Imigrantes que passaram a ser cariocas ganham o primeiro centro de acolhimento e cidadania do Rio

Atualmente, a Prefeitura do Rio de Janeiro não sabe quantos imigrantes moram na cidade, como vivem e de onde vieram. Mas esses estrangeiros que viraram cariocas passam a contar, a partir deste sábado (7), com um lar de acolhimento e cidadania na Gamboa.

Uma parceria do município com a 💥️Community Organised Relief Effort, a 💥️Core (em tradução livre, uma força-tarefa de assistência) inaugura o primeiro 💥Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes, ou 💥Crai.

A nova casa funcionará em um espaço cedido pela prefeitura, no segundo andar do Mercado Popular Leonel de Moura Brizola, prédio do município na 💥️Rua Bento Ribeiro 86, perto da Central do Brasil. Coube à Core reformar e adaptar as salas para o Crai.

Mural pintado na entrada do Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes — Foto: Stephanie Rodrigues/g1 1 de 4 Mural pintado na entrada do Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

Mural pintado na entrada do Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

A invisibilidade enquanto cidadãos de venezuelanos, haitianos, angolanos, congoleses, sírios e afegãos — algumas das nacionalidades que pararam no Rio — é explicada em parte pela 💥️falta de documentos, como um CPF. E isso lhes fecha a porta para direitos trabalhistas e até mesmo para atendimento no SUS.

O Crai atuará para preencher essas lacunas, oferecendo abrigo temporário, assistência social e jurídica.

A convite da Core, o g1 conheceu o espaço nesta quinta-feira (5). No local, a ONG oferecerá cursos de português e de informática, para que os migrantes aprendam a fazer seu currículo no modelo brasileiro. Além disso, o imigrante que chegar na capital e não tiver para onde ir poderá ficar no local por aproximadamente um mês.

“As dificuldades do imigrante não são nada para as pessoas. Vocês não imaginam o que sofremos”, resume a professora universitária venezuelana 💥️Yelitza Lafont, no Brasil há cinco anos e desde 2018 no Rio de Janeiro — tudo por uma vida melhor para a família.

Yelitza vive com cerca de 300 conterrâneos em uma comunidade no Morro do Banco, no Itanhangá, a maior colônia da Venezuela em solo carioca.

 Yelitza Lafont durante apresentação no Brasil — Foto: Arquivo pessoal 2 de 4 Yelitza Lafont durante apresentação no Brasil — Foto: Arquivo pessoal

Yelitza Lafont durante apresentação no Brasil — Foto: Arquivo pessoal

O coordenador do Crai é um jovem que veio de Alepo, na Síria, e mora no Rio há dez anos. 💥️Adel Bakkour, de 29 anos, é um dos líderes comunitários da população imigrante da cidade e fala português com sotaque carioca. “Serei a primeira pessoa a receber os imigrantes aqui no centro”, disse.

Um das salas de aula do CRAI — Foto: Stephanie Rodrigues/g1 3 de 4 Um das salas de aula do CRAI — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

Um das salas de aula do CRAI — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

A advogada 💥️Priscila Julião Faragó, que integra o time do Crai, afirma que “a acolhida é o principal desafio”.

“Muita gente acha que a parte jurídica é a mais complexa. Mas a chegada deles aqui enfrenta uma série de barreiras. São questões como a língua, onde ficar, o que vestir. Então, ter um espaço que oferece atendimento e assistência social e jurídica à população imigrante é de suma importância", explicou.

De acordo com 💥️Matheus Andrade, coordenador de Direitos Humanos da Prefeitura do Rio e presidente do Comitê Municipal Intersetorial de Políticas de Atenção às Pessoas Refugiadas, Imigrantes e Apátridas, o objetivo do centro é ser “um espaço de referência para o migrante que vem para o Rio”. Andrade espera que o local também seja usado para estabelecer nas políticas públicas para os estrangeiros.

O comitê só foi criado em abril de 2022, em resposta ao assassinato do congolês Moïse Kabagambe.

O Crai vai funcionar de segunda-feira das 9h às 18h e, no sábado, das 9h às 15h.

Yelitza Lafont conseguiu reunir a família, passou na faculdade de Assistência Social e pretende revalidar seu diploma de professora. Hoje, ela ajuda na acolhida de imigrantes venezuelanos. “Agora, eu passei a entender que os meus direitos valem, que sou uma pessoa digna. Nunca vou esquecer essas palavras”, disse.

 Já no Brasil, Yelitza Lafont após passar na faculdade de Assistência Social — Foto: Arquivo pessoal 4 de 4 Já no Brasil, Yelitza Lafont após passar na faculdade de Assistência Social — Foto: Arquivo pessoal

Já no Brasil, Yelitza Lafont após passar na faculdade de Assistência Social — Foto: Arquivo pessoal

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