela estava animada com os compromissos que tinha a cumprir em Portugal e na Espanha, antes de ter um problema de saúde de emergência e ser internada.

“Ela vai ficar entre nós através dos livros dela”, ressaltou Merval Pereira.

Evanildo Bechara, professor e imortal da ABL, lembrou a generosidade e inteligência da amiga. Ele destacou que a considera um exemplo.

“A partida da Nélida deixa para nós um vazio enorme. Primeiro pela sua condição humana - amiga de todos os acadêmicos, fiel a todas às pessoas que batiam à porta da Academia para as mais diversas necessidades. Afora isso, tinha uma inteligência brilhante e uma cultura extraordinária, uma visão do mundo refletida nos livros que escreveu", afirmou Bechara.

Ele completou.

Corpo da escritora Nélida Piñon é velado na Academia Brasileira de Letras, no Centro do Rio — Foto: Carlos Brito/ g1 3 de 4 Corpo da escritora Nélida Piñon é velado na Academia Brasileira de Letras, no Centro do Rio — Foto: Carlos Brito/ g1

Corpo da escritora Nélida Piñon é velado na Academia Brasileira de Letras, no Centro do Rio — Foto: Carlos Brito/ g1

Gilberto Gil, cantor, compositor, escritor e imortal da ABL, lembrou que a colega foi sua maior incentivadora na chegada à academia. O ex-ministro da Cultura ressaltou ainda a importância de Nélida Pinõn para a cultura latino-americana.

"Ela teve um papel importante para eu decidir vim para cá, para a academia. Ela foi uma incentivadora muito forte nesse aspecto. Ela se tornou uma a miga, uma pessoa muito querida. Tínhamos um jeito muito natural de se relacionamento", disse Gil, que completou:

A escritora se formou em Jornalismo em 1956 na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Colaborou para vários jornais e revistas literários, foi correspondente no Brasil da revista Mundo Nuevo, de Paris, e foi editora-assistente de Cadernos Brasileiros.

Nélida estreou na literatura quando publicou seu primeiro romance em 1961, “Guia mapa de Gabriel Arcanjo”. O início dos anos 70 é marcado pelo lançamento, em 1972, de um de seus melhores e mais conhecidos romances, “A casa da paixão”, que recebeu o Prêmio Mário de Andrade.

Autora de mais de 20 livros, entre romances, contos, crônicas e infantojuvenis, sua obra já foi traduzida em vários países, tendo recebido diversos prêmios nacionais e internacionais.

Entre eles, destacam-se o Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe, em 1995 (pela primeira vez para uma mulher e para um autor de língua portuguesa), o Bienal Nestlé, categoria romance, pelo conjunto da obra, em 1991, o da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e o Prêmio Ficção Pen Clube, ambos em 1985, pelo romance “A república dos sonhos”.

A escritora Nélida Piñon em imagem de maio de 2023 — Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo 4 de 4 A escritora Nélida Piñon em imagem de maio de 2023 — Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

A escritora Nélida Piñon em imagem de maio de 2023 — Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

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