Em discurso de posse, Sônia Guajajara homenageia indigenista assassinado e diz que momento é de 'retomada da força ances

Sonia Guajajara durante cerimônia de posse — Foto: Eraldo Peres/AP 1 de 3 Sonia Guajajara durante cerimônia de posse — Foto: Eraldo Peres/AP

Sonia Guajajara durante cerimônia de posse — Foto: Eraldo Peres/AP

A líder indígena Sônia Guajajara assumiu nesta quarta-feira (11) o comando do Ministério dos Povos Indígenas. Agora à frente da pasta, Guajajara entra para a história ao se tornar a primeira indígena a chefiar um ministério.

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Durante a cerimônia de posse no Palácio do Planalto, a ministra homenageou o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips – que foram assassinados em uma expedição à região amazônica do Vale do Javari, no Amazonas, em junho de 2022.

Sônia Guajajara se torna 1ª ministra indígena. — Foto: Eraldo Peres/AP 2 de 3 Sônia Guajajara se torna 1ª ministra indígena. — Foto: Eraldo Peres/AP

Sônia Guajajara se torna 1ª ministra indígena. — Foto: Eraldo Peres/AP

Ela também destacou a simbologia do evento, com um discurso que focou bastante na valorização da ancestralidade, e anunciou a recriação do Conselho Nacional de Política Indigenista (💥️veja mais abaixo).

Concorrida, a solenidade, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve muitas filas. Quem não conseguiu entrar para ver, assistiu em um telão montado no primeiro andar do palácio.

Na abertura da cerimônia, parte do Hino Nacional Brasileiro foi cantado na língua Ticuna, dos povos Ticuna – o mais numeroso povo indígena da Amazônia brasileira.

O Ministério dos Povos Indígenas foi criado para cuidar das políticas de governo relacionadas aos povos indígenas como cumprimento de uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Em seu discurso, Sônia Guajajara afirmou que é importante que a população brasileira saiba que os indígenas "existem de diferentes formas" e que "não são o que muitos livros de história costumam retratar".

Guajajara anunciou a recriação do Conselho Nacional de Política Indigenista. O órgão colegiado foi criado em 2015 e extinto pelo governo Bolsonaro em de abril de 2023.

Ela também indicou os nomes que farão parte do ministério. São eles:

Durante o evento, Anielle Franco também assumiu o comando do Ministério da Igualdade Racial, órgão recriado por Lula. No discurso, Guajajara homenageou Anielle e destacou a simbologia das posses desta quarta.

As cerimônias de posse das duas ministras estavam previstas para segunda-feira (9), mas foram adiadas em razão dos estragos deixados por bolsonaristas radicais que invadiram o Planalto e outros prédios da esplanada no último domingo.

Além de Lula e Anielle Franco, o evento contou com a presença dos seguintes nomes:

Com presença de Lula, Sônia Guajajara assume Ministério dos Povos Indígenas em cerimônia no Planalto — Foto: Pedro Henrique Gomes/g1 3 de 3 Com presença de Lula, Sônia Guajajara assume Ministério dos Povos Indígenas em cerimônia no Planalto — Foto: Pedro Henrique Gomes/g1

Com presença de Lula, Sônia Guajajara assume Ministério dos Povos Indígenas em cerimônia no Planalto — Foto: Pedro Henrique Gomes/g1

Durante a cerimônia, a indígena Célia Xakriabá – deputada federal por Minas Gerais – fez um discurso forte em que ressaltou a importância da criação da pasta e os feitos de Sônia Guajajara.

"Esse ministério é novo, mas na verdade é ancestral. É fruto da luta. Quantas vezes estivemos do lado de fora [do Palácio do Planalto] levando bala de borracha? Estamos agora do lado de dentro. É o ministério da floresta, da terra", disse Célia.

Sobre a ministra, Célia afirmou:

Em 2009, Sônia Guajajara foi eleita vice-coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB). Em 2013, assumiu a coordenação-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

Em 2023, esteve à frente da Jornada Sangue Indígena Nenhuma Gota Mais, que percorreu 12 países da Europa levando denúncias sobre violações, cometidas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nascida na Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, é do povo Guajajara/Tentehar. Formada em Letras e Enfermagem pela Universidade Estadual do Maranhão, também possui pós-graduação em Educação Especial pela mesma universidade.

Durante a jornada, o grupo cobrou também medidas para que o governo brasileiro e empresas do agronegócio cumprissem os acordos de preservação do meio ambiente e respeito aos direitos dos povos indígenas.

Após a eleição de 2022, Guajajara atuou na equipe de transição do novo governo, no núcleo dedicado aos povos indígenas.

No final de dezembro, a indígena foi anunciada por Lula para o cargo de ministra.

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